Monday, May 28, 2007

Taça de Portugal e algumas notas soltas

O Sporting conquistou a sua 14ª taça de Portugal. Tratou-se de um justo prémio para uma equipa recheada de jovens jogadores com qualidade e que fez uma época que, não obstante o segundo lugar na liga, tem que se considerar boa.

Uma palavra para o Belenenses que fez uma época muito boa também, sobretudo se atentarmos para o facto de no início da época não se saber se o clube do Restelo iria disputar a primeira liga ou a liga de honra. Ontem qualquer uma das equipas poderia ter vencido o jogo o que só dignifica os “azuis”. Houve momentos de domínio por parte de uma e outra equipa. Em suma, foi um jogo equilibrado. É certo que o Sporting, estruturalmente, foi igual ao que tem sido durante a época inteira, cabendo ao Belenenses uma postura eventualmente mais calculista. Os azuis souberam segurar os ímpetos ofensivos do Sporting, designadamente através de uma estratégia que assentava no povoamento do meio campo com uma permanente acção de preenchimento dos espaços “vitais” do jogo ofensivo leonino. Na altura certa, Jesus alterou a estrutura – passou do 4-2-3-1 para um 4-4-2 semelhante ao dispositivo sportinguista – aí o clube da cruz de Cristo empurrou o adversário para o seu reduto, criando alguns momentos aflitivos para os leões, no entanto, foi imediatamente a seguir a esse assédio azul que o Sporting marcou o golo da vitória – construído pelo corredor esquerdo do seu ataque, zona de acção do lateral direito “belenense” que estava então fora do jogo a ser assistido.

Brevemente escreverei umas ideias acerca da época finda (por falta de tempo ainda não o fiz).
No entanto, aproveito a deixa para tecer algumas considerações acerca das épocas dos dois finalistas.

O Sporting como comecei por referir acabou por arrecadar um justo prémio com a conquista da taça de Portugal. Foi uma equipa consistente, excepção feita ao período a seguir à paragem de Natal em que teve alguns jogos sem conhecer o sabor da vitória. Contudo, nesta recta final regressou ao ritmo do início da época e arrancou para uma série de vitórias consecutivas que o deixou a um ponto do título – ficou como imagem de marca os seis jogos consecutivos a marcar nos instantes iniciais. É um justo prémio também para Paulo Bento, sem dúvida o grande artífice do trabalho que tem vindo a ser feito no clube de Alvalade. Recorde-se que Paulo Bento foi inicialmente contratado como “treinador de recurso” após a dramática época 2004-2005 e consequente despedimento de José Peseiro. Sem dinheiro para reforços, a Paulo Bento foram-lhe concedidos os jovens oriundos dos escalões jovens do clube, o que, não obstante serem jogadores com qualidade não deixam contudo de deter a sua natural dose de inexperiência e outras vicissitudes para poderem enfrentar o nível competitivo da primeira liga e as diversas pressões associadas. No entanto, Paulo Bento acabou por saber tirar o máximo proveito desta equipa, sabendo gerir determinadas situações complicadas, que poderiam tornar-se ainda mais complexas, caso ele não tivesse tomado as decisões correctas nas alturas certas.

O Belenenses fez uma época que se pode considerar brilhante. Acabou em 5º lugar no campeonato conquistando um lugar nas provas europeias e chegou à final do Jamor. Pedir mais era complicado, senão mesmo impossível.

Mérito seja dado também a Jorge Jesus. Um reconhecido estudioso do jogo. Metódico e estratega seriam outros adjectivos que assentariam bem no treinador da equipa do Restelo.
As suas equipas têm sempre a sua marca. Este Belenenses também a tem – equipa organizada e forte do ponto de vista táctico, não é à toa que se ouve permanentemente a palavra “táctica” e suas derivadas nos discursos de Jorge Jesus.






O campeão e uma reflexão...

F.C. Porto é campeão nacional. Acredito na máxima de que todos os campeões são justos vencedores. O campeonato é uma prova, essencialmente, de regularidade, e aí os portistas, de facto, não facilitaram.

Contudo, esta constatação não invalida que se façam algumas reflexões.
O F.C. Porto não foi uma equipa equilibrada. Nem sempre mostrou um futebol organizado nem tampouco atraente. Foram muitas as manifestações de apreensão feitas por alguns dos seus mais mediáticos adeptos, o que não deixa de ser sintomático.

Se a primeira volta correu bem à equipa portista, já o mesmo não se poderá dizer da segunda metade do campeonato. Ficam as questões: Durante a primeira volta a equipa ainda estaria “formatada” pelas ideias (arrojadas) de Adriaanse? Na segunda volta do campeonato presume-se que as ideias de Jesualdo terão ficado consolidadas, pelo que se impõe a dúvida acerca das reais potencialidades da equipa portista.
Veremos se para o ano se desfaz a dúvida…

Thursday, May 10, 2007

Mauro Zarate (Vélez Sarsfield)


Avançado de grande mobilidade, forte no um para um e exímio a jogar no limite do fora de jogo.
Brilha ao serviço do Vélez Sarsfield, onde jogo como avançado centro.
Ontem frente ao rival Boca Juniors, para a Taça Libertadores, marcou dois dos três golos da sua equipa que foram, contudo, insuficientes para anular a desvantagem (3-0) trazida de la bombonera. O Vélez venceu por 3-1, tendo dominado quase sempre um jogo no qual a técnica e velocidade deste jovem jogador argentino esteve sempre patente do primeiro ao último minuto.
Ainda para a Libertadores, o Grêmio venceu o São Paulo FC por 2-o, vencendo assim a eliminatória. Diego Souza voltou a estar em destaque, e foi ele mesmo o autor do golo que valeu a passagem do clube gaúcho aos quartos de final.

Saturday, May 05, 2007

AC Milan - Liverpool FC: na final com mérito




AC Milan e Liverpool FC reeditam a final de há dois anos.
Tem-se afirmado que os dois finalistas beneficiaram de melhores índices físicos que os seus opositores, pelo facto de se encontrarem arredados da disputa de outros títulos. É verdade que nestas meias-finais caíram as duas equipas que se mantêm noutras “guerras”, contudo explicar tudo por aí, parece-me algo redutor, e quiçá, uma espécie de "desculpa" em função do favoritismo apontado ao Chelsea e ao United.

Se no caso do embate inglês, esse factor poderá ter tido maior importância, adicionando-lhe também as ausências de vulto na equipa londrina por lesão, torna-se imperioso refir que a eliminatória foi equilibrada, acabando por se decidir na chamada “lotaria” dos penalties, o que acaba por traduzir esse mesmo equilíbrio, e também, revelar uma não tão evidente superioridade (quer na dimensão física quer nas outras) de uma equipa face à outra.
Acaba por sair premiado um conjunto que, tal como já escrevi neste espaço, parece feito à medida dos desafios europeus.
Para além da questão física é necessário referir outros factores que não serão menos importantes, como sejam aqueles que se relacionam com os modelos de jogo das respectivas equipas. O Chelsea ao longo da época apresentou um futebol muito distante do apresentado na época transacta. Fortemente sustentado no futebol directo, não tendo a posse e circulação de bola como o grande referencial de jogo e com uma menor utilização das alas como circuito privilegiado para a criação de situações de finalização. A equipa londrina carece esta época de qualquer coisa, e o enorme infortúnio das lesões não pode nem deve explicar tudo…

Já no que respeita à outra meia-final, parece-me indiscutível que no conjunto dos dois jogos, a superioridade do AC Milan foi demasiado evidente, de forma ainda mais acentuada no jogo de S. Siro. A forte consistência táctica, consubstanciada na eficaz ocupação dos espaços e na capacidade de saber subir ou recuar o bloco, consoante as circunstâncias do jogo, aliada à enorme fluidez e objectividade na circulação de bola, fazem do Milan um meritório finalista desta edição da Liga dos Campeões. E refira-se que não foi apenas na eliminatória frente ao Manchester United que a equipa italiana apresentou os referidos predicados. E claro, a experiência de muitos dos jogadores rossoneri é também factor a ter em conta.

Thursday, May 03, 2007

Entretanto, do outro lado do Atlântico...

Enquanto por cá AC Milan e Manchester United discutiam a segunda vaga para a final de Atenas, do lado de lá do Atlântico, disputava-se a primeira mão dos oitavos de final da congénere sul-americana da prova milionária europeia: a Copa dos Libertadores. Tive oportunidade de assistir ao São Paulo – Grémio de Porto Alegre. Foi um jogo pouco atractivo, com muitas faltas e interrupções, porém houve um jogador que me chamou a atenção: Diego Souza, esse mesmo, que se encontra vinculado ao SL Benfica e que está emprestado ao clube gaúcho. Diego arrancou uma boa exibição, abrilhantada com pormenores bastante interessantes, designadamente algumas aparatosas arrancadas em direcção à baliza adversária e alguns fortes e colocados remates de meia distância. Será que Fernando Santos viu?

Wednesday, May 02, 2007

Serenata à chuva em S. Siro



O AC Milan atinge a sua terceira final europeia em cinco anos – a 11ª do seu historial.
Calculo que hoje, muitos anti-calcio estejam a remoer o que se passou em S. Siro e estou muito curioso para ler e ouvir opiniões. Será que alguém será capaz de falar em futebol defensivo, cínico e outras coisas que tais? Estou em crer que tamanho despropósito não irá ocorrer…
Esta eliminatória veio desmistificar também aquele típico preconceito português relacionado com a idade dos jogadores que não passa de um grande disparate...

De facto a equipa italiana vulgarizou a equipa inglesa de forma absolutamente avassaladora. O semblante de Ferguson no banco era sintomático. Incapaz, porque impotente para tal, o treinador escocês não alterou praticamente nada na sua equipa, sendo que quando o fez (abdicou de um defesa, passando a equipa a jogar com uma linha de três defesas) foi já na recta final do jogo, e aí o Milan deu a “machadada” final.

Durante toda a primeira parte do jogo apenas se jogou no meio campo inglês. O Milan através de uma pressão alta e de uma posse e circulação de bola verdadeiramente estonteante, encostou o Manchester ao seu reduto defensivo que sem ideias e capacidade para contrariar o seu opositor, raramente de lá conseguiu sair.

Na segunda parte, foi quase, mais do mesmo, não obstante o Milan ter arrefecido um pouco mais o jogo, recuando um pouco as suas linhas – normal quando se tem uma vantagem de 2-0 e ainda se poderia sofrer um golo que a passagem não ficaria comprometida. Na primeira linha do meio campo, Ambrosini à esquerda e Gattuso na direita ajudavam os laterais a fechar os corredores – referência do jogo ofensivo da equipa inglesa. Contudo não se pense que o Milan abdicou do seu jogo ofensivo, nada disso, sempre que ganhava a bola, e foram inúmeras as recuperações da mesma efectuadas a meio campo, imediatamente ela circulava pelos jogadores rossoneri com uma precisão quase geométrica, sempre com o objectivo da progressão até à grande área do Manchester.

Outro embate “fabricado” pelos media foi o de existir outro jogo dentro do próprio jogo – o de Káká contra Ronaldo na luta pela obtenção de título de melhor jogador do mundo. Nesse particular, o brasileiro foi também sem qualquer dúvida, o grande vencedor. As suas acções em campo foram determinantes para o desfecho da eliminatória, sendo que Ronaldo foi inconsequente…

Em termos individuais, para além de káká, o outro destaque vai sem sombra de dúvidas para Gattuso. O que Káká tem em talento e criatividade, tem o italiano em garra e determinação.

Liverpool na final de Atenas

O Liverpool acabou de carimbar o seu passaporte para a final de Atenas, a segunda em três anos, a sétima da sua história.
Do jogo pouco há a dizer - são já conhecidos os contornos deste confronto entre dois mestres da táctica.
Talvez de realçar que ontem ficaram patentes algumas debilidades da equipa londrina que foram a tónica desta época. Ontem, privada de Ricardo Carvalho, Balack, Schevchenko, com um Robben recentemente recuperado de mais uma lesão, o Chelsea, muito mais sobrecarregado de jogos de responsabilidade do que o seu opositor, depois de ter usado e abusado do jogo directo para Didier Drogba, acabou por claudicar, ainda assim, apenas na marcação de grandes penalidades.

Frase

"...Os nossos adeptos são os verdadeiros 'special one...'

Rafael benitez