Monday, August 25, 2008

Começou a triste e pobre Liga Sagres

Cumprida que está a primeira jornada da Liga portuguesa, chega a altura das primeiras análises, no entanto, desta vez, e ao contrário do que tem sido apanágio deste espaço, vou deixar o lado técnico para outras núpcias, pois entendo que o que tem que ser ressaltado são outros aspectos…

A época oficial começou com o indecoro de ver na final da Supertaça, a imagem desavergonhada do vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, sentado na tribuna ao lado de um dirigente que está a cumprir pena de suspensão por tentativa de corrupção de árbitros. Mas já antes disso, pudemos também presenciar a imoralidade da inscrição nas competições profissionais, de um clube completamente falido, com dívidas astronómicas ao Fisco e à Segurança Social…

Durante o defeso, também todo o país pôde presenciar a obscenidade dos estratagemas mafiosos ocorridos na FPF…mas a este nível, alimentam-se muitas esperanças com a chegada do "varredor de lixo", Carlos Queiroz, que até, segundo alguma imprensa desportiva, já evidenciou dotes de grande estratega em comparação com o seu antecessor, isto depois de um jogo frente a uma selecção que ocupa a posição 196 do rankink FIFA…

Hermínio Loureiro dizia ontem no programa Domingo Desportivo (saúda-se o regresso deste clássico), que tudo tem sido feito pelo aumento da competitividade da agora denominada Liga Sagres, para que se diminua o gap entre os “grandes” e os clubes mais pequenos – foram mais ou menos estas as suas palavras. Como? Era a pergunta que se impunha mas que lamentavelmente não chegou a surgir. Será que anda a ser distribuído dinheiro por esses clubes? Sinceramente, não dá para perceber.

A verdade é que ainda agora começou, e já dá para perceber que esta liga será tão competitiva como as anteriores, tirando os três grandes a que este ano se junta o Sp. Braga, o panorama é o de sempre: clubes falidos e desestruturados como é o caso do Estrela da Amadora, ou que vivem num desafogo económico virtual de que é exemplo o V. Setúbal, sobrevivendo muito à custa das esmolas (vulgo empréstimos) dos três grandes ou das incursões em mercados de segunda e terceira categoria. No que respeita a este último aspecto, o CF Belenenses, esta época é um verdadeiro paradigma, com um amontoado de jogadores oriundos das divisões secundárias do Brasil e um ou outro “reserva” de equipas do principal escalão.

Os jogos continuarão a ser pobres, com pouca qualidade técnica e táctica, onde imperará, por parte dos clubes pequenos, o bloco baixo, a procura do erro do adversário e em alguns casos de vez em quando até o contra-ataque e o ataque rápido – não se critica, são os argumentos possíveis, já em relação ao anti-jogo, a história é outra e aí veremos se haverá algum resultado prático do estágio dos árbitros em Melgaço, que Vítor Pereira e Hermínio Loureiro tanto fizeram questão de publicitar. Para já, a avaliar pelos enormes erros já ocorridos na primeira jornada, não se vislumbram grandes novidades.
Os estádios, depois da partida dos muitos emigrantes que se encontram por esta altura no país, continuarão “às moscas”.
Os clubes e o futebol de uma maneira geral, vão definhando, contudo, o maná de Joaquim Oliveira e seus pares continuará a crescer.

1 comment:

Nuno said...

A vergonha do costume, este nosso futebolzinho. Mas concordo contigo: a forma como as receitas televisas fazem lucrar empresas e indivíduos sem escrúpulos e não os clubes, os verdadeiros responsáveis por essas receitas, parece-me a grande diferença, em termos financeiros, para outras ligas.