Thursday, February 22, 2007

Controlo versus domínio

Controlar o jogo ou dominá-lo são duas coisas distintas e perfeitamente indossociáveis.

O jogo entre F.C. Porto e Chelsea, para a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, ilustra isso na perfeição. O Porto dominou, o Chelsea controlou...

Friday, February 09, 2007

SL Benfica no top 20 do «Football Money League»

Antes de mais importa clarificar o seguinte: O Sport Lisboa e Benfica ocupa a 20ª posição no ranking da "Football Money League", ou seja, o relatório que a Deloitte emite relativamente aos clubes que mais receitas realizaram na época transacta. Essas receitas dizem respeito aos seguintes parâmetros: as receitas de dias de jogos; receitas dos direitos de transmissões televisivas; as verbas atribuídas pela UEFA no âmbito da Champions e Taça Uefa e as receitas provenientes da área de merchandising.

Ora isto é ligeiramente diferente daquilo que circula em alguns órgãos de comunicação social, designadamente, que o Benfica é um dos clubes mais ricos do mundo. Tal como o administrador executivo da Benfica SAD - Domingos Soares Oliveira - fez questão de ressalvar, o Benfica «tem ainda muitos encargos para pagar».

Não deixa, contudo, esta “distinção” de constituir um facto assinalável, que evidencia, acima de tudo, uma boa gestão e bons augúrios para o futuro do clube encarnado. Este facto ganha ainda maior ênfase quando se trata de um clube de um país cujo mercado futebolístico é sobremaneira inferior, em inúmeros aspectos, em relação aos mercados da maioria dos ocupantes do referido ranking. Sintomático disso são as receitas televisivas que nos maiores mercados representam 55 por cento das receitas, enquanto que em Portugal representa apenas 10 por cento. A parca qualidade e competitividade do futebol português, os encargos que o clube ainda tem para pagar, o contrato, nada vantajoso, celebrado [a cumprir até 2012/2013] com a Olivedesportos para as transmissões televisivas são consideráveis obstáculos para que o clube encarnado, apesar deste feito, não possa “ombrear” com muitos clubes de outros países (muitos deles nem precisam de estar neste ranking) em termos de capacidade de atrair os melhores jogadores.
Neste quadro importa ainda destacar a manifesta importância da numerosa massa adepta e associativa do Benfica (que a direcção tem sabido capitalizar) e a importância que tem a participação na prova máxima de clubes do futebol europeu.

Monday, February 05, 2007

F.C. Porto - Estrela da Amadora: A meia surpresa


Os recentes desaires do F.C. Porto têm deixado muita gente espantada, contudo, incluo-me naqueles que não partilham desse estado de espírito.

Considero que o F.C. Porto tem sido sobredimensionado a vários níveis, não obstante ter terminado a primeira volta do campeonato em primeiro lugar a uma distância de sete pontos do segundo classificado. Em minha opinião tal deveu-se mais a demérito dos seus opositores directos do que propriamente a méritos da equipa portista.

Ficaram bem patentes nos últimos e recentes desaires, as deficiências do F.C. Porto. Desde logo, um plantel – ao contrário do que a generalidade dos analistas diz – bastante desequilibrado, com qualidade e quantidade para o sector do meio campo, e menos quantidade/qualidade nos restantes sectores. No que respeita ao futebol praticado, persistem algumas deficiências ao nível das transições ataque-defesa e um processo ofensivo que, sem o alicerce Ricardo Quaresma, tem muito pouca criatividade e objectividade.

Depois há outro aspecto que me parece pertinente. O factor psicológico do jogo, outrora tão negligenciado e enfim descoberto desde o fenómeno Mourinho, parece ter a este nível alguma importância. Atente-se nas palavras do treinador do Estrela da Amadora, após a conclusão do jogo: "Se Atlético e Leiria ganharam ao Porto, porque é que nós não podíamos?"

O histórico Atlético, não apenas conseguiu o feito de tombar um gigante, como terá contribuído para a reanimação do campeonato do qual ele já fez parte em tempos remotos.


Uma palavra para o Estrela da Amadora que não perde desde que voltou ao seu estádio. Mérito também do seu treinador Daúto Fáquirá, que já tem no seu curriculum trabalhos bem interessantes nos escalões secundários, nomeadamente ao serviço do Odivelas e do Barreirense.

O Estrela é uma equipa compacta e muito disciplinada do ponto de vista táctico. Sem bola, estrutura-se em bloco baixo, procurando fechar espaços. Com bola é uma equipa que sabe estender-se em largura e profundidade - no dragão, essencialmente através de acções de ataque rápido e contra-ataque. Individualmente há que destacar uma dupla de centrais que tem funcionado muito bem: José Fonte e Amoreirinha. No meio campo, também se destacam a juventude de Tiago Gomes (que Faquirá foi buscar ao Odivelas) e a veterania de Marco Paulo e Rui Borges. Jaime (ex-Braga), médio criativo que não jogou no dragão também tem sido figura em destaque na equipa da Reboleira.