Thursday, August 30, 2007

O Enorme "Petit"

«Os três pontos davam jeito para o primeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões.»

Comentário de Petit sobre os três pontos com que foi suturado na cabeça após um choque violento com um adversário no jogo da Dinamarca.


Petit não é um Simão ou um Miccoli, não é daqueles jogadores que com uma finta são capazes de levantar um estádio, contudo, Petit é um dos jogadores do actual plantel benfiquista que encarna bem aquilo que constitui grande parte da história do clube encarnado: garra, trabalho, combatividade, agressividade e espírito de sacrifício.

SL Benfica na Liga dos campeões


Toda a equipa esteve bem e deu um enorme safanão em toda a turbulência que tem sido este início de época. Petit foi um "gigante", não há palavras para descrever a sua exibição. Rui passeou a sua habitual classe e soube pautar de forma irrepreensível o ritmo do jogo. katsouranis, para além do golo, foi um verdadeiro "tampão" no eixo da defesa. Nuno Gomes foi de uma utilidade extraordinária - grande exibição. Cardozo trabalhou do primeiro ao último minuto e a forma como acabou o jogo - exausto - até impressionou.

Destaque também para os jovens Miguel Vítor e Romeu Ribeiro, sobretudo o primeiro que, obrigado a entrar na equipa principal em dois jogos consecutivos, cumpriu e mostrou que tem futuro.

Dí Maria também mostrou (para quem não o conhecia) que por ali há imenso talento.

Em termos colectivos já se nota um pouquinho do dedo de Camacho. Maior rigor em termos posicionais. Maior equilíbrio e segurança na transição defensiva.

Venha o sorteio.

Wednesday, August 29, 2007

Sobre EdCarlos

O Benfica ainda anda neste momento no mercado, o que constitui, na minha opinião, motivo de apreensão para todos os benfiquistas.

Nos últimos dias chegaram dois internacionais uruguaios Maxi Pereira e Cristian Rodriguez. Sobre o primeiro pouco se sabe. Do segundo, o Youtube dá a ajuda possível...

Mas como o problema "central" é mesmo esse (defesas centrais), devido à onda de lesões que fustigou todos os jogadores encarnados que actuam nessa posição, lembrei-me de pedir ajuda - informação avalizada - sobre a outra recente entrada no plantel benfiquista, o central EdCarlos.

Nesse sentido, desde já, endereço os meus maiores agradecimentos pela atenção concedida a todo o pessoal do Na Cal, em em particular ao Sidarta, um sãopaulino que tratou de operacionalizar tudo.


Assim sendo, deixo aqui o link para o post que contém um conjunto de opiniões acerca do "zagueiro" brasileiro.

http://nacal.blogspot.com/2007/08/adeus-edcarlos.html

Saturday, August 25, 2007

A pré-época do Benfica começou hoje...

A era do losango terminou, tal como se esperava. Passou-se ao 4x2x3x1 ou 4x4x1x1.
O problema é que não há sistema que sirva nesta altura. Pior que isso, nem sequer há daqueles jogadores que se riem de sistemas e que sozinhos, muitas vezes, disfarçam as insuficiências colectivas. Até lá estão alguns. Um jogou os 90 minutos e lutou até à exaustão para isso mesmo. Depois há Adu e Dí Maria, só que é preciso ter calma com estes, e Camacho já percebeu isso. Neste momento, equipa técnica, jogadores e até a maioria dos adeptos (os mais lúcidos) já perceberam que é preciso tempo e paciência, só não sei se o Presidente terá percebido...

Esta noite na Luz, apesar do estado de graça de Camacho, ouviram-se suspiros por Simão, e também por Miccoli.

Houve também quem apenas lamentasse a falta de rigor na política desportiva.

É que convenhamos, não é normal, o Benfica estar agora a iniciar a sua pré-época...

Thursday, August 23, 2007

Derlei e a hipérbole do golo...

A falta de assunto, e consequentemente ideias, tem contribuído para o advento de muita prosa e conversa inócua.

Muito do que se tem dito de Derlei nos últimos dias é uma tremenda desonestidade, quer para com o público do futebol, mas sobretudo para com o próprio jogador.

Derlei continua no Sporting a ser o mesmo Derlei do Benfica, só não me atrevo a dizer que é o mesmo Derlei do FC Porto, porque admito que o tempo que distou desse período até agora seja suficiente para que, por uma diversidade de razoes, o seu desempenho se tenha alterado um pouco.

De resto, o jogador continua a trabalhar de forma incansável durante o tempo que permanece em campo, móvel, sempre em busca do espaço vazio, no jogo sem bola, no trabalho defensivo…

A única diferença foi uma bola que, em vez embater no poste ou passar perto dele, foi parar direitinha ao fundo das redes, e logo no primeiro jogo da liga…

Benfica: O fim do losango?

Pelo que já foi dado a entender, através da leitura de alguma imprensa desportiva, o novo treinador do Benfica, parece estar a querer enterrar o tão desdenhado losango.
As opções em termos de sistema, parecem assentar no 4x3x3 e no 4x4x2 clássico. Não é de estranhar, na medida em que foram exactamente nessas duas estruturas tácticas que o espanhol trabalhou na anterior passagem pela Luz.

Não querendo entrar em deambulações teóricas sobre táctica, é imperativo referir que este plantel foi concebido com o losango no horizonte, relegando todas as outras alternativas – fundamentalmente o 4x3x3 – para estatuto de “plano B”. Não é difícil aferir isto. A não ser que, e tendo em conta que o “extremo puro” também é espécie em vias de extinção no futebol actual, a opção seja a de um 4x3x3 “à Barcelona” em que a última linha é composta por um avançado centro e dois médios ofensivos com maior vocação e/ou apetência para actuar em posições mais centrais, encostados às faixas laterais (Messi e Ronaldinho), que no caso do Benfica bem poderiam ser Adu e Dí Maria. Excepção feita a Coentrão e Luís Filipe – estes, sim, opções mais naturais para ocuparem as faixas laterais no referido sistema.

Relativamente ao 4x4x2 clássico, o problema das alas persiste e junta-se-lhe ainda o desaproveitamento daquele, que por razões não apenas tácticas, mas sobretudo técnicas e psicológicas, se antevê como peça imprescindível nesta equipa. Falamos de Rui Costa, naturalmente.

Todas estas questões vão ser, em breve, apreciadas e aprofundadas.
Aguardemos.

Wednesday, August 22, 2007

Perplexidades

Ao contrário de meio mundo, nunca fui grande adepto de Pepe. Para esta opinião nada contribuem os comportamentos ou as recorrentes cuspidelas. Opto por me centrar nas questões técnicas.

Admito que é um jogador que possui características específicas que no caso da posição que ocupa se tornam fundamentais, sobretudo para a aplicabilidade de um modelo de jogo que muitos afirmam ser o modelo de um futebol “moderno”.

No entanto, sou capaz em fracções de segundo de me lembrar de três, quatro jogadores com as mesmas capacidades e mais algumas, como por exemplo, e se o argumento for a juventude: Vincent Kompany (Hamburgo) e Micah Richards (Manchester City). Mas há muitos mais…

Se houve transferência neste defeso que me surpreendeu, foi a de Pepe, por razão dos valores envolvidos, apesar de o clube comprador ter sido o megalómano e inconsciente Real Madrid, que acabara de em nome do “bom futebol” despedir um dos treinadores mais vencedores do mundo e que acabara de se sagrar campeão espanhol, para contratar um debutante que tem passado por clubes de segunda e terceira linha no país vizinho.

Mas não sou ingénuo e sei o poder que têm certos empresários para promover ou despromover este ou aquele jogador, consoante os respectivos interesses.

No entanto apesar de tudo, sempre dei o benefício da dúvida, pois quem sou eu para desmentir o mundo inteiro? Mas, eis que assistimos a um confrangedor início de época, quer para Pepe, quer para o seu actual clube, e eis que também ainda não se ouviu ou leu uma palavra substantiva acerca deste facto, por parte de quem durante época e meia em Portugal colocou o jogador no mais elevado pedestal, pior que isso, leio na imprensa desportiva que Pepe é futuro jogador da selecção nacional…

Tuesday, August 21, 2007

Taxativo

Hoje, após uma recepção entusiástica de uma multidão eufórica, José António Camacho na conferência de imprensa foi taxativo: "...é preciso tempo...".

Monday, August 20, 2007

Fernando Santos: O óbvio culpado!?


A bola começou a rolar a sério no futebol português. Não pretendo alongar-me muito acerca do período de “defeso”. Três jornais diários fizeram-no exaustivamente com maior ou menor responsabilidade e grau de interesse.

Começando pelo Benfica, é de referir que o início de época dificilmente poderia ser pior.
Hoje provavelmente mais de metade da nação benfiquista rejubila com duas notícias: saída de Fernando Santos e regresso de Camacho. Como benfiquista não sinto a menor vontade de rejubilar com o que quer que seja, no entanto não me apetece opinar nessa qualidade, opto sim, por fazê-lo na qualidade de adepto da modalidade que tem as suas opiniões e ideias – pelo menos vou tentar!

Existem várias ideias chave que gostaria de enunciar.

Fernando Santos, para além de nunca ter tido o apoio da esmagadora maioria dos sócios e adeptos desde o primeiro dia em que entrou no Benfica, também se confrontou com um conjunto de dificuldades às quais foi alheio e que resultaram numa época de insucesso para um clube como o Benfica a quem são exigidos títulos. Escusado será recordar a “balbúrdia” vivida no início da época passada e que na minha opinião condicionou toda a época, de forma determinante.

Este ano, nova trapalhada na pré-época. Simão Sabrosa sai definitivamente, numa altura já adiantada dos trabalhos. Juntando-se-lhe os casos de Anderson e Manuel Fernandes – este último caso classifico-o de inadmissível no que respeita a um clube com a dimensão do Benfica. Muita ingenuidade no que respeita à gestão do caso do jovem jogador, quer por parte do treinador, mas sobretudo por parte da estrutura directiva. Somando a isto tudo, a catadupa de lesões que atacou o plantel, temos um autêntico “cocktail molotov” que acabou por rebentar nas mãos do Engenheiro.
A culpa de um arranque de época aos solavancos é exclusiva de Fernando Santos? Não me parece.
As maiores críticas que são feitas ao Engenheiro assentam numa má gestão do plantel e numa parca capacidade em termos daquilo que comummente se designa por “gestão de balneário”. Sinceramente, ao nível da gestão do plantel, admito que pudesse ter havido uma maior rotatividade em algumas posições específicas, até porque sempre defendi, ao contrário de muitos, que o clube tinha um bom plantel – muito melhor que em épocas anteriores. Quanto ao segundo aspecto, penso que para além de ser excessivamente valorizado, não existem fundamentos objectivos para que possa ser avaliado com rigor por quem está de fora.

Em termos técnicos e tácticos, Fernando Santos quis impor as suas ideias e mudou de forma significativa o futebol da equipa encarnada face ao estilo que a caracterizara nos últimos anos, antes da sua chegada à Luz. E isso também não foi, naturalmente, um processo simples. Pessoalmente, não me recordo da última época em que o Benfica foi invencível para as provas nacionais em sua casa, antes da época anterior. A única derrota ocorreu frente a um “encolhido” Manchester United que se limitou a tentar controlar o jogo e que o venceu num golpe de contra-ataque, já ao cair do pano. Vi muitas vezes, durante a época transacta, exibições de bom nível da equipa – mais ofensiva, mais pressionante, muito diferente – para melhor, nesse sentido – do que se vira com Trapattoni ou Koeman. No que respeita a resultados, falhou, é certo, mas o título nacional decidiu-se na última jornada numa situação inédita em que qualquer dos três grandes poderia ainda alcançá-lo.

Não vou fazer grandes considerações acerca da saída de Fernando Santos. Apenas me apraz dizer que me parece óbvio o desfasamento entre o discurso da direcção, face ao sucedido no dia de hoje. Excepção feita, naturalmente, ao episódio do "pesadelo" no qual pareceu ter existido uma subliminar mensagem...

Chega agora José António Camacho, por quem muitos benfiquistas suspiraram desde que abandonou o clube para abraçar o seu Real Madrid…