Wednesday, May 11, 2011

Liderança esclarecida...

A grande conclusão retirada da eloquentemente esclarecida entrevista do grande líder benfiquista, é a de que, a partir de agora, vai ser o próprio Vieira a assistir aos jogos do canal PFC!
Jogadores como Sretenovic (o futuro Maldini), enquadram-se no potencial perfil de jogador a ser contratado, e agregado à já extensa lista de aquisições para a próxima época. Para o ano as expectativas são grandes e legítimas, até porque a conquista da taça da liga não implica grandes festejos...

Friday, May 06, 2011

Dúvida

Em quase uma década de Luís Filipe Vieira, no futebol, ostentam-se 2 campeonatos, três taças da liga, uma taça de Portugal e uma Supertaça. Isto é o Benfica?!

Leituras (de olhos abertos)

não. O que é humilhante, para mim e demais benfiquistas que se prezam, é levar um baile do Porto na Supertaça jogada em Agosto de 2010, com um frango daquele que é simultaneamente o pior e o mais caro guarda-redes que jogou em Portugal e cujo preço, dizem alguns, esconde uma negociata que muito prejudicou o Benfica mas beneficiou a empresa de construção do presidente do clube; são as três derrotas consecutivas com que o Benfica entrou na Liga e que o nosso treinador contava conquistar de caras; é o apelo que os dirigentes do Benfica fizeram aos adeptos para não irem aos jogos fora do Benfica, prejudicando jogadores e adeptos, e enfurecendo os clubes adversários que, não por acaso, mantêm relações próximas ou de simpatia com o nosso principal rival; é ser eliminado da Liga dos Campeões -- a mesma que o nosso actual treinador sabe que irá vencer -- na penúltima jornada e envergando uma camisola que celebra os cinquenta anos da primeira que o Benfica venceu, levando três secos de uma equipa chamada Hapoel e sendo repescado nos últimos minutos do último jogo por obra e graça de terceiros; é ser brindado com uma goleada nas Antas (cinco a zero) sem estar perto, sequer, de marcar um golo, e ouvir o estádio repleto de portistas cantar "a todos um bom Natal"; é saber que o clube gastou cento e tal milhões de euros para montar uma equipa que, contra os fracos, jogou muitíssimo bem durante a época passada e, depois da inarrável preparação de época imediatamente seguinte, assistir ao seu lento desmornamento e a uma desvalorização gravíssima dos principais jogadores; é saber que a SAD do Benfica decidiu, depois de vender os seus principais activos abaixo das cláusulas de rescisão, em desespero de causa e sem qualquer sucesso visível, tentar impingir 50 milhões de euros em papel comercial a um país em bancarrota; é saber que a equipa do próximo ano será maioritariamente constituída por jogadores contratados a custo zero e que o passe do Salvio, pelo qual o presidente do Benfica irá vergonhosamente e sem sucesso pedinchar ao Atlético de Madrid, clube no qual ainda hoje joga um jogador cujo passe é inutilmente detido por nós a 25%, só não acabará nas mãos do Porto se Pinto da Costa o não quiser; é perder a esperança de revalidar a Liga portuguesa após perder um jogo com o Braga, com um frango de Roberto e a expulsão de um jogador (Javi) que bem podia ter sido expulso nos dois jogos anteriores; é entregar o título ao Porto e a um treinador de 33 anos num jogo em casa, com um golo do Hulk, nova fífia de Roberto e um penalti inexistente a favor do Benfica, e que tudo isto aconteceu no único momento esta época em que nós, benfiquistas, nos podíamos arrogar de ter a melhor equipa em Portugal; é ter como um dos momentos mais altos da época uma vitória sobre o Marítimo, em casa, com um golo marcado no último minuto dos descontos; é ver o Porto festejar o título na Luz e que os dirigentes do Benfica, não contentes com o culminar de uma época enxovalhante, decidem apagar a luz do estádio e ligar o sistema de rega, oferecendo aos adversários um forte motivo para ridicularizarem o Benfica até ao fim dos tempos; é assistir à falta de brio de quem manda no clube e que acha normal, depois de perdido o título, baixar os braços, empatar com um Portimonense e um Olhanense, jogar miseravelmente com um Beira Mar e acabar a 21 pontos do campeão; é ver o Porto eliminar-nos da Taça de Portugal espetando-nos três golos na Luz e dando a volta a uma eliminatória que poucas equipas no mundo conseguiriam inverter, e nisto constatar que, nos dias que correm, ninguém no Benfica mostra ter alma para sequer lutar por algo semelhante; é ver o Porto golear os adversários fortíssimos que lhe aparecem pela frente com três jogadores que deveriam estar no Benfica (Álvaro Pereira, Falcão e James Rodriguez) e outro que por lá andou e não nos quis mais (Cristian Rodriguez); é saber que o Porto vai finalmente passar o Benfica em títulos e liderar o ranking por dois (com Taça, Supertaça e Liga Europa); é saber que o Porto dificilmente não termina esta época com o dobro dos títulos europeus do Benfica e que os respectivos dirigentes, não satisfeitos com isso, apostam em manter os principais jogadores de uma equipa que tem mais do que qualidade para ser campeã europeia; é saber que o Braga está dez lugares (33) acima do Benfica (44) no ranking da UEFA e que o Porto é, neste momento, o terceiro melhor clube do mundo; é, por fim, depois de tudo isto, sim, perder, e bem, no estádio do Braga e com o Sporting Clube de Braga, a possibilidade de ser goleado na final da Liga Europa pelo Porto, e acabar a noite a ouvir Pinto da Costa lamentar, com ironia, a eliminação do Benfica, e afirmar, carregado de razão, que o nosso clube seria o adversário mais fácil para o Porto.

Nenhum adepto do Benfica deve o quer que seja aos dirigentes e treinadores que por lá andam e serão precisas décadas para esquecer a humilhação que esta época representa. O Benfica já não é grande.


publicado por Jacinto Bettencourt no blogue 31 da Armada

Thursday, May 05, 2011

As maiores responsabilidades

As causas de uma das piores épocas de sempre do Sport Lisboa e Benfica são diversas, e distribuem-se por uma mão cheia de respectivos responsáveis. Assim a quente, e de repente, ocorrem-me duas. A parca flexibilidade táctica de Jorge Jesus, exímio na definição de um modelo que se revele profícuo e atractivo, mas sem capacidade para reagir a tempo no decurso dos jogos, quando estes não lhe correm de feição. A insistência na repetição do sistema táctico da época passada, sem ter todos os ingredientes necessários para que o mesmo seja bem sucedido. O permanente despovoamento do meio campo do Benfica – inexplicável, sobretudo, em jogos em que a equipa está em vantagem – foi sempre, ao longo de toda a época, um convite pleno às estocadas dos adversários, tendo dado até para humilhantes goleadas sofridas, já para não falar na medíocre fase de grupos na Liga dos Campeões - aquela que era para ganhar! Isto é tudo verdade, no entanto, como pano de fundo deste aspecto encontra-se um modelo de política e gestão desportiva que é totalmente desadequado para um clube com a dimensão do Benfica. E esse é da inteira responsabilidade de um indivíduo que de futebol percebe tanto, como eu percebo de física quântica. O presidente que antecipa eleições e blinda os estatutos do clube para que se perpetue, sem fim à vista, o seu inefável mandato, andou a passear-se pelo Brasil nesta altura tão crucial da época, provavelmente a desenvolver mais umas quantas negociatas à conta do Benfica. Este mandato que ele apelidou de desportivo, tem sido um enorme equívoco, e, acima de tudo, um verdadeiro manual de amadorismo. Momentos chave? São mais que muitos, e não me apetece escrever o maior post deste blogue hoje. Mas, também de repente, lembro-me da despromoção do Director desportivo em pleno programa televisivo na época passada e a transferência total de funções e responsabilidades para o treinador, ou seja, a carta branca total dada a Jorge Jesus no que respeita à política desportiva do clube - uma política que contempla um plantel com 6 avançados e um defesa direito! Uma coisa que não deve acontecer em nenhum clube profissional, quanto mais num clube com a dimensão do Benfica.

Mas quando 90% dos sócios não consegue compreender isto, não se pode esperar que ainda vejam mais além…


Nota: imagem tirada do Eternobenfica.blogspot

Wednesday, May 04, 2011

Histórias ibéricas cruzadas

Nos últimos tempos parece estar muito em voga lá para os lados de Madrid, a choradeira e lamechice – algo que choca profundamente com os genes senhoriais do clube madrileno. Se o jogo de ontem até mostrou uma objectiva razão de queixa para os merengues, também teve o condão de mostrar que com uma abordagem menos acobardada na primeira-mão, talvez fosse possível à equipa de Mourinho discutir a eliminatória. O queixume de Mourinho já cheira mal, bem como as críticas disparatadas que endereçou ao seu colega de profissão Pep Guardiola, até porque os pesos e medidas são sempre inquinado para o seu lado. Lembremo-nos dos quartos-de-final de 2003/2004, em Old Trafford, quando o árbitro anulou um golo “limpinho” a Scholes, que daria o 2-0 no jogo e posicionaria muito bem o clube inglês na passagem à fase seguinte…não, nessa altura, não foi a UNICEF, foram outras marcas, mais relacionadas com o gourmet e outros aperitivos, quiçá aquelas que fazem notícia em Espanha por estes dias.