Monday, April 30, 2007

Mais uma conquista da "velha raposa"

Giovanni Trapattoni acaba de conquistar o seu 22º título. Desta vez o feito ocorreu na Áustria ao serviço do Red Bull Salzburg. Já aqui escrevi sobre a equipa.

Pode não ser muito apreciado, pode dizer-se o que se quiser sobre ele, mas há uma coisa que é inexorável: Trapattoni é actualmente o treinador que ostenta o maior número de títulos no velho continente - campeão em quatro países.

Friday, April 27, 2007

Taça Uefa: RCD Espanyol: em busca da reconciliação com a Europa

O RCD Espanyol deu ontem enorme passo para a sua “reconciliação” com a Europa. Recorde-se que a equipa espanhola perdeu uma final da Uefa há 18 anos de forma dramática frente ao Bayer Leverkusen, tendo vencido na primeira mão os alemães por 3-0 no, entretanto desaparecido, Estádio Sarriá, viria a perder pelo mesmo resultado em Leverkusen tendo acabado por sucumbir na marcação de grandes penalidades.

Este ano, a equipa da Catalunha, ainda não perdeu um jogo e detém o melhor ataque da prova. Ontem venceu no Olímpico de Montjuic, o Werder Bremen por 3-0.

Terá causado algum espanto a alguns, contudo para quem seguiu a eliminatória frente ao SL Benfica, o feito da equipa espanhola não constituirá surpresa significativa.
O RCD Espanyol chegou mesmo a vulgarizar o actual segundo classificado (a dois pontos do líder) da Bundesliga.

A equipa espanhola é muito forte nas transições ofensivas, normalmente executadas através de acções de ataque rápido e contra-ataque, sendo que no jogo de ontem juntou-lhe também, à semelhança do que aconteceu na Luz, uma grande segurança defensiva.

O quarteto defensivo composto por Torrejon, Jarque, David Garcia e De La Cruz, raramente arriscou subidas no terreno, mantendo sempre o equilíbrio defensivo com marcação à zona. No meio campo, ao centro, Moisés Hurtado em acções de cobertura defensiva e de recuperação de bola, e o grande cérebro de toda a equipa, Ivan de La Peña, mestre no último passe, que ontem deu um recital de bom futebol.

Nas alas, do lado direito, Rufete, com dupla função: dar profundidade de jogo pelo corredor, mas também e sobretudo a “fechar ao meio” quando a equipa não tinha a posse de bola, contribuindo assim para o equilíbrio numérico a meio campo, já que o Bremen jogava, como habitualmente, com quatro jogadores nesse sector. Do lado esquerdo, o irrequieto Riera, que dava, fundamentalmente, verticalidade ao jogo. Na frente, ontem jogou a dupla Tamudo / Pandiani. O primeiro, foi a par de De La Peña, figura em destaque. A forma como se movimenta nos últimos metros de terreno, a capacidade de aparecer nos espaços vazios é absolutamente impressionante e letal para os adversários. Pandiani não perdeu a oportunidade de marcar um golo da forma que mais gosta – de cabeça, pois claro! E já elevou o seu número de golos marcados na competição para 11.

Uma palavra ainda para o Guarda-Redes Iraizoz, que ontem, também à semelhança do jogo de Lisboa, teve mais um desempenho muito seguro.

Friday, April 20, 2007

Messi reloaded

O mundo do futebol encontra-se meio espantado com o fabuloso golo de Messi apontado na partida frete ao Getafe, estando inclusive a ser feitas comparações com o célebre golo apontado pelo seu conterrâneo Maradona no mundial de 86.

Não fujo à regra e fartei-me de ver repetições do momento, contudo, não me considero espantado. Sou um fã incondicional do genial jogador argentino há já algum tempo, tendo o post de abertura deste blog sido precisamente sobre ele.


Os primeiros passos de Messi sobre um campo de futebol foram dados no clube do seu bairro, o Grandoli, com apenas cinco anos. Mais tarde foi transferido para o Newell's Old Boys, tendo aí permanecido até à temporada de 2000.

Devido ao facto de padecer de uma enfermidade hormonal que afectava o seu crescimento e como a sua família não podia suportar os custos do seu tratamento, acabou por ser o F.C. Barcelona a fazê-lo, trazendo-o para a Europa e incluindo-o na sua cantera.

Desde então, Messi jogou em todas as categorias de base do Barcelona, até chegar à equipa principal na temporada 2003-2004, com dezesseis anos, estreando-se num jogo amigável contra o F.C. Porto na inauguração do Estádio do Dragão.

De seguida ficam mais uns vídeos para diversão, porque ver Messi em campo é de facto puro prazer e diversão.









Thursday, April 19, 2007

Benditos youtube, dailymotion...

O director do Mais futebol, no seu blog, questiona o facto de nenhum jornal desportivo ter chamado à sua primeira página o momento vivido ontem em Camp Nou.

É simples, digo eu! Não foi Cristiano Ronaldo...

Wednesday, April 18, 2007

Descubra as diferenças

Este é considerado por muitos como o melhor golo de sempre de todos os mundiais de futebol. Dispensa apresentações.




Este aconteceu hoje em Camp Nou, no Barcelona-Getafe para a Taça do Rei, autoria de Lionel Messi.





Tuesday, April 17, 2007

Frase do dia


"...Aqui há muito mais ódio..."

Lucho González referindo-se à rivalidade entre S.L. Benfica e F.C. Porto, em comparação com a rivalidade entre Boca Juniors e River Plate.

Monday, April 16, 2007

Outros "dream teams"

A memória colectiva do futebol é por vezes algo injusta. Quando se fala de "dream team", o que essa memória nos traz de imediato à mente é o Barcelona de Cruyff. No entanto se vasculharmos bem, poderemos encontrar variadíssimas equipas que ao longo da imensa história do futebol também valem bem o epíteto supramencioando.

Uma dessas equipas, foi sem sombra de dúvida o A.C. Milan da década de 80, que já me tem merecido algumas referências neste espaço. Só não é recordada dessa forma, devido ao eterno estigma do "defensivismo" que se cola ao futebol italiano.

O primeiro vídeo mostra-nos uma das finais europeias desse Milan. As breves imagens (dos golos) não são suficientemente elucidativas de um dos aspectos marcantes do futebol praticado pela equipa: a zona pressionante, não obstante ter sido, nesse jogo, posta em prática de forma proeminente. O lance do segundo golo mostra bem como a equipa, posicionada no meio campo adversário, numa acção pressionante, ataca o portador da bola da equipa adversária, recuperando-a e lançando um ataque rápido.





Neste vídeo observamos outra característica daquilo que recentemente se considerou ser uma grande inovação tendo-se vulgarizado no discurso de jornalistas e analistas -a "pressão alta". O aspecto que observamos é a linha defensiva avançada no terreno.
Podemos observar como o também magnifíco Nápoles de Maradona, Careca, entre outros, tira partido de um dos aspectos desfavoráveis do uso deste método defensivo - os espaços criados nas costas da defesa, devido ao facto de o recuo defensivo ser efectuado em função da progressão da bola.


Wednesday, April 11, 2007

Um reparo [ainda sobre o pesadelo romano]

Convém deixar bem claro o seguinte: quando destaquei no post anterior que a goleada foi sofrida por uma equipa italiana, não foi com a intenção de sublimar o feito com base no suposto "defensivismo" que muitos analistas teimam em colar ao futebol italiano.

Ao dar uma volta por aí, tenho reparado na sublimação do feito da equipa inglesa pelo facto do seu oponente pertencer ao calcio "defensivista". Constato até em alguns casos que essa sublimação se faz acompanhar de uma certa satisfação, como se de uma vitória moral se tratasse! Penso que tal atitude apenas revela um profundo ressentimento fundamentado em inúmeros desaires das nossas equipas, ocorridos frente ao futebol italiano.

Não sei o que é isso do cinismo e do "defensivismo". Sei apenas que sempre houve ao longo da história do futebol italiano uma atracção forte pela vertente táctica do jogo e que por norma as equipas italianas são bastante fortes no que respeita a organização defensiva e à ocupação dos espaços. Mas não o serão todas as grandes equipas europeias, e que ganham títulos, da actualidade? A AS Roma possuía até ao dia de ontem um dos melhores registos, em termos de golos sofridos, desta edição do torneio.

Como já escrevi aqui, é curioso que o catenaccio, legatário do ferrolho, que foi ironicamente um produto de um treinador nascido no país que ainda hoje é lembrado e considerado como um dos expoentes do outro lado da medalha, ou seja, o futebol-espectáculo e ofensivo da famosa wonderteam austríaca, é ainda teimosamente referenciado como a imagem de marca do futebol italiano, ficando na sua penumbra outras criações ocorridas no país transalpino, como sejam a zona pressionante do Milan de Sachi...

PS: será que Paulo Bento, por sinal um jovem técnico que tem sido bastante acarinhado pela imprensa portuguesa, depois desta afirmação irá ser considerado um fiel devoto do catenaccio?

Pesadelo romano no teatro dos sonhos

A maior derrota de sempre de uma equipa italiana nas competições europeias!


Tuesday, April 10, 2007

Sunday, April 08, 2007

Frase do fim de semana

"...Sou um treinador que gosta de ganhar por 1-0, porque os grandes espectáculos de futebol que terminam com 5-4 não me dizem muito..."

Paulo Bento

Wednesday, April 04, 2007

Liverpool: talhado para a Europa


O Liverpool deu ontem um passo de gigante rumo às meias finais da Liga dos Campeões, ao impor uma pesada derrota ao PSV de Ronald Koeman. Isto depois de nos oitavos de final terem despachado o poderoso Barcelona, actual detentor do título.
Este Liverpool continua igual a si próprio, refém do "tacticismo" do seu treinador, não faz jus, de forma alguma, a equipas do passado que encantaram os adeptos de futebol pelo cariz ofensivo do seu futebol.
Em Eindhoven, os homens de Anfield deram ontem mais um recital daquilo que muitos apelidam de futebol cínico a la Italiana.
O aspecto mais distintivo deste Liverpool é a sua organização, sobretudo defensiva. É uma equipa que raramente perde as suas referências posicionais e que joga muito no erro do adversário.
Outro aspecto a merecer destaque é o facto de, à semelhança de há duas épocas atrás, a equipa inglesa fazer contrastar bastante os seus desempenhos na competição interna e na competição europeia. Há 17 anos que o Liverpool não vence a liga inglesa, contudo, na Europa, parece ambicionar, com legitimidade, a revalidação do título conquistado há duas épocas.

Monday, April 02, 2007

S.L. Benfica - F.C. Porto : breves notas


O clássico que muitos apelidaram de "jogo do título", acabou por ser pouco emotivo, como aliás já se esperava.

Uma primeira parte em que os portistas tiveram mais bola, sem contudo terem criado claras oportunidades de golo, excepção feita ao passe de Lucho a isolar Adriano a que Quim correspondeu com boa defesa. Ainda assim, os outros lances de maior perigo na primeira parte foram da autoria de Petit na recarga de um livre directo e de karagounis num remate de meia distância que Helton, instintivamente defendeu.

O Benfica recuou muito na primeira parte, e esse recuo não deverá ser explicado apenas pela incapacidade física de Katsouranis, e pelo mérito do F.C. Porto, pois a segunda parte foi completamente diferente. Os encarnados surgiram em campo com uma dinâmica de jogo muito forte, à semelhança do que já aconteceu em outros jogos, empurrando os azuis e brancos para a sua grande área. Essa mudança também - e pegando no mesmo critério utilizado no primeiro parágrafo - não se deverá apenas à entrada de Rui Costa para o lugar do cansado Katsouranis, bem como a um presumível demérito do F.C. Porto ou à sua intenção de defender a vantagem .


Em termos colectivos, o Benfica adiantou as suas linhas, fez a pressão alta, houve envolvimento pelas alas, com arrancadas dos dois laterais, e praticamente jogou-se em apenas meio campo (o dos portistas). Em termos individuais, verificou-se uma clara e surpreendente (face ao observado na primeira parte) subida de rendimento de vários jogadores, com particular destaque para Karagounis.

Então, para além dos aspectos já referidos, que outra explicação para as diferenças entre uma e outra parte do jogo, com particular evidência nos encarnados?

Poderá ter acontecido aquela atitude expectante e estratégica da busca do erro do adversário, para assim não se correrem riscos. É em minha opinião o que explica o jogo calculista a que se assistiu durante a primeira parte, por parte das duas equipas, sendo que aí o Benfica terá sido a equipa mais manietada pelo adversário.