Saturday, November 24, 2007

Depois de Scolari...




O que vai ficar da selecção após Scolari? A resposta é fácil: Para já, um segundo lugar num Campeonato da Europa, um quarto lugar num Campeonato do Mundo, duas qualificações, uma para um Mundial, outra para um Europeu. Isto no espaço de três anos. O que não vai ficar também é fácil de responder, e porventura ainda mas relevante que o que fica: "casos Paula"; "casos Saltillo"; lobbies nas convocatórias; mau ambiente nos grupos de trabalho, resultante das diferentes cores clubísticas...

Para finalizar, recomendo a leitura deste excelente texto que diz tudo: http://jogodirecto.blogspot.com/2007/11/afinal-o-que-deixar-scolari.html

Thursday, November 22, 2007

God save the english football


O mítico estádio de Wembley assistiu ontem ao maior desastre da selecção inglesa nas últimas décadas, a não qualificação para uma fase final de um Europeu de futebol.
O astuto Gus Hiddink tinha feito essa previsão, que no fundo não passou de um auto de fé e também de uma estratégia de motivação para os jogadores russos.

Esta situação encerra uma reflexão mais profunda acerca da fase que o futebol inglês atravessa. Inglaterra possui uma das ligas europeias que mais dinheiro gera, quiçá a mais mediática também, chegando a ser chamada de NBA do futebol. No entanto, importa referir que 60% dos jogadores da liga inglesa não são ingleses. Nos últimos anos, o número de estrangeiros que migram para o futebol inglês tem vindo a aumentar de forma significativa, em contrapartida, o número de ingleses que procuram outros destinos futebolísticos é muito reduzido, insignificante mesmo. Esta época, nas principais ligas europeias, apenas se detecta um futebolista inglês na liga espanhola, ao serviço do Múrcia e outro em França, no Nice, e claro, não esquecendo o spice boy Beckam recentemente seduzido pela aventura do soccer. Até mesmo dentro do Reino Unido, na liga mais relevante, a escocesa, apenas jogam 28 futebolistas ingleses.



É inegável a existência de qualidade no lote de jogadores que nos últimos anos têm representado a selecção da velha Albion. Também se reconhece que se está a assistir a uma natural fase de transição com a inclusão de vários jovens nas chamadas à selecção, como sejam, Aaron Lennon, Downing, Wright Phillips, Jermain Defoe, Micah Richards, entre outros que já espreitam essa possibilidade pela janela da selecção sub-21 (David Nuggent, Gabriel Agbonlahor e Theo walcott). De assinalar, contudo, que com excepção de Micah Richards, todos os restantes jogadores são avançados ou médios de ataque. Nota-se assim uma carência de jogadores, sobretudo para o sector defensivo, que possam vir a substituir jogadores já com alguma antiguidade como Sol Campbell, Ferdinand, Neville, Ledley King e Carragher. No meio campo, Gerrard e Lampard ainda terão seguramente muito tempo para representar o seu país, há também Carrick, Hargreaves e pouco mais.
Com isto não se pode dizer para já que há falta de jogadores, contudo comparando com outras selecções,a longo prazo, e com as circunstâncias referidas, poderá vir a haver alguma míngua em alguns sectores específicos. A Alemanha passou por algo semelhante em 2000, mas aí devido a um certo retardamento numa renovação que já se impunha há algum tempo.

Um outro aspecto, porventura ainda mais pertinente, é o facto de hoje em dia não haver um treinador inglês de referência. Longe vão os tempos de Paisley; Brian Clough; Alf Ramsey ou Bobby Robson – curiosamente apenas os dois últimos foram seleccionadores nacionais. Na realidade qualquer um destes nomes está inscrito nas páginas douradas do futebol inglês, com títulos conquistados dentro e fora de portas do país de sua majestade. Actualmente, os principais clubes ingleses estão a ser orientados por treinadores estrangeiros. Sven Goran Eriksson, foi o primeiro seleccionador estrangeiro a estar à frente da selecção de um país conservador nos hábitos e também no futebol, porém, a sua chegada à selecção nunca foi bem vista pela inenarrável imprensa inglesa, tendo o treinador sueco sido alvo das maiores tropelias, como especulações fabricadas em torno da sua vida privada, e até mesmo de estratagemas com o objectivo de pôr o seu nome em causa, tendo acabado por ser injustamente afastado do cargo, em função de duas eliminações através da lotaria das penalidades, como todos os portugueses, bem, se recordam.

Agora após o afastamento de Steve Mc Laren, os nomes que têm surgido, são, precisamente de treinadores estrangeiros, José Mourinho, Luís Filipe Scolari e o Norte-Irlandês, Martin O`Neill, actual treinador do Aston Villa que antes de rumar a Inglaterra, esteve seis épocas ao serviço do Celtic de Glasgow. Seja quem for, seguramente terá árduo trabalho pela frente.

Obrigado Scolari!



Há por cá, no pequeno país com a mania das grandezas, quem continue, de forma descabida e até patética a achar que temos a melhor equipa e os melhores jogadores do mundo e que como tal teríamos que "esmagar" todos os adversários...
Eu cá para mim penso é que existe muita ignorância e também muita azia. São os ódios de estimação...

Lembro-me bem do tempo das vitórias morais, do tempo em que nos jogos decisivos a selecção portuguesa realizava exibições deslumbrantes, mas falhava...
Neste momento o que conta são os factos e esses indicam-nos que em termos de resultados a selecção portuguesa nunca fez melhor, sobretudo atendendo ao curto período em causa. São três apuramentos consecutivos, não obstante o primeiro deles ter decorrido do facto de sermos o país organizador. Pelo meio, um segundo lugar no Europeu de 2004 e um quarto lugar no mundial de 2006. Realmente, o que querem mais?
Scolari tem todo o mérito nestes feitos e merece da parte de todos nós um enorme "muito obrigado".

Wednesday, November 14, 2007

Raúl Tamudo: Uma vida de golos dedicada ao Espanyol



"Este clube tem sido a minha vida e é a melhor coisa que pode acontecer a um jogador saído das camadas jovens".

Raúl Tamudo


Raúl Tamudo é um daqueles jogadores que nunca representou um clube proporcional à sua dimensão como futebolista, facto que causa alguma estranheza. Também no que respeita a representar o seu país, o jogador tem o módico registo de apenas 12 internacionalizações pela selecção principal do país vizinho. Foi em Agosto de 2000 que se estreou na selecção espanhola, lançado por José António Camacho. Recentemente convocado por Luís Aragonés, Tamudo foi lesto em justificar a decisão do seleccionador, pois apontou o primeiro golo frente à selecção dinamarquesa, em jogo da fase de qualificação para o Euro 2008, jogo que a selecção espanhola viria a vencer por 2-1.

Raúl Tamudo formou-se como jogador no clube que representou desde sempre, desde a época 1996/1997, sendo que pelo meio houve um curto interregno de empréstimos a Lleida e Alavés nas épocas 1997/1998 e 1998/1999. Recentemente, consagrou-se como o maior goleador da história do RCD Espanyol, ultrapassando Rafa Marañón. Os golos que igualaram e superaram o anterior registo (111 e 112, respectivamente), foram apontados, curiosamente, em Camp Nou, frente ao rival Barcelona, clube que - diz-se - o terá rejeitado no início da sua carreira. Esses dois golos acabaram por impedir o colosso catalão de conseguir o título espanhol em 2006/2007.

O mundo do futebol tem destas coisas estranhas. Este "mortífero" goleador apenas ostenta duas Copas do Rey, uma Copa da Catalunha e uma medalha de prata dos jogos olímpicos de 2001 em Sidney. Não se sabe se a sua "sala de troféus" se ficará por aqui, a única certeza que se pode ter é a de que Tamudo, para já, continuará a beijar o emblema do seu Espanyol - forma de celebrar os golos que marca semana após semana na liga espanhola.

Monday, November 05, 2007

"Liedshow"





Dunga não poderá deixar de chamar Liedson para representar o escrete...
Há quem argumente que os jogadores brasileiros que actuam na liga portuguesa não são alvo de atenção no Brasil. Assume-se facilmente a parca qualidade da nossa liga, mas Afonso Alves joga na liga holandesa e Wagner Love na liga russa! Na minha opinião o "levezinho" não lhes deve nada em termos de qualidade futebolística.

Saturday, November 03, 2007

inoportunidades...

"FC Porto imperial neste arranque de época. Há-de perder pontos, diz a lógica das probabilidades. Mas assim de repente...onde?"

Alexandre Pereira, Jornal A Bola, 1 de Novembro 2007