Tuesday, December 30, 2008

Ano novo e algumas lembranças do velho...


Tal como em muitas outras paragens, por aqui também se faz um esforço por recordar alguns factos futebolísticos assinaláveis neste ano que está a findar.

Foi ano de Campeonato da Europa, no qual a selecção espanhola tratou de desmontar o eterno mito da “fúria espanhola”, demonstrando ao planeta da bola, uma das mais belas lições de futebol. Ao leme da equipa esteve o velho Aragonês, algo que também contribuiu para desmistificar aquela velha lengalenga de que a ambição é um atributo exclusivo dos mais novos…
Por falar em mitos (e agora algo nada positivo), 2008 foi também o ano em que terminou um certo ciclo do futebol luso. Um ciclo de sucesso que terminou com o retorno de uma figura sistematicamente sobrevalorizada nos meandros do nosso futebol. Não foi preciso muito tempo para se perceber o tremendo erro que constituiu a aposta neste tão esperado regresso. Uma qualificação para o próximo Campeonato do Mundo, totalmente comprometida e uma humilhação apoteótica em terras de Vera Cruz frente a uma selecção brasileira que até se tem esforçado bastante por envergonhar a história do futebol canarinho…

Foi também o ano de Cristiano Ronaldo. Beneficiando de uma péssima época do Milan de Káká e de uma lesão que afastou Leo Messi durante a maior parte da temporada, Cristiano acabou por não ter rivais à altura na sua luta pela conquista de todos os prémios individuais. Diga-se, em abono da verdade, que o número de golos apontados na Liga Inglesa e na Liga dos Campeões são de facto algo que merece ser registado e que até apaga o mísero desempenho na Áustria e Suiça, pelo que os prémios acabam por ser justamente atribuídos ao jogador português. E Ronaldo que os aproveite bem, porque dificilmente voltará a estar próximo de os vencer de novo, sobretudo se Messi (e o Barcelona) continuar a jogar o que tem jogado…

Em 2008 terminaram as suas carreiras dois dos mais geniais jogadores portugueses de sempre. Ambos estão a ter brilhantes desempenhos nas actividades que entretanto abraçaram. João Pinto tem transportado a genialidade do jogador para o comentário e análise. Rui Costa foi capaz de trazer para o Benfica, mas sobretudo para o nosso depauperado futebol, jogadores com a classe de Pablo Aimar, José António Reyes e David Suazo. É obra…
Foi também em 2008 que se deram pequeninos, envergonhados, contudo assinaláveis passos (quiçá por serem os possíveis) no sentido de expurgar do futebol português a enorme podridão que há muitos anos o tem vindo a debilitar…

Este ano que termina dentro de algumas horas, foi também o ano em que a enorme “bolha” das finanças mundiais rebentou…algo que, naturalmente, também não deixou de afectar o futebol. Até Abramovich já pondera colocar o seu Chelsea no mercado…
Este assunto é propício para terminar este texto com aqueles lugares-comuns de votos de um ano melhor. Não vou por aí, é óbvio que se deseja um ano melhor, não apenas no que respeita às crises económicas e financeiras, mas em relação a tantas outras coisas que ano após ano constatamos estarem sempre na mesma, o que nos obriga a este repetitivo exercício dos votos e dos desejos contidos nas passas da meia-noite.

Resta-me desejar um óptimo 2009 a todos os que por aqui passam, e que a bola continue a rolar muito, pois acredito que o futebol continua a ser um dos melhores anti-depressivos para um mundo que constantemente se vai atormentando.

Tuesday, December 23, 2008

Desejo...

um óptimo Natal a todos os que por aqui passam.

Pés de barro...

O futebol luso despediu-se do ano de 2008 com um jogo onde o maior protagonista foi um árbitro que muitos teimam em considerar “o menos mau” do lote actualmente existente…

Este árbitro é, e sempre foi, uma enorme construção mediática, aliás, diga-se, tão à boa maneira portuguesa. Diz-se que apita “à inglesa...No fundo, ciente da sua enorme “boa imprensa”, o que este árbitro faz é gerir, quase sempre de forma desastrosa, esses predicados que lhe atribuem, acabando por denotar, em termos técnicos, enormes discrepâncias no que respeita à avaliação de muitas situações de jogo. Mas não pretendo dar mais importância àquilo que não a deveria ter num jogo de futebol.

Sobre o Benfica, é certo que mais uma vez jogou apenas meia parte do jogo. Persistem ainda muitos aspectos do futebol encarnado por definir e consolidar. No entanto, no jogo de ontem, muitos desses aspectos até nem foram muito evidentes, muito por força de ter tido como adversário uma equipa que representa bem um dos lados menos brilhantes do futebol português. Tenho alguma dificuldade em ouvir e ler certos comentários elogiosos acerca de Manuel Machado. As equipas orientadas por este treinador, até podem por vezes obter bons resultados, no entanto, um dos postulados da filosofia de jogo de Machado é o célebre e estafado “jogar para o pontinho”, algo que a pouco e pouco até tem vindo a ser alterado por acção de alguns novos treinadores que vão surgindo no nosso pequeno burgo.

Não vou criticar anacronismos tácticos como a marcação homem-a-homem e individual ou a alteração da estrutura posicional em função do adversário, pois cada um joga como pode e sabe, evidentemente, desde que dentro dos limites legais do jogo. No entanto, o que não está, de forma alguma, dentro desses limites é aquilo que comummente se designa por “anti-jogo”, algo em que as equipas orientadas por este treinador são useiras e vezeiras. Mas neste particular, a maior responsabilidade é, obviamente, da classe a que pertence o grande protagonista do jogo. A anuência sistemática deste tipo de abordagens, por parte dos homens do apito, é uma das principais causas de empobrecimento do nosso futebol.

Thursday, December 18, 2008

Exclamações

«Na Liga há pouco a discutir. Na Taça fizemos uma prova digna. A UEFA retrata o pior lado do da equipa. Esta competição é a que melhor retrata a imagem do Benfica dos últimos anos.»

Quique Flores, a seguir ao Benfica-Metalist



Há aqui qualquer coisa que não bate certo...

O ano passado, o Benfica ficou-se pelos oitavos-de-final da Taça Uefa.
Há duas épocas atrás, alcançou os quartos-de-final da mesma competição.
Há três épocas, chegou também aos quartos-de-final, mas da Liga dos Campeões.

Wednesday, December 17, 2008

Sobre o(s) momento(s) do Benfica

A esquizofrenia que circunda tudo o que se passa à volta do Benfica é algo com que o próprio Benfica tem que se habituar a conviver. Nem sempre é fácil, admite-se…
A imprensa desportiva é das coisas mais patéticas a este nível. As primeiras páginas com o tema Benfica são das coisas mais hilariantes que se possam imaginar. Se o Benfica ganha, logo emergem as referências à enorme sumptuosidade do futebol praticado, quer colectivo, quer ao nível do destaque a uma ou outra individualidade que também de imediato é colocada, com grande pompa, num altíssimo pedestal…
Se o Benfica perde, é o descalabro total. Tudo é posto em causa, desde o treinador, equipa, director desportivo, presidente, roupeiro…

Após a eliminação da Taça em Matosinhos, ainda por cima, frente à equipa da moda com o seu treinador da moda (a época passada era o Guimarães e Cajuda), tudo tem servido para arremessar ao clube encarnado. Uma das coisas que considero engraçadas, é aquela ideia de que o discurso de Quique Flores não foi suficientemente ambicioso e, como tal, não esteve à altura do clube – o treinador espanhol afirmou que houve melhorias da equipa neste jogo, face ao disputado para o campeonato e que o grande objectivo do clube, para esta época, é atingir um lugar que dê acesso à milionária Liga dos Campeões. É evidente que um clube com a dimensão do Benfica tem que ser sempre ambicioso, mal seria se um dia deixasse de o ser, contudo é necessário e até prudente contextualizar e relativizar as coisas, sob pena de se não o fizermos, cairmos no ridículo, que é o que acontece a muitos escribas que pululam por esta nossa redutora imprensa desportiva.

O Benfica esteve a saque durante 15 anos e conseguiu sobreviver, o que evidencia bem a sua dimensão. Dizem alguns, que esse facto obriga a que a lógica dos discursos e das acções dentro do clube se mantenha fiel ao contexto que antecedeu a era horribilis. Nada mais errado que este redutor e pouco avisado raciocínio. O facto de o Benfica resistir a 15 anos de pura pilhagem e consequente cataclismo futebolístico é sintomático da sua grandeza, mais ainda, se pensarmos que estamos a falar de um clube pertencente a um país como Portugal, e é aí que se encontra o busílis da questão. O Benfica é um clube português, não é inglês, espanhol ou italiano, nem mesmo alemão ou francês…
Um dos denominadores comuns dos clubes lendários é precisamente a capacidade de resistirem às grandes adversidades, a calamidades até. A diferença substantiva entre a crise de um Real Madrid ou de uma Juventus, comparativamente a uma crise do Benfica, reside na fase do recobro e aí entram os aspectos relacionados com o contexto socioeconómico em que os clubes se inserem. O restabelecimento do Benfica ainda está em curso e isso, tendo em conta o actual contexto social e económico do mundo em geral e do futebol em particular, é perfeitamente compreensível. Claro que para aqueles que têm na manipulação uma das mais importantes ferramentas do seu trabalho, isso não é assim tão óbvio…

Sunday, December 14, 2008

Regresso (com breves notas)

Depois de um interregno tão grande, torna-se um pouco complicado seleccionar um assunto que marque o retorno deste espaço. Assim, a opção é a de fazer uma breve e sintética resenha de diversos factos.

1 – A nível interno pouco há a destacar para além das façanhas do Leixões (que previsivelmente não persistirão durante muito mais tempo) e da genialidade de três reforços do Benfica para esta época, que pertencem claramente a uma dimensão muito distante da Liga Sagres.

2 – No Brasil terminou mais uma edição do Brasileirão. O São Paulo FC andou o campeonato toda numa descrição insuspeita, enquanto no topo da tabela se iam digladiando, essencialmente, Grémio e Cruzeiro, com Palmeiras e Flamengo à espreita. No entanto, na hora da verdade, lá apareceu, provavelmente, um dos clubes com melhor organização no mundo (no Brasil, seguramente o melhor a esse nível).

3- Em Itália a vida não é famosa para alguns emigrantes lusitanos. Quaresma, já se sabe, foi brindado com um galardão muito pouco prestigiante para quem até já teve uma aventura mal sucedida para além fronteiras…
Já quanto a Mourinho, não se pode dizer que a vida corra propriamente mal. O Inter lidera o campeonato e está apurado para os oitavos de final da Liga dos Campeões. O futebol da equipa é que é pouco mais que medíocre (e alguns resultados também têm merecido o adjectivo), sustentado em demasia em Ibrahimovic que se desgasta num sem-número de missões acabando por ser desperdiçado onde mais rende. Veremos que prendas de natal terá Moratti no sapatinho.

4 – O FC Barcelona está, muito provavelmente, a praticar o futebol mais espectacular desde o dream team de Cruyf f.

5 – Para finalizar, volta-se ao princípio. Carlos Queiroz continua a seu cruzada para destruir o que foi conseguido nos últimos anos, antes do seu catastrófico regresso a solo luso.

Sunday, November 02, 2008

Frases

“O que realmente é mau é o facto do Real Madrid, como clube do General Franco, ter uma história, antes da democracia chegar a Espanha, e por isso considerar que é capaz de conseguir tudo aquilo que quer“

Alex Ferguson

Friday, October 17, 2008

Sobre Cristiano Ronaldo

E porque não comentar sobre Cristiano Ronaldo? Serei eu o unico a ver que desde que ele passou pela estranha metamorfose como jogador de futebol, nao houve uma unica exibiçao decente pela selecçao e que muito nos ressentimos disso(sendo ele a nossa principal referencia) e que apenas um super-Deco no Europeu foi-nos garantindo a criatividade necessaria para fazermos 2 bons primeiros jogos?Passo a explicar. Lembro-me de toda a Inglaterra cair em cima de Ronaldo, desde o momento da sua chegada. Para eles, nao passava do "one trick pony", "no end product boy". Os ingleses estranhavam depois o nivel exibicional de Ronaldo pela selecçao, onde juntava às suas já conhecidas habilidades, produtividade. Era uma clara questao de inadaptaçao ao jogo ingles que ainda vai mantendo alguns traços que o distinguem do continental, embora o tempo do kick and rush ja la va ha muito.Ronaldo foi evoluindo nos pontos que precisava e sempre foi excelente nos jogos por Portugal(e criticado em Inglaterra ate 2005\2006), exceptuando o inicio do Mundial2006 onde se deixou levar pela ansiedade propria de quem tem demasiada pressa em afirmar-se como numero um.Para o estilo de jogo da nossa selecçao, aquele Ronaldo era ideal.Chega a epoca 2006\2007 e o prodigio explode. Nessa epoca foi quase perfeito. Era dinamico, criativo, tomava a responsabilidade de criar para a equipa, já tinha principios colectivos, aprendeu a jogar sem bola e a aparecer mais em zonas de finalizaçao e já estava melhor adaptado ao jogo de rapidas transiçoes de Inglaterra. Falado para melhor do Mundo com toda a justiça. Pela selecçao sempre bem, participando em 2 jogos que nos deixaram nos pincaros com o Brasil e a Belgica, exibiçoes faladas por todo o Mundo.Depois a estranha mudança, 2007\2008. Repentina. Incompreensivel. As razoes eu desconheço(talvez apresentar golos como argumento irrefutavel para os premios individuais?), mas Ronaldo parece outro jogador. Finalizador exterminador, letal, muito mais inteligente nos movimentos colectivos, muito menos à linha, sempre a procurar zonas interiores para finalizar. Mas infelizmente, as vantagens que adquiriu vieram acompanhadas de desvantagens...e graves! Perdeu muita da sua capacidade de drible, o seu toque suave parece perdido(a bola ja nao cola), a capacidade de mudança de direcçao, quando tenta desequilibrar acumula perdas de bola(ele nao se agarra demais À bola como dizem, o problema é perde-la quando tenta, ao contrario de antigamente). E ele tem 23 anos! Nao era para isto acontecer ja...Este novo Ronaldo, nós ainda nao sabemos bem o que lhe fazer na selecçao. Talvez Queiroz saiba melhor do que ninguem como enquadra-lo, mas para já tem falhado, embora o jogo com a Suecia estivesse longe de ser uma ma exibiçao, mesmo assim distante do que o antigo Ronaldo era capaz de produzir.

Comentário de Rui Azevedo ao texto (já agora, excelente) Ainda sobre o inicio de Queiroz..., publicado no jogo directo

Leituras

"Nunca esperei nada de muito significativo desta nova etapa da selecção nacional com Carlos Queiroz. Há demasiados anos que o vejo como um treinador banal de alta competição, bom programador ao que dizem, disciplinado e trabalhador, bem relacionado, que utiliza o servilismo de uma parte da imprensa portuguesa ("professor" para aqui, "professor" para ali) para esconder a falta dos atributos que mais devem habilitar um homem com as suas funções: carisma, capacidade de liderança e sagacidade nas opções técnicas, sobretudo a partir do banco.
A ausência destas qualidades, a que se soma a falta de experiência significativa como jogador, já fora anteriormente visada nas passagens pelo Sporting (onde não ganhou ao leme da melhor equipa dos últimos 20 anos do clube), pelo Real Madrid (onde foi despedido) e pela selecção (em que falhou o apuramento para o Mundial de 1994). Descontando o trabalho às ordens de Alex Fergusson, um verdadeiro líder cuja longevidade desesperou o actual seleccionador nacional e o fez agora abandonar Manchester, o resto foram experiências irrelevantes no futebol do terceiro mundo.
Queiroz continua a recolher ainda hoje os dividendos do investimento feito em 1989 e 1991 com os títulos mundiais de sub-20, quando levou ao limite a capacidade familiar de alguns jovens com qualidade futebolística para os manter perto de 250 dias em estágios sucessivos - coisa absolutamente anormal para o escalão e que alguns desses jovens pagaram de forma dura em termos académicos e culturais.
Dito isto, até a mim me escandaliza a agressividade com que a imprensa, nomeadamente a dos jornais desportivos, se atirou ao seleccionador depois do empate com a Albânia, mas o servilismo é mesmo assim: quando não retribuído, pode dar origem a ofensas soezes - e A Bola chamou-lhe agora burro com a mesma facilidade com que Queiroz ofendeu um dia o presidente do Sporting Clube de Portugal, Soares Franco."

(João Marcelino, Um descalabro chamado Queiroz, DNsport, 17/10/2008)

Wednesday, October 15, 2008

Portugal 0-0 Albânia

Qual será agora a reacção da enorme falange de apoio a Queiroz? Opções para desviar o assunto não faltam, desde logo Madaíl, que se pôs a jeito com o seu abandono antecipado da tribuna do estádio. Os jogadores também não escaparão ao crivo dos apóstolos de Queiroz, embora aqui, diga-se em abono da verdade, não sejam totalmente injustas as críticas que possam vir a ser feitas, sobretudo àquele que dizem ser o melhor jogador do mundo, que ontem voltou a repetir uma atitude ainda mais patética que a sua exibição.

No entanto, os bodes expiatórios podem não ficar por aqui, não se deve subestimar quem teve a extraordinária ginástica mental para justificar os maus resultados com o calendário da competição…

Escrevi aqui que a Albânia já não é a pêra doce de há uns anos, é certo, no entanto, a exibição da equipa portuguesa foi tão pobre, que neste caso penso – ao contrário da maioria das vezes – que tem que se sublinhar mais o demérito da equipa das quinas do que o mérito da equipa albanesa. A desorganização ofensiva da equipa portuguesa – promovida e exponenciada durante o jogo pelo seu treinador – foi um autêntico bónus para uma Albânia que jogou a maior parte do jogo em inferioridade numérica.

Se reconheci a lucidez de Queiroz nas declarações que fez antes do jogo, sou também obrigado a reconhecer a enorme inocuidade das suas declarações após o mesmo…

Cautelas e caldos de galinha

Diz-se que logo a selecção nacional joga “o jogo”. Isto é o mesmo que sublinhar a importância do mesmo nas contas do apuramento, tendo em conta os maus resultados verificados até ao momento, sobretudo a derrota de Alvalade.

Existe um grande optimismo relativamente a este jogo. A imprensa e a generalidade dos analistas advogam um “onze” ofensivo e em parte alguma vi qualquer tipo de comentário – no mínimo de carácter informativo – sobre a selecção albanesa.

A Albânia já não é a “pêra doce” de há uns anos. Liderada por uma velha glória do futebol total, Arie Haan, e com alguns jogadores a actuar nos grandes campeonatos europeus, casos do médio Lorik Cana (Marselha), do ponta-de-lança Bogdani (Chievo) - este já com muitos anos de calcio -, entre muitos outros que jogam na bundesliga, a selecção albanesa tem alcançado resultados interessantes e julgo que é preciso que a equipa portuguesa não caia na armadilha dos excessos de confiança. Pelo menos, a avaliar pelo discurso do seleccionador, penso que não terá motivos para isso...

Sunday, October 12, 2008

O regresso aos piores tiques

Não bastava o regresso às vitórias morais, também voltámos ao queixume e às desculpas esfarrapadas...já para não falar de bruxarias e outras parolices...

Wednesday, October 08, 2008

Coragem

Depois da recusa de Jorge Costa (não se percebe a fixação), parece que quem está à frente do Belenenses se virou para Jaime Pacheco. Este, segundo estas declarações, parece estar entusiasmado com a ideia...

Jaime Pacheco pode ser alvo de todas as críticas, mas de uma coisa ninguém o pode acusar: falta de coragem!

Friday, October 03, 2008

SL Benfica: dois grandes resultados; três excelentes sinais


O Sport Lisboa e Benfica e seus adeptos viveram uma semana brilhante. Depois de vencer categoricamente o rival de sempre no Sábado, o Benfica vergou o Nápoles com uma excelente exibição, numa Luz que reviveu outros tempos (o estádio também era outro), num ambiente de grande exaltação que eclodiu após o grande golo (outro!) de Reyes.

No clube encarnado, já se sabe, não existe o meio-termo, pelo que neste momento já se sentem ecos de grande euforia. Antes de Sábado, porém, o sentimento generalizado era exactamente o oposto daquele que se vive agora…

Deixando de lado as idiossincrasias dos adeptos, o que neste momento é incontornável referir, é que o futebol do Benfica está a espelhar fielmente as ideias que Quique Flores foi anunciando desde que chegou à Luz. E isso é, obviamente, um excelente sinal.

O plantel benfiquista conta com muito bons jogadores, alguns deles de classe mundial, contudo, se repararmos que frente ao Nápoles, não jogaram Aimar, Léo, Cardozo, Suazo, constata-se facilmente que as individualidades apenas estão ao serviço da estrutura, o que configura, também, outro excelente sinal.

Por último, o terceiro excelente sinal: a moderação nos discursos do treinador e do director desportivo, num claro refreamento das previsíveis euforias.

Friday, September 26, 2008

Barbárie







As agressões mais bárbaras, ocorridas ultimamente nos relvados de futebol, têm todas um denominador comum: a Premier league. Pode ser apenas coincidência...

Friday, September 19, 2008

Frases

“Sei que as tentativas para me intimidar no campo vão recomeçar imediatamente, mas toda a gente acaba por perceber mais tarde ou mais cedo que é difícil fazer-me perder a minha raça.”


Cristiano Ronaldo na antevisão do jogo com o Chelsea

Thursday, September 11, 2008

O seleccionador dos intelectuais da bola


Entre muitos mimos com que Scolari foi presenteado por muitos comentadores cá do burgo, havia o do populismo e provincianismo, fundamentado na história das bandeiras e de uma maneira geral, numa forma de estar muito própria, que soube, de facto, mobilizar um povo - que por norma é mais apaixonado pelos clubes do que pela selecção – em torno das cores do seu país. É claro que esta forma de estar incomodou sobremaneira os intelectuais da bola. Estes acabaram por manifestar um clássico preconceito relativamente a tudo o que possa constituir uma grande exaltação popular, mas sobretudo o que mais os irritou foi o facto de Scolari nunca lhes ter passado cavaco sobre o que quer que fosse.

Pois bem, agora temos o seleccionador dos intelectuais da bola, que aliás passaram horas, dias e semanas a pedir a sua vinda.
Senão vejamos, assim que chegou, começou por dizer que a selecção não era um espectáculo com lugares marcados… Depois, veio o afastamento de Ricardo e a convocação de uns quantos nomes que não entravam habitualmente nas contas do antigo seleccionador e que eram permanentemente clamados pelos intelectuais da bola. Loas ao novo seleccionador. Ao longo destas semanas, o seleccionador dos intelectuais da bola foi dizendo outras coisas como: “comigo vai ser diferente” ou “vamos dar espectáculo” o que levou os intelectuais da bola ao êxtase. Mas há mais. Para além de dizer aquilo que esperam que ele diga, ainda parece tomar as opções técnicas que esperam, ou recomendam, que ele tome. Exemplos? Aqui e, de forma absolutamente clara, aqui.

Hoje, depois do desaire frente à Dinamarca, temos nas páginas dos jornais, a inevitável vitória moral! Uma exibição fenomenal a que um desinspirado Quim e a sorte não quiseram corresponder…isto, claro, para além dos naturais elogios às alterações “recomendadas” e que foram satisfeitas pelo seleccionador, como fica bem ilustrado nesta análise feita no jornal A Bola: “Fosse qual fosse o resultado, jamais deixaríamos de ter esta opinião: Queirós mexeu bem na equipa ao trocar Antunes por Paulo Ferreira e Carlos Martins por Maniche…” (sem link); ou esta no jornal Record: “…Com Antunes e Carlos Martins na... bancada, Carlos Queiroz apostou nos (justificados) regressos de Paulo Ferreira e Maniche ao onze. A equipa, sob o comando de um magistral Deco, ganhou em consistência, aliou da melhor forma o talento individual à força colectiva, até conseguiu fazer esquecer por completo a ausência de Cristiano Ronaldo…” ; e ainda esta no maisfutebol: “Para a história, além da derrota em casa que normalmente costuma complicar o apuramento a qualquer selecção, fica uma exibição que chegou a ser empolgante e um certo voltar atrás de Carlos Queiroz, ao recuperar Paulo Ferreira para a esquerda e Maniche para o meio”.

Wednesday, September 10, 2008

Trio da comédia (2)

Gosto de ver o programa Trio de Ataque da RTP porque, não raras vezes, me divirto bastante com as coisas que por lá são ditas. Desde Katsouranis ser um bom médio ala, ou do 4-2-3-1 ter sido introduzido em Portugal por Marinho Peres, tudo é possível ouvir no programa.

Na última edição do programa, para além dos habituais momentos de diversão, assistiu-se a algo diferente. Após os intervenientes se terem entretido a colocar Rui Caçador na fogueira, atribuindo-lhe a exclusiva responsabilidade no desaire da selecção de sub-21, o que é manifestamente um enorme exagero (sobre esse tema opinarei noutra altura), ainda manifestaram um certo regozijo num possível – e desejável, segundo eles – afastamento de Caçador do cargo de seleccionador. Segundo os ilustres comentadores, Caçador terá apostado no cavalo errado quando respondeu a Queiroz, antes do Europeu, pelo que agora estará a pagar, de forma merecida, essa má aposta! Esta opinião, aliás, vai ao encontro de muitas que têm sido veiculadas na imprensa desportiva, segundo as quais, Rui Caçador, em virtude desse episódio, terá deixado de ter/sentir condições para se manter no cargo, o que, inclusive, terá sido a grande razão que o levou a considerar uma possível retirada de cena.

Mas o mais hilariante ainda estava para vir. Depois de uma monumental bajulação ao novo seleccionador nacional, quando confrontados com a hipótese de Djaló e Moutinho poderem ter tido maior utilidade na selecção de sub-21, eis que surge uma eloquente reacção (incluindo o moderador do programa) no sentido de que os interesses da selecção principal deverão sempre prevalecer face aos interesses das “esperanças”. Abra-se um parêntesis para que se diga, em abono da verdade, que Rui Oliveira e Costa, desde o início da campanha pró-Queiroz, tem sido sempre o mais moderado e ontem não fugiu a essa regra.

Ora, isto é absolutamente espantoso, se nos lembrarmos que uma das maiores críticas, feitas naquele programa (e não só) a Scolari, assentava na sua desatenção relativamente à selecção de sub-21, sendo esse, em sentido contrário, um argumento abonatório de Queiroz…

Sunday, September 07, 2008

Áustria 3-1 França: surpresa?

A vitória da Áustria frente à selecção francesa é uma das chamadas surpresas da primeira ronda da fase de qualificação para o Mundial 2010. A outra (bem mais surpreendente) teve um protagonista bem nosso conhecido...

Eu, no entanto, prefiro considerar o resultado do jogo como uma meia surpresa. Esta equipa austríaca revelou alguns pormenores interessantes no Europeu, e agora, com uma velha raposa no banco, o seu futebol parece ter ganho mais consistência, sobretudo em termos de segurança defensiva. karel Bruckner, baixou (muito) o bloco da equipa e armadilhou-a com o veneno do contra-ataque, sustentado na velocidade dos dois alas: Fucks à esquerda e Harnik à direita. Na frente, um único avançado: o móvel janko, em detrimento do mais posicional Roland Linz. Também é justo dizer que a selecção de Raymond Domenech facilitou, já que persiste no mesmo futebol previsível e sem ideias apresentado no último Campeonato da Europa. O meio campo francês, desde que Zidane arrumou as chuteiras, continua orfão de criatividade. Nasri, um dos poucos no actual elenco, que pode resolver esse problema, no jogo de ontem, foi "amarrado" a um corredor lateral. Na zona central, continua um duplo pivot apenas de contenção e recuperação de bola (Toulalan e Lassana Diarra), e dessa forma, quase nada mudou no futebol dos gauleses.

Saturday, September 06, 2008

Momento de humor

Bruno Alves: «O carrinho deve ser a última arma a usar»


Antes, deve recorrer-se às pisadelas, cotoveladas, encontrões, pontapés, cabeçadas...

Quanto ao risco de deixar a equipa desfalcada, isso apenas é válido nas competições da UEFA, como bem sabe o central...


Ainda neste registo:

"Mourinho levou o cigano para Milão. Acho, porém, que se enganou no jogador a contratar ao FC Porto. Eu teria levado o Bruno Alves. Já imaginaram uma dupla de centrais formada por Bruno Alves e Materazzi? Se eu fosse avançado de uma equipa adversária, simulava uma lesão antes de entrar em campo contra aqueles dois."

Francisco Alegre Duarte, Uma questão de estofo (Jornada, 06/09/2008)

Friday, September 05, 2008

Ilusões

A selecção portuguesa de sub-21 está, depois do jogo de hoje, em Wembley, a um pequeno passo de falhar a qualificação para o próximo Campeonato da Europa. A exibição dos lusos pode considerar-se, no mínimo, confrangedora. Uma defesa de arrepiar, um meio campo estéril de ideias e um ataque que, não obstante terem sido raras as vezes em que a bola lá chegou em condições, também se revelou muito pouco produtivo. Também custa muito a entender a razão de o melhor médio ala deste conjunto não ter sequer saído do banco, sobretudo atendendo às prestações muito sofríveis de Vieirinha e Bruno Gama.

Este desaire só pode surpreender os mais distraídos, ou então aqueles que acreditam em histórias de embalar ou encantar. Esta selecção, em termos colectivos e individuais, há muito tempo que me parece ser excessivamente sobreavaliada. Hoje, os menos maus foram Patrício e Pereirinha, este último deslocado da posição onde poderia render muito mais…

Djaló e Moutinho são dos poucos deste escalão, a quem, facilmente, se antevê futuro na selecção principal. Os dois, bem como Antunes, teriam dado jeito em Wembley. Mas, claro, esses estão a servir de álibi para os louvores ao novo seleccionador nacional...

Frase da semana


"Nunca escondi o meu desejo de voltar a jogar num grande clube"
Ricardo quaresma na apresentação no Inter de Milão

Wednesday, September 03, 2008

Voltando ao futebol e ao clássico


Para além do episódio (lamentável, claro) que se está a transformar num acto inquisitório, desproporcionado e que tem merecido uma das maiores doses de irracionalidade que o futebol português – tão pródigo nestas manifestações – presenciou até hoje, também se jogou futebol (muito pouco) no clássico do fim de semana passado.

Tenho ouvido e lido que se assistiu a um bom jogo de futebol. Admito a subjectividade que pode estar implícita na apreciação, contudo, pelo menos para mim, um jogo que teve 43 minutos de tempo útil e em que foram cometidas perto de 50 faltas (26 para o F.C. Porto e 13 para o Benfica), tendo sido mostrados 10 cartões amarelos e um vermelho por acumulação, não pode ser um “bom jogo de futebol”.

Mais uma vez Jesualdo Ferreira alterou estruturalmente a sua equipa num chamado “jogo grande”. Desta vez não lhe correu mal, o que até lhe tem valido alguns elogios. Elogios que, no entanto, facilmente dão lugar a críticas relativamente às alterações que promoveu na sua equipa a partir do momento em que o seu adversário ficou em inferioridade numérica.

O professor, nos grandes jogos, continua a manifestar uma já clássica obsessão com o encaixe das suas peças na estrutura do adversário e/ou com a forma de o anular, o que evidencia um óbvio receio por parte de Jesualdo nos chamados jogos grandes. Desta vez, contudo, abona em seu favor, o facto de ter uma equipa “em transformação” o que, porventura, não lhe permite ainda assumir um pleno de confiança na mesma.

Houve o tempo em que a análise do jogo se centrava de forma exagerada na questão dos sistemas tácticos (4-4-2; 4-3-3…), entretanto, nos últimos anos e com a difusão crescente do conhecimento acerca do jogo, passou-se a dar destaque a outros aspectos como sejam, o pressing, as transições e por aí fora. É uma clara melhoria, sem dúvida, contudo, e tendo em conta a perspectiva sistémica do jogo, penso que existem outros aspectos que ainda não merecem a devida atenção e importância que efectivamente têm.

Neste Benfica-FC Porto, um aspecto que, quanto a mim, foi determinante e que não me lembro de ter visto referido em nenhuma das análises que li ou ouvi, foi a agressividade em termos defensivos de ambas as equipas, com maior acutilância no caso da equipa portista, o que até fica bem patente pelo maior número de faltas cometidas. Se a equipa portista teve momentos de domínio do jogo, isso resultou muito de uma organização defensiva assente, entre outros aspectos, num comportamento defensivo agressivo.
Entenda-se por comportamento defensivo agressivo, a predisposição (física, mental e táctica) dos jogadores em pressionarem de forma intensa o adversário de posse de bola ou mesmo impedir que este receba a bola em condições.

A equipa de Quique Flores, como foi exaustivamente referido, entrou no jogo com as suas linhas próximas, adiantadas e a pressionar alto, contudo esbarrou no dispositivo táctico-estratégico do adversário em função deste recorrer às já referidas formas agressivas de comportamento, daí ter-se dito (e bem) que os encarnados tiveram alguma dificuldade na fase de construção. Naturalmente, também teve enorme importância o facto de o Benfica ser uma equipa nova, ainda em busca da solidificação de um modelo de jogo, frente a uma outra que apenas está a transformar algumas nuances de um modelo, esse sim, já apreendido e rotinado.

É claro que as incidências do jogo (grande penalidade e consequente golo madrugador e a expulsão imediatamente a seguir à reposição da igualdade no marcador) condicionaram o jogo, porventura, mais do que tudo o que foi dito para trás. Aliás a este propósito tenho uma dúvida inquietante: Porque é que não existem imagens, de outros ângulos, de um desses lances capitais do jogo, sabendo-se que existem câmaras junto às linhas laterais? É que para quem viu o jogo ao vivo, o lance deixou muitas dúvidas.

Taxativo - mais um da mesma fonte

desculpas, cadeiras e muita hipocrisia (António Boronha)

Tuesday, September 02, 2008

Problemas de memória?

Mourinho: «É a 1.ª vez que contrato jogador que me marcou um golo»


Assim de repente lembro-me do Tiago e do Drogba. Este último, se a minha memória também não me atraiçoar, até marcou dois golos no mesmo jogo...

Taxativo

O homem do saco (António Boronha)

Mais um delírio

Mais um caso grave de delirium tremens, aqui atenuado pelo facto de as declarações terem sido proferidas depois do jantar...no entanto, agravado por outro facto - o de o autor das mesmas ser jurista...

Monday, September 01, 2008

Carta ao Sr engraçado

Sr. engraçado, presumo-o enfiado numa cave qualquer a vasculhar jornais, à procura de algo que lhe permita continuar com a sua logorreia diária que apenas tem como objectivo satisfazer a sua sede de protagonismo.

Presumo, também, ser um indivíduo que se julga erudito, de uma erudição muito holística, já que, do futebol ao Direito, a sua auto-declarada sapiência abarca tudo. Tenho o sonho de que chegue o dia em que nos poupe das suas boçalidades. Que seja despedido dos órgãos de comunicação onde trabalha e que nunca mais seja admitido em nenhum deles.

É o maior castigo que lhe podem aplicar, no âmbito, das mais elementares regras do bom senso e do bom gosto.

Porque o Sr. não é jornalista, nem comentarista. O sr. se fosse jornalista ou comentarista saberia que não pode confundir coacção com um acto que quando muito pode configurar, no âmbito do direito penal, a prática de um crime de ofensas corporais simples.

O sr. não merece a atenção dos adeptos (inteligentes) de futebol porque os seus argumentos são “vulgarmente pouco inteligentes” ao ponto de misturar, no âmbito dos regulamentos do futebol, faltas dos espectadores (Secção VII) com faltas específicas dos clubes (Secção II)...

E mais: a sua subjectividade (ou demagogia, como preferir) é tão disparatada que até se poderia afirmar que resulta de um aparente delirium tremens.

Estimo-lhe as melhoras, a si e ao nosso futebol, que ainda tem que levar consigo. São coisas engraçadas…

Thursday, August 28, 2008

Wednesday, August 27, 2008

Três pequenos e breves apontamentos

1) Paulo Gomes, o atleta português que alcançou o brilhante 30º lugar na maratona masculina em Pequim, correu a prova com umas "sapatilhas" oferecidas pela Junta de Freguesia...

2) A décalage que se verificou num jogo entre um candidato ao título português e um candidato ao título espanhol, evidencia bem a dura realidade do nosso "futebolzinho".

3) O V. Guimarães foi fortemente prejudicado pela equipa de arbitragem (no D. Afonso Henriques também), no entanto, acredito que há males que vêm por bem...

Monday, August 25, 2008

Começou a triste e pobre Liga Sagres

Cumprida que está a primeira jornada da Liga portuguesa, chega a altura das primeiras análises, no entanto, desta vez, e ao contrário do que tem sido apanágio deste espaço, vou deixar o lado técnico para outras núpcias, pois entendo que o que tem que ser ressaltado são outros aspectos…

A época oficial começou com o indecoro de ver na final da Supertaça, a imagem desavergonhada do vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, sentado na tribuna ao lado de um dirigente que está a cumprir pena de suspensão por tentativa de corrupção de árbitros. Mas já antes disso, pudemos também presenciar a imoralidade da inscrição nas competições profissionais, de um clube completamente falido, com dívidas astronómicas ao Fisco e à Segurança Social…

Durante o defeso, também todo o país pôde presenciar a obscenidade dos estratagemas mafiosos ocorridos na FPF…mas a este nível, alimentam-se muitas esperanças com a chegada do "varredor de lixo", Carlos Queiroz, que até, segundo alguma imprensa desportiva, já evidenciou dotes de grande estratega em comparação com o seu antecessor, isto depois de um jogo frente a uma selecção que ocupa a posição 196 do rankink FIFA…

Hermínio Loureiro dizia ontem no programa Domingo Desportivo (saúda-se o regresso deste clássico), que tudo tem sido feito pelo aumento da competitividade da agora denominada Liga Sagres, para que se diminua o gap entre os “grandes” e os clubes mais pequenos – foram mais ou menos estas as suas palavras. Como? Era a pergunta que se impunha mas que lamentavelmente não chegou a surgir. Será que anda a ser distribuído dinheiro por esses clubes? Sinceramente, não dá para perceber.

A verdade é que ainda agora começou, e já dá para perceber que esta liga será tão competitiva como as anteriores, tirando os três grandes a que este ano se junta o Sp. Braga, o panorama é o de sempre: clubes falidos e desestruturados como é o caso do Estrela da Amadora, ou que vivem num desafogo económico virtual de que é exemplo o V. Setúbal, sobrevivendo muito à custa das esmolas (vulgo empréstimos) dos três grandes ou das incursões em mercados de segunda e terceira categoria. No que respeita a este último aspecto, o CF Belenenses, esta época é um verdadeiro paradigma, com um amontoado de jogadores oriundos das divisões secundárias do Brasil e um ou outro “reserva” de equipas do principal escalão.

Os jogos continuarão a ser pobres, com pouca qualidade técnica e táctica, onde imperará, por parte dos clubes pequenos, o bloco baixo, a procura do erro do adversário e em alguns casos de vez em quando até o contra-ataque e o ataque rápido – não se critica, são os argumentos possíveis, já em relação ao anti-jogo, a história é outra e aí veremos se haverá algum resultado prático do estágio dos árbitros em Melgaço, que Vítor Pereira e Hermínio Loureiro tanto fizeram questão de publicitar. Para já, a avaliar pelos enormes erros já ocorridos na primeira jornada, não se vislumbram grandes novidades.
Os estádios, depois da partida dos muitos emigrantes que se encontram por esta altura no país, continuarão “às moscas”.
Os clubes e o futebol de uma maneira geral, vão definhando, contudo, o maná de Joaquim Oliveira e seus pares continuará a crescer.

Friday, August 22, 2008

Salto de ouro

Este espaço destina-se exclusivamente ao futebol, contudo, uma medalha de ouro olímpica não pode de forma alguma deixar de merecer o seu devido destaque.

Estes jogos, no que à prestação portuguesa diz respeito, não podem servir apenas para os habituais protocolos institucionais e para o abarrotamento do ego dos portugueses.

Uma medalha de ouro e uma de prata da campeoníssima Vanessa Fernandes, já para não falar dos campeões Gustavo Lima, Telma Monteiro, Ana cabecinha e outros que não alcançando as medalhas, tiveram prestações honrosas e dignificantes, para um país da nossa dimensão e que tanto destrata as ditas modalidades amadoras, é obra! Obra que resulta essencialmente da "carolice" dos atletas e de mais uns quantos que lhes alicerçam as carreiras, porque, como já aqui foi dito, Portugal está muito atrasado em termos de organização desportiva, o que é pena, pois talento e vontade de alguns não vai faltando...

Wednesday, August 20, 2008

Um pequeno parêntesis

Após uma longa ausência e contrariando o espírito e vocação deste espaço, apraz-me tecer algumas considerações acerca do maior espectáculo desportivo do planeta.

Não percebo patavina de esgrima, canoagem, judo e tantas outras modalidades que nos têm entrado diariamente pela casa adentro por via do ecrã da televisão. No entanto há várias coisas que o maior dos leigos na matéria entende. Num país com um extraordinário défice de organização desportiva e uma tremenda falta de cultura desportiva, é no mínimo ridículo que se coloque uma fasquia tão alta relativamente aos resultados dos nossos atletas. É no mínimo, também absurdo que agora esteja todo o pacóvio país a achincalhar aqueles que durante quatro anos trabalharam com as condições mais terceiro-mundistas que se possam imaginar, só porque não ganharam uma medalha ou porque, na ressaca dos resultados e porque não lhes foi concedida a preparação necessária para lidar com este tipo de ambientes, proferiram declarações pouco avisadas. Pouco felizes, sim, foram as declarações da única medalhada até ao momento. Vanessa Fernandes que até dispõe de melhores condições a vários níveis face a grande parte dos atletas lusos presentes em Pequim, com a aura moral da medalha conquistada, decidiu ainda dar mais força à campanha de aniquilação de muitos dos seus colegas de comitiva…

Não digo que não existam casos de atletas que terão sido pouco ambiciosos, também não nego que a ladainha das desculpas com arbitragens e outros factores não pegue, mas afinal não será também este um traço vincado da nossa cultura desportiva?


Organizações desportivas e/ou organizações associadas ao desporto, Governo e comunicação social, todos têm responsabilidade neste ruído enfadonho que se começa a criar em torno da participação portuguesa nas Olimpíadas. O mais lamentável é que os primeiros continuarão a não assumir as responsabilidades, a sacudirem a água do seu capote e a não darem o passo essencial e óbvio: começar da estaca zero no que à organização desportiva diz respeito.

Thursday, July 31, 2008

Férias



De férias até dia 15 de Agosto.


Aproveito para desejar umas óptimas férias a todos os que por aqui passam.

Wednesday, July 30, 2008

Frases

«Quaresma não é um campeão. É um driblador. Quando está num dia bom, enerva muita gente. Mas, normalmente, não faz a diferença. Quando era novo, parecia um campeão, mas hoje em dia é apenas um bom jogador»

Arrigo Sacchi, declarações ao jornal italiano Gazzetta dello Sport

Friday, July 25, 2008

SL Benfica: primeira ilação de pré-época

A primeira grande ilação que se pode retirar dos dois jogos que o Benfica realizou até ao momento, é a de que Nuno Assis não pode ser dispensado.

Assis tem sido dos jogadores mais subaproveitados neste Benfica. Apenas Trapattoni e Fernando Santos souberam tirar partido do jogador. Os outros, ou apostaram pouco nele ou inventaram posições e funções que não potenciam as suas óbvias qualidades.

O jogador, que até nem colhe a simpatia de adeptos e imprensa, é daqueles que até pode nem ter um grande repertório de fintas e outros truques (em alguns casos tão vistosos como inócuos), no entanto, Assis é daqueles que nunca desaparece dos jogos, participa como poucos na manobra colectiva da equipa, decide quase sempre bem e procura sempre criar desequilíbrios.

Hoje, frente ao Blackburn foi o melhor em campo.

Guilherme Aguiar no país das maravilhas

Quem acompanha com alguma regularidade o programa "Dia Seguinte" da SIC Notícias, sabe que é costume Guilherme Aguiar dizer que não viu o jogo que está a ser discutido. Como tal, estas suas fantasiosas declarações não podem surpreender ninguém. Guilherme Aguiar nunca vê o jogo! O pior é que opina sempre sobre ele...

Thursday, July 24, 2008

Frases

«Não tem nada a ensinar aos nossos treinadores, não acredito que vá fazer uma revolução no futebol italiano. Se houver 1 por cento de novidades com Mourinho, já será muito»



Fabio Capello, entrevista ao jornal La Repubblica (na íntegra).

Tuesday, July 22, 2008

O futebol também te agradece João

Depois de Rui Costa chega a vez de outro jogador brilhante colocar um ponto final na carreira.

O menino de ouro da Luz ou o grande artista de Alvalade deliciou todos os amantes do jogo durante duas décadas. Faltou-lhe dar o salto para outro campeonato para que pudesse ser reconhecido como um dos melhores de sempre. Optou sempre por ficar cá no nosso pequenino burgo. No momento do adeus, João Pinto disse que agradecia ao futebol. O futebol também lhe agradece, e sobretudo o português, pois ficou sempre mais rico com a sua presença (e sabe-se bem o quanto custa enriquecer este nosso definhado futebol), mas, indiscutivelmente, João Pinto merecia muito mais. Não apenas o seu futebol, mas o seu carácter e profissionalismo que também por cá foi vilmente atacado.

No entanto, para quem verdadeiramente gosta deste desporto, João Vieira Pinto foi um dos melhores de sempre e é isso que permanecerá na memória.

Obrigado João, por tudo.

Sunday, July 20, 2008

Recomendações de leitura

Futebol de rua um beco com saída: Jogo espontâneo e prática deliberada

Autor(es): Hélder Fonseca; Júlio Garganta

Thursday, July 17, 2008

Maestro fora dos relvados também!

Quando já muitos se começavam a afogar em saliva, à espera que esta contratação abortasse, para assim poderem ver confirmados os seus prognósticos fatalistas relativamente às novas funções de Rui Costa, eis que se confirma uma extraordinária aquisição para o Benfica e em paralelo para um cada vez mais depauperado futebol luso.

Friday, July 11, 2008

Thursday, July 03, 2008

Montanhas a parirem ratos...

"Em 2008/2009, a tentativa de corrupção não será punida com a descida de divisão, ao contrário do que propôs na Assembleia Geral de ontem a Comissão Disciplinar da Liga. Em contrapartida, para que haja culpa de corrupção consumada deixou de ser necessário provar que houve benefício. Foram essas as principais decisões tomadas numa reunião que acabou interrompida às 00h30 e adiada para a próxima quarta-feira.
Até então os membros da Liga tinham aprovado, por maioria, alterações ao artigo 51, nrº 1, referente à corrupção consumada, que passou a ter uma redacção mais próxima da que consta do Código Penal. Para além da questão do benefício, a pena máxima passou a ser a descida de duas divisões, ou seja, ficou aberta a possibilidade exclusão das provas profissionais.
A forma tentada, até aqui punida com a subtracção de três pontos e derrota, prometia ser a estrela da assembleia, por ter sido essa a alínea que valeu ao FC Porto o processo actualmente de em fase de recurso no Conselho de Justiça da FPF. Para além dos dragões, também o Sporting votou contra a proposta da Comissão Disciplinar, que pretendia passar a punir esse ilícito com a dita descida de divisão. Foram os próprios leões quem propôs a alternativa: o agravamento da pena para seis pontos, mais derrota ..."


Notícia completa em O Jogo

Já agora, a parte a negrito terá alguma coisa a ver com isto?

LDU Quito vence Copa Libertadores 2008

Parte do Rio de Janeiro viveu ontem um novo Maracanazo. O Fluminense que trazia do Equador, uma desvantagem de 4-2, iniciou o jogo a perder. Com 5 minutos decorridos, uma fantástica iniciativa de Guérron, finalizada por Bolaños deixou o Maracanã a rezar. Contudo, os brasileiros, sob a batuta do seu nº10, Thiago Neves (autor dos 3 golos da equipa), viraram o jogo. A eliminatória estava assim empatada. Foi na marcação de grandes penalidades que os equatorianos acabaram por sorrir. Cevallos foi o herói, tendo defendido os remates de Thiago Neves, Dario Conca e Washington.

Quanto ao jogo, há que dizer que foi o futebol em estado puro, assente no primado da técnica. (será quase impossível ver uma final da liga dos campeões jogada desta forma). Sem qualquer organização táctica, a bola viajava sistematicamente de área a área, tendo andado mais perto do último reduto equatoriano, já que a equipa tricolor foi sempre, naturalmente, quem mais fez por marcar golos. A equipa do Quito, procurava mais o contra-ataque.

Emoções, golos, futebol ofensivo, drama…Uma coisa é certa, apesar de em Portugal, o jogo ter começado às duas horas da madrugada, dificilmente alguém poderá ter adormecido…

Euro 2008: considerações finais

De uma maneira geral, e contrariando as opiniões expressas por Carlos Queiroz antes do inicio do torneio, a qualidade dos espectáculos que este Europeu proporcionou é inegável. Houve boas equipas, uma série de bons jogos, com emoção, com futebol ofensivo, com jogadores de qualidade…

Quanto a inovações de ordem táctica, já se sabe que isso é chão que dificilmente dará uvas, no entanto, podem aferir-se algumas tendências que podem servir para reflexão. Desde logo, a predominância, em termos de sistema de jogo, do 4-4-2 clássico e do 4-5-1, este com variações da linha intermédia entre o 2-3 e o 1-4. No que respeita ao primeiro, penso que a opção por ele se relaciona com outro aspecto porventura mais importante, ou seja, o pressing. Tendo este sido definido na zona do meio campo, ou do meio campo defensivo, configurando-se em quase todas as equipas um bloco médio-baixo, o 4-4-2 clássico permite, nesta circunstância, para além de uma ocupação racional do espaço de jogo, uma organização defensiva a toda a largura do terreno, com duas linhas de jogadores muito próximas e um bom preenchimento do corredor central do sector defensivo. O 4-5-1, mantém este postulado e acrescenta-lhe o do "centro-campismo" que vinga no futebol desde o final da década de 70…

Ao ferrolho grego de 2004, sucede o futebol atraente da posse de bola e da criatividade espanhola.

A Otto Reaghel, sucede Luís Aragonês (pelo meio ainda houve Lippi no Mundial de 2006), dois decanos do futebol, o que vem de certa maneira desmistificar uma ideia muito em voga: a associação deste perfil de treinador a alguma falta de ambição.

Para além da sensacional e vencedora Espanha, há que destacar a sensacional e dramática Turquia e o seu treinador Fatih Terim. Foi uma equipa com algumas insuficiências, mas que com muita alma e muito dedo do seu treinador, alcançou umas honrosas meias-finais onde acabaria por sucumbir da mesma maneira com que sucumbiram os seus anteriores adversários.

A Rússia é também um dos óbvios destaques positivos, pela qualidade do seu futebol e de muitos dos seus jogadores.

A desilusão maior foi a caricatura de equipa que foi a selecção francesa. Não creio que o principal problema esteja, tal como muitos têm referido, na idade avançada de muitos dos seus jogadores ou na ausência de Zidane, não obstante a falta do mago ter que ser necessariamente sentida. Penso é que as opções de Domenech terão sido muito discutíveis, desde logo ao nível da convocatória, e depois nas escolhas e nas opções tácticas.

A selecção italiana também nunca se encontrou consigo própria, tendo andado às apalpadelas em busca de um modelo de jogo ideal e até mesmo de um sistema. É claro que as lesões (sobretudo no sector defensivo) e os castigos também tiveram um papel determinante para explicar esse desacerto.

Concordo plenamente com a escolha de Xavi para melhor jogador do torneio. Contudo, penso que essa distinção também assentaria muito bem em Marcos Senna.


Por último, a minha selecção:

Treinador: Luís Aragonés

Guarda-redes: Casillas; Buffon; Akinfeev

Defesas: Sérgio Ramos; Puyol; Marchena; Zhirkov; Razvan Rat; Cosmin Contra; Panucci

Médios: Marcos Senna; Xavi; Iniesta; Deco; Tuncay; Hamit Altintop; Sneijder; Van Der Vaart; Zyryanov; Ballack

Avançados: David Villa; Fernando Torres; Pavlyuchenko; Arshavin

Monday, June 30, 2008

Espanha campeã da Europa

Confirmou-se. A Espanha é a actual campeã da Europa. Com um percurso irrepreensível, apenas com vitórias, sem golos sofridos na fase final, aquela que era reconhecida à partida, por muitos, como a selecção mais valiosa do ponto de vista das individualidades que a compunham, mostrou uma qualidade de jogo colectivo absolutamente inquestionável. Hoje, um pouco por todo o mundo, a selecção espanhola é alvo dos maiores elogios.

Em síntese, depois do que já foi escrito neste espaço, existem alguns aspectos dignos de uma nota final. Um deles diz respeito à solidez do modelo de jogo espanhol. Em 4-4-2 ou em 4-1-4-1, fosse qual fosse o adversário, a equipa manteve sempre os mesmos princípios, a mesma identidade. Outro aspecto tem a ver com a simplicidade de processos. Foi um futebol simples, atractivo, eficiente e eficaz aquele que foi praticado pelos actuais campeões europeus.

Thursday, June 26, 2008

OLÉ


Houve quem dissesse que o resultado do primeiro jogo entre as duas equipas havia sido algo “mentiroso”. Talvez, mas apenas nos números. Se dúvidas houvessem em relação à superioridade espanhola, elas dissiparam-se todas no jogo de hoje.

Penso naquela máxima que diz que uma equipa só joga aquilo que a outra deixa, que aqui se pode aplicar às duas equipas. Talvez haja uma maior tendência, atendendo às recentes e sensacionais exibições russas, para se pensar que os comandados de Hiddink hoje não estiveram no seu melhor. Também porque apesar de se reconhecer a enorme qualidade da equipa espanhola, parece-me ter prevalecido na mente de alguns analistas aquele estigma histórico da “fúria espanhola” que acaba sempre por fracassar nos momentos decisivos. No entanto, eu prefiro olhar sempre (salvo algumas óbvias excepções) para a perspectiva de quem vence, e foi notório que a superioridade técnica, táctica e criativa dos espanhóis, esterilizou por completo o futebol da equipa russa.

Ao contrário do que se passou no jogo frente à Holanda, desta vez os russos tiveram uma atitude mais expectante, sobretudo, os dois jogadores mais adiantados que não pressionaram tão alto. Terá sido uma opção estratégica, devido ao reconhecimento da enorme qualidade do sector intermediário espanhol, que é onde começa efectivamente a construção de jogo da equipa, através de Xavi e Senna. Também porque pressionar Sérgio Ramos, Marchena ou Puyol não garante a mesma eficiência e eficácia que pressionar Boulharouz, De Jong ou Mathijsen. O meio campo espanhol foi assim convidado a fazer o que mais gosta: ter a bola e fazê-la circular com precisão. E há um pormenor que faz muita diferença, é que os médios espanhóis jogam sempre de cabeça levantada.

A organização defensiva da Espanha foi também de uma enorme eficiência, juntando sempre duas linhas de jogadores muito próximas uma da outra, à frente da sua grande área. Os duelos individuais penderam também quase sempre para o lado espanhol, com destaque neste particular para a actuação de Sérgio Ramos que, para além do excelente jogo em termos ofensivos ainda secou ” Zirkhov - uma das maiores fontes de desequilíbrio do jogo russo.

Agora falta apenas um jogo, frente a uma Alemanha que escapou ilesa e vencedora de um sufocante “banho turco”, para nuestros hermanos conseguirem aquilo que procuram há muito tempo.

Wednesday, June 25, 2008

O mito Queiroz

Está em curso uma verdadeira campanha a favor da contratação de Carlos Queiroz para futuro seleccionador nacional. Há até quem vá mais longe e defenda que o actual adjunto de Alex Ferguson deveria ser o responsável por toda a “estrutura” do futebol de selecções…

Devo confessar que não tenho memória de ver um treinador adjunto tão glorificado como é Carlos Queiroz. A coisa é de tal modo exacerbada que até parece que o Manchester United só conquistou títulos desde que o treinador português lá aterrou.

A verdade é que o professor a nível de futebol sénior esteve sempre muito longe do sucesso. Como seleccionador nacional falhou a qualificação para o campeonato do mundo dos Estados Unidos. No Sporting, tendo ao seu dispor um dos melhores plantéis de sempre da história do clube, conquistou apenas uma Taça de Portugal. Foi seleccionador da África do Sul, conseguindo a qualificação para o Mundial 2010. Em Espanha, numa breve e fracassada passagem pelo Real Madrid, conquistou uma Supertaça. Esta é a realidade, o resto são fábulas.

Apontam ao professor a "paternidade" de uma geração de futebolistas brilhantes, aquela que ficou conhecida por geração de ouro. Pois é, ele estava lá, em Riad e em Lisboa, e claro que neste particular não se pode escamotear o mérito nos sucessos alcançados. Agora, daí a dizer-se que Queiroz foi o visionário que inventou a formação no nosso país, é que me parece uma ideia alucinada. Então e os clubes? Não formaram jogadores, muitos dos que compuseram a dita geração dourada? E não têm continuado a fazê-lo? E já não o faziam antes de Queiroz ter passado pelos quadros da FPP?

Fernando Pessoa escreveu que criar mitos é o mistério mais alto que a humanidade pode realizar.

De facto, há mistérios insondáveis…

Sunday, June 22, 2008

Espanha: vencendo o destino


Quando Fabregas enfiou a bola dentro da baliza de Buffon, não foi apenas a Itália que acabou derrotada, foram as superstições, as premonições, em suma, a fatalidade que tem sempre perseguido nuestros hermanos nestas competições.

A Espanha foi a única equipa, das que tiveram uma fase de grupos tranquila, a passar os quartos-de-final e ontem, não obstante ter sido a equipa que mais procurou a vitória, também teve o mérito de o ter feito sem cair na tradicional fúria que tantas vezes a traiu no passado.

Dos quatro semi-finalistas, a equipa de Aragonés, é aquela que para além de juntar o melhor conjunto de individualidades, também tem demonstrado uma qualidade muito interessante ao nível do seu jogo colectivo, com princípios bem definidos. Marcos Senna, mais posicional à frente da defesa é o garante dos equilíbrios do onze; de perfil com o brasileiro naturalizado espanhol, Xavi é invariavelmente o grande responsável pelo início da construção de jogo. Nas alas, Silva e Iniesta, procuram os movimentos interiores e combinações simples com os dois avançados, Villa e Torres, que não dão apenas profundidade mas também largura ao processo ofensivo, através da permanente mobilidade, que os faz aparecer muitas vezes nos corredores laterais. Este tem sido o retrato dos espanhóis ao longo dos quatro jogos já disputados.

Até as alterações que têm sido feitas no decorrer dos jogos, parecem respeitar um plano de jogo prévia e escrupulosamente concebido, com os jogadores que entram a terem exactamente os mesmos desígnios dos que saem: Xavi por Fabregas, Iniesta por Cazorla (neste caso dando mais profundidade ao corredor direito) e troca de um dos avançados. Fica a dúvida de saber se o plano compreende soluções para a hipótese de ter que dar a volta a uma desvantagem…

Saturday, June 21, 2008

A Rússia é que é mecânica!






Guus Hiddink


Há muito tempo que não via uma equipa tão empolgante quanto esta Rússia de Hiddink. É um facto que não começaram o torneio da melhor maneira, mas aos poucos, têm vindo a revelar um futebol extremamente interessante. A laranja, que muitos se apressaram a apelidar de mecânica, foi espremida por uma equipa russa, essa sim, com muito de mecânica, na forma como abordou este jogo. Desde logo na forma como os dois avançados móveis e “defensivos” caíam em cima dos defesas laranjas assim que estes tentavam iniciar a primeira fase de construção e também na forma apoiada e harmoniosa como construíram as suas jogadas ofensivas. A Holanda, tal como já tinha escrito aqui, é uma equipa cujo modelo de jogo, em termos ofensivos, assenta no método do ataque rápido e do contra-ataque, algo que os russos nunca lhes permitiram explorar, fruto de uma consistente transição defensiva.

A equipa de Hiddink dominou e controlou o jogo. O seu ponto menos forte foram as bolas paradas, tendo sido através desses esquemas tácticos que os holandeses criaram as suas maiores situações de perigo, chegando mesmo a concretizar uma delas. No entanto, os primeiros minutos do prolongamento mostraram que muito dificilmente a vitória escaparia a quem mais fez por ela.


Guus Hiddink continua a obter resultados assinaláveis. Quem tem acompanhado o seu percurso, reconhece facilmente neste futebol, a marca do treinador holandês.

Arshavin é simplesmente brilhante. Com apenas dois jogos realizados já conquistou lugar de honra na história deste europeu, para além de ser já o mais sério candidato a melhor jogador do torneio.

Friday, June 20, 2008

Contra factos não há argumentos. Obrigado Scolari e boa sorte

O primeiro jogo de uma equipa nacional vestindo uma camisola com as cinco quinas gravadas ocorreu em Dezembro de 1921.
Das 18 edições de campeonatos do mundo de futebol, Portugal teve lugar em apenas 4, sendo que o melhor resultado alcançado foi um 3º lugar em Inglaterra, no ano de 1966. Depois dessa data, a selecção lusa só voltaria a marcar presença no dito certame, 20 anos depois, em 1986, no México, tendo-se aí feito notar mais pelo que se passou fora dos relvados do que dentro deles, numa epopeia que ficou vergonhosamente conhecida como o caso Saltillo. A partir daí, falharam-se três qualificações (90, 94 e 98). Apenas voltaríamos a marcar presença na maior competição futebolística do planeta, em 2002 na Coreia/Japão – prestação inglória, novamente manchada com episódios rocambolescos pouco relacionados com a bola e os relvados.

No que respeita a campeonatos da Europa, a nossa selecção esteve presente apenas em três edições: em 1984 onde chegámos às meias-finais, o que até terá sido quase um milagre face aos conflitos de interesses e às rivalidades clubísticas que minavam o seleccionado luso e que tiveram enormes repercussões, muitas das quais só conhecidas anos depois. A equipa portuguesa só voltaria a marcar presença num campeonato da Europa, 12 anos depois, ou seja, três edições depois, em 1996 em Inglaterra atingindo os quartos de final da prova. Em 2000, na Bélgica/Holanda, a equipa das quinas voltaria a ter sucesso, alcançando as meias-finais.


Desde que Scolari chegou à selecção, na sequência da vergonha que ocorreu em terras asiáticas, a equipa portuguesa atingiu a final do Europeu em 2004, realizado no nosso país. De seguida foi conseguida a qualificação para o campeonato do mundo de 2006, no qual foi alcançado o 4º lugar. E por último, após conseguir a qualificação para o Europeu que actualmente decorre na Áustria e Suiça, acabámos por sucumbir nos quartos de final da prova.

Em termos temporais, os dois primeiros parágrafos dizem respeito a 82 anos. O último apenas se refere a 4 anos. Julgo que não será preciso acrescentar mais nada.

Para além dos resultados, Scolari conseguiu colmatar e disfarçar as fragilidades de uma federação que nunca passou de uma autêntica confraria, promotora de favores e de obscuros interesses pessoais e/ou institucionais.
A selecção nacional foi sempre uma plataforma por onde gravitaram esses mesmos interesses, o que conduziu muitas vezes aos já mencionados acontecimentos que envergonharam o povo português. Também desta forma se foi desenvolvendo, ao longo dos anos, um enorme distanciamento entre os portugueses e a selecção nacional, algo que, como facilmente se reconhece, se alterou substancialmente com Scolari.


Contestar estas evidências é de um autismo tão atroz que nem vale a pena rebatê-lo.

Por tudo isto, eu como tenho memória e sei ser grato, digo: muito obrigado Luiz Felipe Scolari e boa sorte em Londres.





Thursday, June 19, 2008

A grande razão do adeus lusitano


Não interessa muito analisar se as bolas paradas foram defendidas à zona, ao homem, ou num misto das duas coisas.

Não é de grande importância estar a analisar os erros individuais e colectivos.

Não será agora pertinente constatar que se esperava mais deste ou daquele jogador.

A conversa sobre a ida do seleccionador para o Chelsea é uma patetice.

Mais importante que essas coisas todas - que serão escalpelizadas até à exaustão nos próximos dias - e acima de tudo, o que é lúcido, é reconhecer que o homem da fotografia foi o grande vencedor do primeiro jogo dos quartos de final da prova. Este foi um exemplo claro de um caso em que o sistema de jogo (disposição de base dos jogadores em campo) foi determinante para o que sucedeu no jogo. E não só, claro...

Tuesday, June 17, 2008

Que jogos anda a ver Menotti?

César Menotti escreve hoje no jornal Record o seguinte: "...Quando recebe a bola [Ronaldo],conta-os. Se forem menos de quatro pela frente, ataca-os. Se forem mais de quatro entrega ao lado e fica a olhar. Deco, quando tem a bola controlada, pensa no passe mágico. Se o somarmos a Simão, que quer sempre mostrar que é habilidoso e a Nuno Gomes, que pensa sempre como goleador e não como avançado, então percebemos como se ressente o colectivo..."

César L. Menotti, Afinal sabem jogar, in Jornal Record, 17 Junho de 2008


Os jogos que tenho visto levam-me a discordar rotundamente de Menotti.
Ronaldo ataca sempre, mesmo que sejam 11 à frente dele... Deco, antes de ter a bola já está a pensar (ou já pensou) no passe mágico. Quanto a Simão, Menotti deve tê-lo confundido com Quaresma. Com Nuno Gomes passa-se precisamente o oposto do que diz o argentino.

Sunday, June 15, 2008

Notas do Euro

Li no jornal A Bola, que não haveria um português que não estivesse feliz com o afastamento dos gregos. Enganam-se, há pelo menos um português que não partilha desse sentimento, muito menos o entende.
A Grécia nunca ganharia um concurso de beleza futebolística, é certo, mas ganharam o último europeu com todo o mérito. Isto parece-me mais que óbvio. No dia em que a finalidade do jogo não passe exclusivamente por introduzir a bola o maior número de vezes possível na baliza adversária, evitando que a mesma entre na própria baliza e seja criado um júri que faça uma espécie de avaliação técnica como na patinagem artística, então talvez possamos questionar o triunfo grego, e muitos outros alcançados ao longo da história do futebol…

Anda toda a gente maravilhada com a selecção holandesa. Também acho a equipa muito interessante, no entanto daí a fazerem-se comparações com a laranja mecânica de Rinus Michels, muito mais que um exagero, é quase um sacrilégio.
É mais um lugar-comum clássico. Tal como a Itália, na cabeça de muita gente, é e será sempre olhada à luz do catenaccio, os holandeses são e serão sempre olhados à luz do futebol total

A Filosofia futebolística que celebrizou a selecção holandesa do mundial de 74 e também da que foi campeã europeia em 88 e que lhes valeu o epíteto de laranja mecânica (mais à primeira), assentava no axioma da posse e circulação de bola, com permanentes variações do ângulo do jogo, produzindo um futebol fluído, ofensivo e espectacular. O futebol total foi uma revolução táctica que marcou indelevelmente o jogo.

Esta equipa orientada por Van Basten, não é uma equipa eminentemente ofensiva, sendo que um dos pontos de destaque até é precisamente a sua consistência defensiva. A equipa raramente se desequilibra, fruto de uma linha defensiva que, com excepção de Van Bronckhorst, a espaços, raramente se envolve em acções ofensivas. No lado direito da defesa joga um central, Boulahrouz, que se preocupa essencialmente em fechar o seu corredor. À frente deste quarteto, está um duplo pivot também essencialmente com missão defensiva. Desta forma, soltam-se a criatividade e capacidade técnica de Sneijder (uma das grande figuras do torneio até ao momento) e Van Der Vaart. Os processos ofensivos até assentam no contra-ataque e no ataque rápido (5 dos 7 golos marcados derivaram deste tipo de acções), não que a equipa não seja forte em posse, mercê da referida qualidade dos seus jogadores, sobretudo os da segunda linha do meio campo. Mas até as opções de Kuiyt e Sneijder nos corredores laterais denotam uma preocupação defensiva. O primeiro pela cultura de transição defensiva apreendida e aprendida no Liverpool onde também joga muitas vezes nos corredores laterais e o segundo pelo facto de também estar habituado a ocupar a zona central do campo, zona habitual de pressão, onde joga com eficiência .

Suiça 2-0 Portugal: para acalmar e para não tirar grandes conclusões


Resultado óptimo para refrear certos ânimos. No entanto, daqui não se tirem ilações precipitadas tais como a de se pensar que não existe “segunda linha” na selecção. Um onze que inicia o jogo com 8 alterações face à equipa habitual, não é a mesma coisa que um desses jogadores da chamada segunda linha entrar a meio de um jogo que está a ser jogado pelos habituais titulares.

Em termos colectivos, o meio campo com jogadores mais posicionais como Meira e Veloso acabou por se revelar pouco proficiente em termos de construção, isto apesar de Meira ter cumprido razoavelmente a sua missão. Meireles, o mais dinâmico dos três também acabou por não aparecer no jogo. A entrada de Moutinho explicou bem o que estava a faltar naquele meio campo.

Os processos ofensivos ficaram assim, à semelhança do que já sucedera muitas vezes na fase de qualificação, muito previsíveis, com bolas longas para os alas que facilmente se perdiam, quer por via da acção dos defesas suíços, quer por via das, por vezes, inconsequentes acções dos jogadores que ocupavam essas posições.
Em termos individuais, destaque para Hélder Postiga que esteve em alguns dos melhores lances ofensivos da equipa, tendo inclusive marcado um golo que foi mal anulado pelo árbitro.

Thursday, June 12, 2008

Áustria 1-1 Polónia: a vontade de reentrar na história


Em teoria, os nomes das duas selecções não faziam antever um espectáculo de grande pompa, no entanto, acabou por ser um jogo bastante interessante de seguir.

A primeira parte mostrou-nos a equipa da casa a lutar contra o adversário, mas sobretudo contra as suas próprias limitações, contra a descrença do seu povo e contra o rótulo de “patinho feio”, como que a querer fazer lembrar-nos que em tempos idos, o patinho já foi um belo cisne. A equipa polaca parecia confusa em campo com a avalanche ofensiva dos austríacos que faziam desse modo jus à célebre frase: “ A melhor defesa é o ataque”, proferida pelo seu conterrâneo e mítico treinador do início do século passado, Hugo Meisl. É certo que no meio dessa vontade, luta, e sucessivos ataques à baliza polaca, houve alguma ingenuidade, inexperiência e também alguma falta de capacidade técnica e táctica que acabaram por contribuir para a dura punição do golo que acabariam por sofrer.

A segunda parte foi diferente, o corpo e principalmente a alma foram-se desvanecendo e o adversário foi controlando um jogo que cada vez mais parecia correr-lhe de feição. Só que já nos descontos, o apito do árbitro a assinalar uma grande penalidade, soou como uma trombeta divina a querer aplicar alguma justiça. Agora, as hipóteses de fazer história passam por uma missão muito difícil: vencer a vizinha e nem sempre simpática Alemanha. Mas vasculhando na história destes dois vizinhos do centro da Europa, encontram-se alguns episódios de missões difíceis, impossíveis até, como aquele ocorrido em 1941 em que o Rapid Vienna - o mais emblemático clube austríaco, então incorporado no campeonato alemão, por via da anexação austríaca - foi campeão da Alemanha.

Wednesday, June 11, 2008

[Portugal 3-1 R. Checa] Homem do jogo: Deco, sem dúvida


Se no jogo frente à Turquia, foi o colectivo que mais mereceu destaque, neste jogo, para além do desempenho colectivo ter sido consistente, há um destaque individual que merece, sem sombra de dúvida, ser feito.

Deco, pelo que jogou, pelo que fez jogar, pela inteligência, visão de jogo, capacidade técnica e muito mais. Foi ele o grande dínamo que acelerou o ritmo de jogo da equipa portuguesa e que mais contribuiu para desmontar o organizado bloco defensivo checo.

O mediatismo de Ronaldo acabou por pesar mais para a UEFA...

Tuesday, June 10, 2008

Espanha 4-1 Rússia: a beleza das coisas simples


Poder-se-á falar em algumas facilidades concedidas por parte dos comandados de Hiddink, no entanto, também será justo dizer que a equipa espanhola fez aquilo que por vezes se torna mais complexo num jogo de futebol, ou seja, as acções simples. É um paradoxo, mas quantas vezes já não observámos situações de jogo onde a solução para uma determinada jogada nos aparece com uma evidência excessivamente óbvia? E não raras vezes, essa solução não se concretiza acabando a jogada por desembocar no insucesso. A este respeito, o segundo golo da Espanha é paradigmático: passe vertical de ruptura efectuado pelo portador da bola, diagonal de um jogador que está próximo, no limite do fora-de-jogo e finalização. Parece fácil, mas não será tanto assim. A jogada implica uma total coordenação entre os dois jogadores. Uma linha de passe nasce a partir do momento em que Iniesta executa o passe em simultâneo com a desmarcação de Villa. É claro que aqui entram as rotinas sistematizadas no treino, as capacidades dos jogadores e um conjunto de outras variáveis, não esquecendo, naturalmente, aquelas que dizem respeito à equipa adversária. Importa referir que esta não foi uma jogada isolada ao longo do jogo.


Foi apenas o primeiro jogo e nuestros hermanos já nos habituaram a estas entradas de rompante que depois acabam por redundar em enormes fracassos, contudo, uma equipa com um meio campo onde pontificam a criatividade e capacidade de passe de Xavi, Iniesta e Fabregas, e que conta com uma dupla de atacantes como Torres e Villa, tem que ser considerada como uma das fortes favoritas a vencer o torneio.

Monday, June 09, 2008

Portugal 2-0 Turquia: afinal há equipa


Para mal dos pecados daqueles que passam a vida a emitir opiniões depreciativas acerca de Scolari e das suas opções, a selecção nacional juntou ao bom resultado, uma consistente exibição no seu jogo inaugural. Apesar do foco excessivo e obsessivo que desde o início do estágio, tem sido apontado para Cristiano Ronaldo, o destaque neste jogo frente à Turquia tem que ser atribuído ao colectivo e não a Ronaldo ou a outra qualquer individualidade, não obstante o lance chave do jogo, ter nascido de um típico movimento de desequilíbrio individual.

A equipa portuguesa esteve bem em termos de organização defensiva (e note-se, foi a equipa e não apenas os defesas), e em termos ofensivos, também houve movimentações que fugiram bastante à previsibilidade patenteada nos últimos jogos da fase de qualificação. A tónica tem que ser posta no colectivo, contudo, penso que para além do excelente jogo de Pepe e Moutinho, há dois jogadores que devido às dúvidas que muitos colocaram face às suas titularidades ou até mesmo convocações, merecem uma nota de destaque: Petit e Nuno Gomes. O primeiro pela sua entrega e disponibilidade, pelas suas acções quer em termos defensivos, quer em termos de pivot, por onde passa muitas vezes a primeira construção de jogo. Quanto a Nuno Gomes, também se deve referir a inteligência habitual, nos movimentos, na leitura de jogo e na finalização, pois as bolas nos ferros são apenas azar…