Sunday, June 22, 2008

Espanha: vencendo o destino


Quando Fabregas enfiou a bola dentro da baliza de Buffon, não foi apenas a Itália que acabou derrotada, foram as superstições, as premonições, em suma, a fatalidade que tem sempre perseguido nuestros hermanos nestas competições.

A Espanha foi a única equipa, das que tiveram uma fase de grupos tranquila, a passar os quartos-de-final e ontem, não obstante ter sido a equipa que mais procurou a vitória, também teve o mérito de o ter feito sem cair na tradicional fúria que tantas vezes a traiu no passado.

Dos quatro semi-finalistas, a equipa de Aragonés, é aquela que para além de juntar o melhor conjunto de individualidades, também tem demonstrado uma qualidade muito interessante ao nível do seu jogo colectivo, com princípios bem definidos. Marcos Senna, mais posicional à frente da defesa é o garante dos equilíbrios do onze; de perfil com o brasileiro naturalizado espanhol, Xavi é invariavelmente o grande responsável pelo início da construção de jogo. Nas alas, Silva e Iniesta, procuram os movimentos interiores e combinações simples com os dois avançados, Villa e Torres, que não dão apenas profundidade mas também largura ao processo ofensivo, através da permanente mobilidade, que os faz aparecer muitas vezes nos corredores laterais. Este tem sido o retrato dos espanhóis ao longo dos quatro jogos já disputados.

Até as alterações que têm sido feitas no decorrer dos jogos, parecem respeitar um plano de jogo prévia e escrupulosamente concebido, com os jogadores que entram a terem exactamente os mesmos desígnios dos que saem: Xavi por Fabregas, Iniesta por Cazorla (neste caso dando mais profundidade ao corredor direito) e troca de um dos avançados. Fica a dúvida de saber se o plano compreende soluções para a hipótese de ter que dar a volta a uma desvantagem…

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