Thursday, August 28, 2008

Um pouco de Suazo



Wednesday, August 27, 2008

Três pequenos e breves apontamentos

1) Paulo Gomes, o atleta português que alcançou o brilhante 30º lugar na maratona masculina em Pequim, correu a prova com umas "sapatilhas" oferecidas pela Junta de Freguesia...

2) A décalage que se verificou num jogo entre um candidato ao título português e um candidato ao título espanhol, evidencia bem a dura realidade do nosso "futebolzinho".

3) O V. Guimarães foi fortemente prejudicado pela equipa de arbitragem (no D. Afonso Henriques também), no entanto, acredito que há males que vêm por bem...

Monday, August 25, 2008

Começou a triste e pobre Liga Sagres

Cumprida que está a primeira jornada da Liga portuguesa, chega a altura das primeiras análises, no entanto, desta vez, e ao contrário do que tem sido apanágio deste espaço, vou deixar o lado técnico para outras núpcias, pois entendo que o que tem que ser ressaltado são outros aspectos…

A época oficial começou com o indecoro de ver na final da Supertaça, a imagem desavergonhada do vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, sentado na tribuna ao lado de um dirigente que está a cumprir pena de suspensão por tentativa de corrupção de árbitros. Mas já antes disso, pudemos também presenciar a imoralidade da inscrição nas competições profissionais, de um clube completamente falido, com dívidas astronómicas ao Fisco e à Segurança Social…

Durante o defeso, também todo o país pôde presenciar a obscenidade dos estratagemas mafiosos ocorridos na FPF…mas a este nível, alimentam-se muitas esperanças com a chegada do "varredor de lixo", Carlos Queiroz, que até, segundo alguma imprensa desportiva, já evidenciou dotes de grande estratega em comparação com o seu antecessor, isto depois de um jogo frente a uma selecção que ocupa a posição 196 do rankink FIFA…

Hermínio Loureiro dizia ontem no programa Domingo Desportivo (saúda-se o regresso deste clássico), que tudo tem sido feito pelo aumento da competitividade da agora denominada Liga Sagres, para que se diminua o gap entre os “grandes” e os clubes mais pequenos – foram mais ou menos estas as suas palavras. Como? Era a pergunta que se impunha mas que lamentavelmente não chegou a surgir. Será que anda a ser distribuído dinheiro por esses clubes? Sinceramente, não dá para perceber.

A verdade é que ainda agora começou, e já dá para perceber que esta liga será tão competitiva como as anteriores, tirando os três grandes a que este ano se junta o Sp. Braga, o panorama é o de sempre: clubes falidos e desestruturados como é o caso do Estrela da Amadora, ou que vivem num desafogo económico virtual de que é exemplo o V. Setúbal, sobrevivendo muito à custa das esmolas (vulgo empréstimos) dos três grandes ou das incursões em mercados de segunda e terceira categoria. No que respeita a este último aspecto, o CF Belenenses, esta época é um verdadeiro paradigma, com um amontoado de jogadores oriundos das divisões secundárias do Brasil e um ou outro “reserva” de equipas do principal escalão.

Os jogos continuarão a ser pobres, com pouca qualidade técnica e táctica, onde imperará, por parte dos clubes pequenos, o bloco baixo, a procura do erro do adversário e em alguns casos de vez em quando até o contra-ataque e o ataque rápido – não se critica, são os argumentos possíveis, já em relação ao anti-jogo, a história é outra e aí veremos se haverá algum resultado prático do estágio dos árbitros em Melgaço, que Vítor Pereira e Hermínio Loureiro tanto fizeram questão de publicitar. Para já, a avaliar pelos enormes erros já ocorridos na primeira jornada, não se vislumbram grandes novidades.
Os estádios, depois da partida dos muitos emigrantes que se encontram por esta altura no país, continuarão “às moscas”.
Os clubes e o futebol de uma maneira geral, vão definhando, contudo, o maná de Joaquim Oliveira e seus pares continuará a crescer.

Friday, August 22, 2008

Salto de ouro

Este espaço destina-se exclusivamente ao futebol, contudo, uma medalha de ouro olímpica não pode de forma alguma deixar de merecer o seu devido destaque.

Estes jogos, no que à prestação portuguesa diz respeito, não podem servir apenas para os habituais protocolos institucionais e para o abarrotamento do ego dos portugueses.

Uma medalha de ouro e uma de prata da campeoníssima Vanessa Fernandes, já para não falar dos campeões Gustavo Lima, Telma Monteiro, Ana cabecinha e outros que não alcançando as medalhas, tiveram prestações honrosas e dignificantes, para um país da nossa dimensão e que tanto destrata as ditas modalidades amadoras, é obra! Obra que resulta essencialmente da "carolice" dos atletas e de mais uns quantos que lhes alicerçam as carreiras, porque, como já aqui foi dito, Portugal está muito atrasado em termos de organização desportiva, o que é pena, pois talento e vontade de alguns não vai faltando...

Wednesday, August 20, 2008

Um pequeno parêntesis

Após uma longa ausência e contrariando o espírito e vocação deste espaço, apraz-me tecer algumas considerações acerca do maior espectáculo desportivo do planeta.

Não percebo patavina de esgrima, canoagem, judo e tantas outras modalidades que nos têm entrado diariamente pela casa adentro por via do ecrã da televisão. No entanto há várias coisas que o maior dos leigos na matéria entende. Num país com um extraordinário défice de organização desportiva e uma tremenda falta de cultura desportiva, é no mínimo ridículo que se coloque uma fasquia tão alta relativamente aos resultados dos nossos atletas. É no mínimo, também absurdo que agora esteja todo o pacóvio país a achincalhar aqueles que durante quatro anos trabalharam com as condições mais terceiro-mundistas que se possam imaginar, só porque não ganharam uma medalha ou porque, na ressaca dos resultados e porque não lhes foi concedida a preparação necessária para lidar com este tipo de ambientes, proferiram declarações pouco avisadas. Pouco felizes, sim, foram as declarações da única medalhada até ao momento. Vanessa Fernandes que até dispõe de melhores condições a vários níveis face a grande parte dos atletas lusos presentes em Pequim, com a aura moral da medalha conquistada, decidiu ainda dar mais força à campanha de aniquilação de muitos dos seus colegas de comitiva…

Não digo que não existam casos de atletas que terão sido pouco ambiciosos, também não nego que a ladainha das desculpas com arbitragens e outros factores não pegue, mas afinal não será também este um traço vincado da nossa cultura desportiva?


Organizações desportivas e/ou organizações associadas ao desporto, Governo e comunicação social, todos têm responsabilidade neste ruído enfadonho que se começa a criar em torno da participação portuguesa nas Olimpíadas. O mais lamentável é que os primeiros continuarão a não assumir as responsabilidades, a sacudirem a água do seu capote e a não darem o passo essencial e óbvio: começar da estaca zero no que à organização desportiva diz respeito.