Monday, December 21, 2009

A queda de alguns mitos

O futebol português é pródigo em mitos. Alguns resumem-se a apenas duas palavras, como por exemplo, Carlos Queiroz. Outros há que são sustentados por teses mais complexas ou até mesmo ininteligíveis.

O jogo de ontem ajudou a derrubar o patético mito da força mental que emana não se sabe muito bem de onde e que invade todo e qualquer elemento que ao F.C. Porto esteja directa ou indirectamente ligado.

Afinal o que é essa treta da força mental? Resultará de alguma substância que, à imagem de uma boa obra de ficção cientifica, é administrada aos funcionários, e portanto, também aos jogadores? Não, nada disso. É apenas mais uma enorme baboseira que muitos analistas e comentadores (alguns com o estatuto de profisisonal) do nosso futebol vão alarvemente expelindo vezes sem conta, tal como foi ocorrendo ao longo desta semana que antecedeu o jogo.

Outro mito que ontem foi derrubado é um mito menor, no entanto não deixa de ser relevante fazer-lhe referência. O processo ofensivo do S.L. Benfica não está absolutamente dependente da brilhante capacidade - e conhecimento que ambos têm um do outro - de Javier Saviola e Pablo Aimar. É óbvio que estes dois juntos, só podem melhorar esse e outros processos em qualquer equipa do mundo, contudo, este Benfica, independentemente do brilhantismo destes dois e de outros, vale essencialmente pelo enquadramento táctico que o seu treinador tem trabalhado desde o primeiro dia da época.

Sunday, December 13, 2009

Descubra as diferenças


Têm a mesma profissão e encontram-se ambos munidos das mais conceituadas qualificações.
Um e outro ainda não confirmaram o potencial que muitos lhes reconheceram – e alguns continuam teimosamente e incompreensivelmente a reconhecer – para além de que coleccionam mais insucessos que sucessos ao longo das respectivas carreiras.

Um e outro ao chegarem ao seu actual posto de trabalho preocuparam-se mais consigo próprios do que com a real situação da entidade que os empregou. Quiseram marcar a diferença, obliterando e até enxovalhando o trabalho dos antecessores. Encetaram uma revolução que era de todo desaconselhável pois até o mais imberbe dos observadores sabe que a mesma, nos respectivos contextos, seria apenas contraproducente.

Um e outro não tiveram capacidade para perceber que a única coisa inteligente a ter sido feita era precisamente o contrário do que fizeram, ou seja, terem aproveitado qualquer coisa do que estava realizado – ainda que essa coisa fosse totalmente contrária às suas ideias, pelo menos era algo de consolidado – e terem construído aí o princípio de algo que, com o tempo, fosse, então sim, evoluindo no sentido das suas concepções para as respectivas entidades patronais. Mas não, a ânsia de afirmação tolheu-lhes a racionalidade e os resultados estão à vista.

A única, e se calhar grande diferença, é que um tem como colaboradores meia dúzia de executantes que estão entre os melhores da profissão, e também contou com alguma ajuda de terceiros para alcançar os seus intentos (ai se a Suécia ganha à Dinamarca…), já o outro não se pode gabar do mesmo…

Agora fazem todo o sentido as palavras de José Eduardo Bettencourt acerca das saudades que Paulo Bento acabaria por suscitar em algumas pessoas.

Monday, December 07, 2009

Flamengo campeão brasileiro

No Rio de Janeiro, e um pouco por todo o Brasil e resto do Mundo, onde quer que haja um brasileiro adepto das cores rubro-negras, iniciar-se-á um Carnaval bem antecipado. O Flamengo sagrou-se campeão brasileiro, 17 anos depois da última conquista, pondo assim fim à hegemonia que o São Paulo F.C. tem exibido nos últimos anos.

A equipa da Gávea foi guiada no banco por Andrade – uma velha glória do “mengão” que fez parte de uma das melhores equipas da história do clube, com Zico, Adílio, entre outros. Andrade pegou na equipa à 14ª jornada, ocupava esta a 7ª posição da tabela e de imediato se socorreu da experiência de alguns jogadores do plantel para iniciar este percurso glorioso que terminou ontem. O novo treinador também alterou aos poucos a maneira de jogar da equipa, desde logo, substituindo a habitual defesa a três que o seu antecessor utilizava, por uma linha de quatro defesas, estruturando a equipa em 4x4x2 ou 4x5x1.

Para além de estarem atrasados em relação às equipas que andaram o campeonato todo nos primeiros lugares, os rubro-negros viram-se privados de um dos seus mais influentes jogadores aquando da abertura da janela de transferências – Ibson partiu para o campeonato russo e deixou a equipa algo órfã de criatividade – o que adensou as dificuldades em termos de construção de jogo. E não foi apenas essa a única perda do clube. O avançado Obina partiu para o Palmeiras, Emerson para os Emirados Árabes Unidos, Josiel para o México...
Perante este quadro, o astuto Andrade deu a batuta do meio campo ao experiente Petkovic (37 anos), e claro, continuou a confiar na capacidade goleadora de Adriano. Não foi assim muito difícil para o Sérvio, em conjunto, com o "imperador" Adriano, tornarem-se os dois grandes símbolos da equipa, jornada após jornada.
Apesar disso, também outros jogadores merecem destaque nesta conquista. O defesa/ala Léo Moura, o também experiente Maldonado, o "meia" Zé Roberto e o guarda-redes Bruno, foram também figuras emblemáticas da equipa do Rio.

Ontem, com 85.000 nas bancadas do Maracanã, o Flamengo teve que sofrer, pois foi necessário dar a volta a um resultado desfavorável. O Grémio contribuía para que o seu arqui-rival Inter pudesse ser o campeão, no entanto, mais uma vez, foi a experiência a resolver a contenda. O sérvio Petkovic – que até estava para ser substituído nesse momento – bateu o pontapé de canto que materializaria o golo do título, marcado por um outro veterano do plantel. Ronaldo Angelim cabeceou a bola para o fundo das redes gremistas, dando assim o tão desejado título de campeão brasileiro ao maior clube do país.

Wednesday, December 02, 2009

Patetice sem limites

Assim se consegue manietar a mente de alguns espectadores atentos, mas pouco esclarecidos, do fenómeno futebol.
Para além disto ser uma cópia – portanto nem na patetice são originais –, é algo de um mau gosto inenarrável.
O que eu sugeria era um prémio do verborreico do ano para atribuir ao jornalista que tem as ideias mais patéticas e infelizes. O problema é que a lista de nomeados nunca mais acabava.