Wednesday, November 29, 2006

Extravagância "Interista"


O passe de Adriano e 20 milhões de euros por Buffon...
Assim, a reanimação da Vecchia Signora não demorará muito tempo.

Tuesday, November 28, 2006

Mais que merecida!


É incompreensível a histeria em torno da atribuição – mais que merecida - da bola de ouro ao defesa italiano Fábio Cannavaro.

Se o motivo de tamanho despropósito é o facto de o jogador ser defesa, é necessário recordar que o futebol é um jogo colectivo, com guarda-redes, defesas, médios e avançados, e dentro destas categorias – com excepção do guarda-redes – existem ainda funções específicas. Imagine-se o disparate que seria uma equipa composta por onze Ronaldinhos Gaúchos!

Existirão algumas críticas aos critérios e processo de atribuição do prémio que terão, porventura, algum fundamento, mas neste caso concreto, o que parece estar em causa é o facto de alguns avançados terem sido preteridos em relação ao jogador italiano, consolidando assim uma espécie de superioridade (de ordem estética?) de uns jogadores em relação a outros, tendo em conta as suas funções em campo…
Poderão vir os “estetas” do futebol com as suas fabulosas prosas sobre o “golo”, porque quem gosta e entende verdadeiramente este jogo, tanto aprecia o golo, como o corte providencial que o evita in extremis…

Imagem do dia

Estátua de Maradona ( 3 metros e 300 quilos) no Museu do Boca Juniors

Friday, November 24, 2006

A falta do peso do "levezinho" no Giuseppe Meazza


Pode-se falar na indiscutível qualidade das individualidades que compõem a equipa italiana, na pouca sorte de duas lesões no espaço de 15 minutos na equipa portuguesa, e logo na mesma posição, na táctica, no losango ou no pragmatismo característico das equipas italianas, contudo, o que ainda foi mais determinante no desenrolar do jogo, na minha opinião, foi a ausência de Liedson.

Liedson, esta época não tem feito aquilo que mais o celebrizou em Portugal (golos), no entanto a sua influência no futebol do Sporting é incontestável. Esta questão remete-nos também para mais uma idiossincrasia do adepto português, que é a convicção inabalável de que o avançado centro / ponta de lança tem a função única, obrigatória e quase exclusiva de marcar golos. É certo que essa é umas das suas principais funções, mas elas não se esgotam aí, definitivamente.

Liedson, avançado de grande mobilidade, movimenta-se a toda a largura do terreno, alarga as linhas da equipa adversária, desequilibrando-a no seu último reduto, arrasta marcações e abre espaços, que regularmente são explorados pelos médios. No Giuseppe Meazza (é este o nome do estádio quando é o Internazionale a fazer as honras da casa, e não S. Siro, como muitas vezes se ouve e lê por aí), sentiu-se a falta do peso que o levezinho proporciona ao futebol do Sporting.

Ainda assim, como nota final, dizer que é indiscutível que a equipa portuguesa caiu de pé nesta edição da liga dos campeões, como aliás foi unanimemente reconhecido pela generalidade da imprensa desportiva.

Thursday, November 23, 2006

Acaso ou ardil?

No dia em que aconteceu isto, também aconteceu isto!

Wednesday, November 22, 2006

Leituras

«A Sicília é hoje a ilha dos tesouros. Pela primeira vez na história do calcio tem três clubes na série A, ainda por cima todos bem classificados, o que tradicionalmente só acontecia nas regiões mais ricas do norte. (…)

Dizem agora os políticos sicilianos que o boom do futebol está a resgatar a ilha (7 milhões de habitantes) das garras da máfia e da criminalidade (…)

(...) o sempre moralista Financial Times entretem-se a fazer uma impiedosa análise ao futebol italiano, partindo justamente da anomalia da Sicília se encontrar na crista da onda. Diz o jornal londrino: “quando o reino da delinquência pode competir com os outros de igual para igual, isso significa que o sistema colapsou.” E mais: “Another Kicking for Southern Italy´s football”, que é como quem diz: depois do calciocaos um outro soco na credibilidade do futebol italiano acaba de ser desferido pelo sul do país”.

Francamente, mais valia estarem calados e olharem para o seu próprio umbigo. Será dor de cotovelo por verem a Itália a ostentar o ceptro de campeão mundial? Será que já se esqueceram do mega-escândalo de centenas de trasnferências fraudulentas entre os principais clubes ingleses, com comissões ilícitas pagas aos managers, com corrupção à mistura? Será que ainda não deram pela presença no seu futebol de personagens como Abramovich, Gaydamak e Joorabchian cujas fortunas têm contornos mais que suspeitos? Faziam melhor figura se metessem a viola no saco.»

«A ilha dos tesouros», por Manuel Martins de Sá (A Bola, 22.11.2006).

Tuesday, November 21, 2006

Psicologia do adepto (I)

Não deixa de ser curioso, o facto de grande parte dos adeptos benfiquistas - quiçá a maioria - se manifestar agradada com a saída de José Veiga do Benfica. Para mim isso é um sinal inequívoco de pouca clarividência por parte dessas pessoas, que continuam a olhar para o futebol e para o clube com um desfasamento temporal de muitos anos. Durante o período horribilis do clube, vários dossiers foram pessimamente mal geridos, gestão essa que estava a cargo de ilustres "benfiquistas", relembro, por exemplo, António Simões – velha glória do clube, mas também o primeiro jogador a pôr esse mesmo clube em tribunal –, que ainda agora teve uma triste intervenção pública na sequência da demissão de José Veiga.

Actualmente, os aspectos relacionados com a gestão de um clube de futebol não se compadecem com romantismos bacocos. A avaliação de um dirigente apenas pode assentar em critérios de racionalidade, isto é, visando o seu desempenho e obtenção de êxito nas estratégias/metas relacionadas com as suas áreas de actuação, e nesse particular, o desempenho de José Veiga – podendo-se gostar ou não do estilo - é inatacável.

E até no momento da demissão, é preciso destacar a postura e atitude exemplar de José Veiga, pois teria sido muito mais conveniente e confortável ter o "escudo" Benfica, para agora poder enfrentar o turbilhão de problemas que previsivelmente aí vem, no entanto, salvaguardando o clube, preferiu enfrentar sozinho estas guerras, que são exclusivamente suas. Outros não o têm feito, como todos sabemos.

Monday, November 20, 2006

«Pressing» e «anti-pressing»


É uma das deficiências do Benfica, este ano já observável de forma evidente em alguns jogos, dos quais destacaria o jogo do Bessa, e agora em Braga.
Sempre que o adversário impõe uma estratégia de pressing, que normalmente é feito tendo como referência o adversário e não o espaço, ou seja, “homem-a-homem”, e sempre que o mesmo é feito em zonas adiantadas, a equipa encarnada não tem mostrado argumentos para reagir a essa acção. O recurso, normalmente, é o passe longo para os avançados que se encontram invariavelmente marcados pelos opositores directos, sendo que o resultado é também invariavelmente a perda da bola. Apenas num lance fortuito, esta forma de responder ao pressing poderá ter sucesso.
A melhor forma de contrariar o pressing é aquilo a que se convencionou chamar de anti-pressing. E como deve ser feito o anti-pressing? Mais em largura que em profundidade, com mobilidade para se criarem as necessárias referências de passe, fazendo circular a bola, procurando variar o flanco do jogo. Desta forma, a equipa adversária é obrigada a alargar as suas linhas, abrindo espaços de penetração. Há maior possibilidade de criação de situações de superioridade numérica e consequente desequilíbrio defensivo no adversário.

Monday, November 13, 2006

Taxativo


"...As equipas de menos qualidade baixaram a qualidade. Está menos equilibrado, as equipas têm menos recursos, o nível qualitativo baixou, isso nota-se muito. Há menos competitividade, pelo que tenho visto, o que não é bom para o futebol português..."


José Peseiro

Ver entrevista completa aqui



Se houve treinador nos últimos tempos que viu a sua imagem ser desgastada até à exaustão, esse treinador foi José Peseiro. Amante do que comummente se designa por bom futebol, Peseiro inscreve-se naquele lote de treinadores que, nos antípodas dos “resultadistas”, tem uma ideia dominantemente estética do jogo, o que foi sobejamente reconhecido por muitos analistas, quando solicitados a comentar a qualidade de jogo do Sporting de há duas épocas. É certo que essa qualidade pecava por irregular, também é certo, e veio-se a confirmar depois, que existiram os tais “problemas de balneário” a que o treinador não soube dar resposta adequada, mas o que também ninguém pode negar é que foi sob a orientação do treinador ribatejano que o Sporting – arredado das grandes façanhas europeias desde a conquista da taça das taças na longínqua década de 60 - atingiu a final de uma competição europeia, deixando para trás reputadíssimas equipas de campeonatos mais competitivos que o nosso. Antes disso, ainda há a destacar o facto de ter conduzido o Nacional da Madeira, desde a 2ª Divisão B ao principal escalão do futebol português.
Agora na Arábia Saudita, longe das pressões típicas do nosso burgo, Peseiro continua a olhar para o nosso futebol, e deixou umas impressões interessantes sobre o mesmo em entrevista concedida ao site Sportugal, da qual destaco a afirmação que abre o post, e a qual subscrevo totalmente.

Thursday, November 09, 2006

Taxativo

"...O futebol é um jogo cada vez mais físico, mais colectivo e mais táctico, mas o indivíduo, apesar das aparências, continua a ter a mesma força desiquilibrante..."

Jorge Valdano

Tuesday, November 07, 2006

Benfica: Para além do losango


Foi o debate táctico mais ventilado do início da época. Deixei aqui em alguns posts a opinião de que, normalmente, a generalidade dos analistas da imprensa desportiva dão um ênfase desmesurado às questões que se prendem com o sistema de jogo das equipas, dando, ao invés, menor ênfase a outros aspectos mais importantes como sejam, o modelo de jogo e respectivos princípios.

Com tempo, com estabilidade, com a disponibilidade total de jogadores como Miccolli e Simão, a equipa está num patamar exibicional muito interessante, que encontra tradução em alguns resultados bastante expressivos. Os números apontam também nesse sentido, já que nos últimos seis jogos foram apontados 16 golos. A equipa pressiona alto, e joga em ataque posicional, ou seja, revela já ter melhor assimilados os princípios de jogo que Fernando Santos assumiu querer implementar assim que chegou ao clube. É certo que ainda há alguns aspectos a necessitarem, porventura, de mais trabalho, designadamente no que respeita ao processo defensivo. É de realçar que ainda se têm verificado erros ao nível de alguns princípios do método defensivo zonal. A equipa sofreu alguns golos em situações muito semelhantes: o lateral fica no 1x1 sem cobertura, assim aconteceu em Glasgow e no Dragão, o que evidencia desacerto ao nível da basculação.

E já agora, para aqueles que tanto gostam de falar dos sistemas de jogo, é imperioso referir que esta subida de rendimento da equipa coincide com o retorno à ideia inicial de Fernando Santos, ou seja, o 4x4x2 com o meio campo disposto em losango.

No entanto, a mobilidade, as permutas posicionais e consequente dinâmica de jogo que Miccoli, Simão, Assis e Nuno Gomes proporcionam leva a que este 4x4x2 assuma vários figurinos. Simão no vértice ofensivo, descai bastante para as faixas laterais, assumindo Assis a zona central, Miccoli tem liberdade para deambular a toda a largura do terreno, sendo que por vezes, a equipa parece desenhar um 4x3x3 puro. No último jogo frente ao Beira-Mar, Nélson, que também parece estar a atingir o patamar exibicional do início da época passada, jogou mais como médio ala do que como defesa lateral, sendo que nas raras vezes em que o Beira-Mar logrou construir um lance de contra-ataque ou ataque rápido, era Luisão que estava a compensar o lateral cabo-verdiano, tendo aí passado a maior parte do tempo de jogo, e até deu para o central investir inúmeras vezes em subidas pelo corredor, como aquela que culminou no terceiro golo. A equipa neste jogo por vezes parecia desenhar um 3x5x2 e/ou 3x4x3, isto também, claro, devido ao elevado caudal ofensivo e à já referida enorme mobilidade dos jogadores mais adiantados.



Para além da importância dos jogadores referidos, importa referir também que o grego Katsouranis tem sido extremamente importante neste Benfica, mercê da sua enorme cultura táctica, e note-se, já tem três golos apontados. Tinha razão Fernando Santos quando disse que o jogador poderia fazer qualquer posição no meio campo.

Monday, November 06, 2006

F.C. Porto: mudança de estilo com os mesmos intérpretes


O F.C. Porto, não obstante se encontrar na liderança da liga portuguesa e ter conseguido dois bons resultados nas últimas jornadas da Liga dos Campeões, ainda está longe da qualidade de jogo que se lhe exige. A transição Adriaanse-Jesualdo foi aparentemente efectuada com a serenidade que se impunha e bem vistas as coisas, as alterações ao modelo de jogo até se afiguravam profundas e como tal com um certo grau de complexidade.

Jesualdo não sendo propriamente um “defensivista”, é um treinador que gosta de “montar” as suas equipas com a máxima de – usando as suas próprias palavras - “defender bem para atacar melhor”. Aos poucos, Jesualdo foi impondo as suas ideias e frases como “Bosingwa não subas tanto” foram sintomáticas disso mesmo. Até agora, as grandes diferenças face à era Adriaanse, são notórias ao nível de um dos principais princípios de jogo do futebol actual: o pressing. A mudança de sistema do 3x3x4 ou 3x4x3 para o 4x3x3, mais uma vez não será tão determinante como se possa pensar.

As alterações terão tido repercussões a nível colectivo, mas também individual, ou seja, terão afectado o rendimento de um ou outro jogador (sobretudo ao nível da defesa) que devido às suas características e capacidades interpretaria melhor o seu papel com o anterior sistema e modelo de jogo.

O F.C. Porto de Adriaanse era uma equipa que pressionava alto, com uma linha de três defesas muito subida no terreno. Pepe, Chech, Bosingwa, não sendo jogadores muito fortes no que respeita a segurança defensiva e inversamente sendo jogadores rápidos e com boa capacidade de transporte de bola, acabaram por beneficiar desta forma de jogar, em que à sua frente estavam sete jogadores que pressionavam para a que a bola chegasse o menor número de vezes possível junto deles.

O modelo de jogo de Jesualdo – olhando para as equipas por onde passou – assentou sempre na segurança defensiva e ataque rápido, isto é, bloco médio-baixo a defender e transições rápidas para o ataque. O F.C. Porto actual, em posse de bola, continua a ter um ataque bastante acutilante, porventura até mais proficiente, pois já não se verifica a “inflacção” de jogadores junto da grande área adversária, tão característica dos tempos do treinador holandês. Proficiente e eficaz, pois olhando para os números da época transacta, verifica-se que à 9ª jornada, e com o jogo referente à mesma ainda por disputar, o F.C. Porto tem mais seis golos apontados, curiosamente, tem o mesmo número de golos sofridos (6). Porém, sem bola, a equipa portista revela muitas dificuldades. Se a bola é perdida em zonas adiantadas do terreno, a transição defensiva é lenta, se a bola é perdida em zonas menos adiantadas, o pressing é mal feito ou até mesmo inexistente, a este nível é paradigmático o golo de Luís Filipe em Braga.

No entanto, ao contrário do que se possa pensar, a lesão de Anderson até nem terá assim tantos reflexos negativos no jogo da equipa. É certo que com Anderson no trio do meio campo, a equipa ganha criatividade, e graças à visão de jogo do brasileiro, criam-se muitas oportunidades de perigo para os adversários, contudo, tendo em conta que Anderson não é jogador que ajude em termos defensivos, a equipa, nessas situações de perda de bola, via-se inúmeras vezes nas tais situações de desequilíbrio defensivo. Não terá sido por acaso que Jesualdo tentou utilizar o brasileiro – sem grande sucesso, diga-se, - no trio da frente encostado à faixa lateral.
Com um meio campo composto pelo trio Assunção, Meireles e Lucho, a equipa ganha capacidade de pressing e aumenta assim a capacidade de colmatar os ditos desequilíbrios defensivos. Os próximos jogos dirão se assim é ou não...

Friday, November 03, 2006

Grandes "derbys" mundiais: "Gre-nal é Gre-nal"


“Gre-Nal é Gre-Nal”. A frase que define este clássico do futebol mundial pertence a Ildo Meneghetti, ex – patrono do Internacional de Porto Alegre e exgovernador do Estado de Porto Alegre.

Este fim-de-semana joga-se o Grémio-Internacional, o grande "derby" da cidade de Porto Alegre.

Porto Alegre é a capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro mais meridional, localizado na Região Sul. A morfologia tipíca dos habitantes desta região caracteriza-se pelo robustez física, daí o facto de muitos dos futebolistas de lá oriundos terem grande porte físico, sendo que também se considera que essa é uma das causas da sua melhor adaptação ao futebol europeu.

A cidade de Porto Alegre constituiu-se a partir da chegada de casais açorianos portugueses em 1742, no âmbito de uma decisão do governo português que visava resolver o problema do superpovocamento das ilhas dos Açores e simultaneamente assentar o domínio português no sul do Brasil, região ameaçada pelas colónias espanholas do sul e oeste do continente sul-americano.

A cidade que deu ao mundo nomes célebres como a cantora Ellis Regina e o, actualmente considerado melhor futebolista do mundo, Ronaldinho Gaúcho, alberga um dos “derbys” mais apaixonantes e aterradores do futebol mundial e que coloca frente a frente os dois maiores clubes da capital Gaúcha: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional.

Na Europa, será menos mediático que o “Fla-Flu”, eventualmente por este ser um “derby” do Rio de Janeiro (segunda maior cidade do Brasil e capital do estado de mesmo nome), no entanto o “Gre-Nal” é considerado por muitos como a maior rivalidade do Brasil. Os jogos entre os dois clubes ficam invariavelmente marcados por cenas de violência extrema nas bancadas.


A expressão “Gre-Nal” apareceu pela primeira vez em 1926, pela pena do jornalista desportivo Ivo dos Santos Martins, gremista confesso, que cansado de escrever por extenso o nome dos dois clubes, acabaria por inventar esta expressão como forma de designar os encontros entre os dois clubes.

Reza a história que o Grémio nasceu a partir de um jogo de futebol protagonizado por alemães e ingleses que jogavam em clubes do Rio Grande. A dada altura do jogo a bola esvaziou-se, pelo que um espectador especial do jogo – Cândido Dias da Silva, um paulista que residia na cidade de Porto Alegre – tratou de emprestar de imediato a bola que trazia consigo para que o jogo pudesse continuar. Como forma de agradecimento, no final da partida, os intervenientes transmitiram todos os conhecimentos sobre futebol ao atento Cândido Dias da Silva que deles reteve o principal: como fundar um clube de futebol. Foi assim que mais tarde, em 15 de Setembro de 1903, um grupo de rapazes reunido num restaurante de um hotel, decidiu fundar o Grémio Foot-Ball Porto Alegrense.

Quanto ao rival Inter, sabe-se que a sua génese está ligada a três jovens irmãos, de apelido Poppe, oriundos de S.Paulo, que chegaram à industrializada cidade de Porto Alegre em 1908 para iniciarem uma carreira de negócios no sector do vestuário. As portas dos clubes da cidade, pouco receptivos a aceitarem gente de fora (Grémio incluído), foram sempre fechadas aos três jovens que, ávidos de praticarem alguma actividade desportiva, acabaram por criar o seu próprio clube. Nasceu assim o Internacional de Porto Alegre, um clube que era, segundo os seus fundadores, para cidadãos brasileiros e estrangeiros. O nome Internacional indicava essa mesma filosofia de abertura a outras nacionalidades. O nome Internacional foi escolhido em alusão e homenagem ao Internazionale de Milão, cidade de onde eram oriundos os pais dos Poppe.

Essa “abertura” do Internacional, em contraposição ao “fechado” e elitista Grémio contribuiu bastante para o “agudizar” da rivalidade entre os dois clubes ao longo dos anos.
Em termos de palmarés, a luta entre os dois clubes está algo equilibrada.

Das escolas dos dois clubes têm saído grandes craques do futebol mundial. Entre muitos outros saíram do Grémio, Ronaldinho Gaúcho, e o nosso conhecido Anderson do Futebol Clube do Porto. Do Internacional, saiu recentemente Rafael Sóbis, para o campeonato espanhol, mais concretamente para o Bétis de Sevilha.

Em termos de palmarés, a nível interno, o Inter leva vantagem com 3 campeonatos brasileiros conquistados contra dois do Grémio. Também no Estadual, o Inter conta com 37 títulos contra 34 do Grémio. Na Copa do Brasil, leva o Grémio vantagem com 4 títulos contra apenas um do Inter.
No que respeita à Copa Libertadores, o Grémio tem dois títulos nesta competição, enquanto que o Inter conquistou este ano a sua primeira copa, facto a que aludi neste post.


Número de GreNais:340

Vitórias do Inter:129

Vitórias do Grêmio:107

Empates:104

Gols do Inter:499

Gols do Grêmio:464

Total de gols:963


Este ano, o derby, para além do mais, tem também o condimento de os dois clubes estarem nos lugares cimeiros da tabela: o Internacional está em segundo lugar com 59 pontos enquanto que o Grémio ocupa a quarta posição com 55.

Thursday, November 02, 2006