Friday, September 26, 2008

Barbárie







As agressões mais bárbaras, ocorridas ultimamente nos relvados de futebol, têm todas um denominador comum: a Premier league. Pode ser apenas coincidência...

Friday, September 19, 2008

Frases

“Sei que as tentativas para me intimidar no campo vão recomeçar imediatamente, mas toda a gente acaba por perceber mais tarde ou mais cedo que é difícil fazer-me perder a minha raça.”


Cristiano Ronaldo na antevisão do jogo com o Chelsea

Thursday, September 11, 2008

O seleccionador dos intelectuais da bola


Entre muitos mimos com que Scolari foi presenteado por muitos comentadores cá do burgo, havia o do populismo e provincianismo, fundamentado na história das bandeiras e de uma maneira geral, numa forma de estar muito própria, que soube, de facto, mobilizar um povo - que por norma é mais apaixonado pelos clubes do que pela selecção – em torno das cores do seu país. É claro que esta forma de estar incomodou sobremaneira os intelectuais da bola. Estes acabaram por manifestar um clássico preconceito relativamente a tudo o que possa constituir uma grande exaltação popular, mas sobretudo o que mais os irritou foi o facto de Scolari nunca lhes ter passado cavaco sobre o que quer que fosse.

Pois bem, agora temos o seleccionador dos intelectuais da bola, que aliás passaram horas, dias e semanas a pedir a sua vinda.
Senão vejamos, assim que chegou, começou por dizer que a selecção não era um espectáculo com lugares marcados… Depois, veio o afastamento de Ricardo e a convocação de uns quantos nomes que não entravam habitualmente nas contas do antigo seleccionador e que eram permanentemente clamados pelos intelectuais da bola. Loas ao novo seleccionador. Ao longo destas semanas, o seleccionador dos intelectuais da bola foi dizendo outras coisas como: “comigo vai ser diferente” ou “vamos dar espectáculo” o que levou os intelectuais da bola ao êxtase. Mas há mais. Para além de dizer aquilo que esperam que ele diga, ainda parece tomar as opções técnicas que esperam, ou recomendam, que ele tome. Exemplos? Aqui e, de forma absolutamente clara, aqui.

Hoje, depois do desaire frente à Dinamarca, temos nas páginas dos jornais, a inevitável vitória moral! Uma exibição fenomenal a que um desinspirado Quim e a sorte não quiseram corresponder…isto, claro, para além dos naturais elogios às alterações “recomendadas” e que foram satisfeitas pelo seleccionador, como fica bem ilustrado nesta análise feita no jornal A Bola: “Fosse qual fosse o resultado, jamais deixaríamos de ter esta opinião: Queirós mexeu bem na equipa ao trocar Antunes por Paulo Ferreira e Carlos Martins por Maniche…” (sem link); ou esta no jornal Record: “…Com Antunes e Carlos Martins na... bancada, Carlos Queiroz apostou nos (justificados) regressos de Paulo Ferreira e Maniche ao onze. A equipa, sob o comando de um magistral Deco, ganhou em consistência, aliou da melhor forma o talento individual à força colectiva, até conseguiu fazer esquecer por completo a ausência de Cristiano Ronaldo…” ; e ainda esta no maisfutebol: “Para a história, além da derrota em casa que normalmente costuma complicar o apuramento a qualquer selecção, fica uma exibição que chegou a ser empolgante e um certo voltar atrás de Carlos Queiroz, ao recuperar Paulo Ferreira para a esquerda e Maniche para o meio”.

Wednesday, September 10, 2008

Trio da comédia (2)

Gosto de ver o programa Trio de Ataque da RTP porque, não raras vezes, me divirto bastante com as coisas que por lá são ditas. Desde Katsouranis ser um bom médio ala, ou do 4-2-3-1 ter sido introduzido em Portugal por Marinho Peres, tudo é possível ouvir no programa.

Na última edição do programa, para além dos habituais momentos de diversão, assistiu-se a algo diferente. Após os intervenientes se terem entretido a colocar Rui Caçador na fogueira, atribuindo-lhe a exclusiva responsabilidade no desaire da selecção de sub-21, o que é manifestamente um enorme exagero (sobre esse tema opinarei noutra altura), ainda manifestaram um certo regozijo num possível – e desejável, segundo eles – afastamento de Caçador do cargo de seleccionador. Segundo os ilustres comentadores, Caçador terá apostado no cavalo errado quando respondeu a Queiroz, antes do Europeu, pelo que agora estará a pagar, de forma merecida, essa má aposta! Esta opinião, aliás, vai ao encontro de muitas que têm sido veiculadas na imprensa desportiva, segundo as quais, Rui Caçador, em virtude desse episódio, terá deixado de ter/sentir condições para se manter no cargo, o que, inclusive, terá sido a grande razão que o levou a considerar uma possível retirada de cena.

Mas o mais hilariante ainda estava para vir. Depois de uma monumental bajulação ao novo seleccionador nacional, quando confrontados com a hipótese de Djaló e Moutinho poderem ter tido maior utilidade na selecção de sub-21, eis que surge uma eloquente reacção (incluindo o moderador do programa) no sentido de que os interesses da selecção principal deverão sempre prevalecer face aos interesses das “esperanças”. Abra-se um parêntesis para que se diga, em abono da verdade, que Rui Oliveira e Costa, desde o início da campanha pró-Queiroz, tem sido sempre o mais moderado e ontem não fugiu a essa regra.

Ora, isto é absolutamente espantoso, se nos lembrarmos que uma das maiores críticas, feitas naquele programa (e não só) a Scolari, assentava na sua desatenção relativamente à selecção de sub-21, sendo esse, em sentido contrário, um argumento abonatório de Queiroz…

Sunday, September 07, 2008

Áustria 3-1 França: surpresa?

A vitória da Áustria frente à selecção francesa é uma das chamadas surpresas da primeira ronda da fase de qualificação para o Mundial 2010. A outra (bem mais surpreendente) teve um protagonista bem nosso conhecido...

Eu, no entanto, prefiro considerar o resultado do jogo como uma meia surpresa. Esta equipa austríaca revelou alguns pormenores interessantes no Europeu, e agora, com uma velha raposa no banco, o seu futebol parece ter ganho mais consistência, sobretudo em termos de segurança defensiva. karel Bruckner, baixou (muito) o bloco da equipa e armadilhou-a com o veneno do contra-ataque, sustentado na velocidade dos dois alas: Fucks à esquerda e Harnik à direita. Na frente, um único avançado: o móvel janko, em detrimento do mais posicional Roland Linz. Também é justo dizer que a selecção de Raymond Domenech facilitou, já que persiste no mesmo futebol previsível e sem ideias apresentado no último Campeonato da Europa. O meio campo francês, desde que Zidane arrumou as chuteiras, continua orfão de criatividade. Nasri, um dos poucos no actual elenco, que pode resolver esse problema, no jogo de ontem, foi "amarrado" a um corredor lateral. Na zona central, continua um duplo pivot apenas de contenção e recuperação de bola (Toulalan e Lassana Diarra), e dessa forma, quase nada mudou no futebol dos gauleses.

Saturday, September 06, 2008

Momento de humor

Bruno Alves: «O carrinho deve ser a última arma a usar»


Antes, deve recorrer-se às pisadelas, cotoveladas, encontrões, pontapés, cabeçadas...

Quanto ao risco de deixar a equipa desfalcada, isso apenas é válido nas competições da UEFA, como bem sabe o central...


Ainda neste registo:

"Mourinho levou o cigano para Milão. Acho, porém, que se enganou no jogador a contratar ao FC Porto. Eu teria levado o Bruno Alves. Já imaginaram uma dupla de centrais formada por Bruno Alves e Materazzi? Se eu fosse avançado de uma equipa adversária, simulava uma lesão antes de entrar em campo contra aqueles dois."

Francisco Alegre Duarte, Uma questão de estofo (Jornada, 06/09/2008)

Friday, September 05, 2008

Ilusões

A selecção portuguesa de sub-21 está, depois do jogo de hoje, em Wembley, a um pequeno passo de falhar a qualificação para o próximo Campeonato da Europa. A exibição dos lusos pode considerar-se, no mínimo, confrangedora. Uma defesa de arrepiar, um meio campo estéril de ideias e um ataque que, não obstante terem sido raras as vezes em que a bola lá chegou em condições, também se revelou muito pouco produtivo. Também custa muito a entender a razão de o melhor médio ala deste conjunto não ter sequer saído do banco, sobretudo atendendo às prestações muito sofríveis de Vieirinha e Bruno Gama.

Este desaire só pode surpreender os mais distraídos, ou então aqueles que acreditam em histórias de embalar ou encantar. Esta selecção, em termos colectivos e individuais, há muito tempo que me parece ser excessivamente sobreavaliada. Hoje, os menos maus foram Patrício e Pereirinha, este último deslocado da posição onde poderia render muito mais…

Djaló e Moutinho são dos poucos deste escalão, a quem, facilmente, se antevê futuro na selecção principal. Os dois, bem como Antunes, teriam dado jeito em Wembley. Mas, claro, esses estão a servir de álibi para os louvores ao novo seleccionador nacional...

Frase da semana


"Nunca escondi o meu desejo de voltar a jogar num grande clube"
Ricardo quaresma na apresentação no Inter de Milão

Wednesday, September 03, 2008

Voltando ao futebol e ao clássico


Para além do episódio (lamentável, claro) que se está a transformar num acto inquisitório, desproporcionado e que tem merecido uma das maiores doses de irracionalidade que o futebol português – tão pródigo nestas manifestações – presenciou até hoje, também se jogou futebol (muito pouco) no clássico do fim de semana passado.

Tenho ouvido e lido que se assistiu a um bom jogo de futebol. Admito a subjectividade que pode estar implícita na apreciação, contudo, pelo menos para mim, um jogo que teve 43 minutos de tempo útil e em que foram cometidas perto de 50 faltas (26 para o F.C. Porto e 13 para o Benfica), tendo sido mostrados 10 cartões amarelos e um vermelho por acumulação, não pode ser um “bom jogo de futebol”.

Mais uma vez Jesualdo Ferreira alterou estruturalmente a sua equipa num chamado “jogo grande”. Desta vez não lhe correu mal, o que até lhe tem valido alguns elogios. Elogios que, no entanto, facilmente dão lugar a críticas relativamente às alterações que promoveu na sua equipa a partir do momento em que o seu adversário ficou em inferioridade numérica.

O professor, nos grandes jogos, continua a manifestar uma já clássica obsessão com o encaixe das suas peças na estrutura do adversário e/ou com a forma de o anular, o que evidencia um óbvio receio por parte de Jesualdo nos chamados jogos grandes. Desta vez, contudo, abona em seu favor, o facto de ter uma equipa “em transformação” o que, porventura, não lhe permite ainda assumir um pleno de confiança na mesma.

Houve o tempo em que a análise do jogo se centrava de forma exagerada na questão dos sistemas tácticos (4-4-2; 4-3-3…), entretanto, nos últimos anos e com a difusão crescente do conhecimento acerca do jogo, passou-se a dar destaque a outros aspectos como sejam, o pressing, as transições e por aí fora. É uma clara melhoria, sem dúvida, contudo, e tendo em conta a perspectiva sistémica do jogo, penso que existem outros aspectos que ainda não merecem a devida atenção e importância que efectivamente têm.

Neste Benfica-FC Porto, um aspecto que, quanto a mim, foi determinante e que não me lembro de ter visto referido em nenhuma das análises que li ou ouvi, foi a agressividade em termos defensivos de ambas as equipas, com maior acutilância no caso da equipa portista, o que até fica bem patente pelo maior número de faltas cometidas. Se a equipa portista teve momentos de domínio do jogo, isso resultou muito de uma organização defensiva assente, entre outros aspectos, num comportamento defensivo agressivo.
Entenda-se por comportamento defensivo agressivo, a predisposição (física, mental e táctica) dos jogadores em pressionarem de forma intensa o adversário de posse de bola ou mesmo impedir que este receba a bola em condições.

A equipa de Quique Flores, como foi exaustivamente referido, entrou no jogo com as suas linhas próximas, adiantadas e a pressionar alto, contudo esbarrou no dispositivo táctico-estratégico do adversário em função deste recorrer às já referidas formas agressivas de comportamento, daí ter-se dito (e bem) que os encarnados tiveram alguma dificuldade na fase de construção. Naturalmente, também teve enorme importância o facto de o Benfica ser uma equipa nova, ainda em busca da solidificação de um modelo de jogo, frente a uma outra que apenas está a transformar algumas nuances de um modelo, esse sim, já apreendido e rotinado.

É claro que as incidências do jogo (grande penalidade e consequente golo madrugador e a expulsão imediatamente a seguir à reposição da igualdade no marcador) condicionaram o jogo, porventura, mais do que tudo o que foi dito para trás. Aliás a este propósito tenho uma dúvida inquietante: Porque é que não existem imagens, de outros ângulos, de um desses lances capitais do jogo, sabendo-se que existem câmaras junto às linhas laterais? É que para quem viu o jogo ao vivo, o lance deixou muitas dúvidas.

Taxativo - mais um da mesma fonte

desculpas, cadeiras e muita hipocrisia (António Boronha)

Tuesday, September 02, 2008

Problemas de memória?

Mourinho: «É a 1.ª vez que contrato jogador que me marcou um golo»


Assim de repente lembro-me do Tiago e do Drogba. Este último, se a minha memória também não me atraiçoar, até marcou dois golos no mesmo jogo...

Taxativo

O homem do saco (António Boronha)

Mais um delírio

Mais um caso grave de delirium tremens, aqui atenuado pelo facto de as declarações terem sido proferidas depois do jantar...no entanto, agravado por outro facto - o de o autor das mesmas ser jurista...

Monday, September 01, 2008

Carta ao Sr engraçado

Sr. engraçado, presumo-o enfiado numa cave qualquer a vasculhar jornais, à procura de algo que lhe permita continuar com a sua logorreia diária que apenas tem como objectivo satisfazer a sua sede de protagonismo.

Presumo, também, ser um indivíduo que se julga erudito, de uma erudição muito holística, já que, do futebol ao Direito, a sua auto-declarada sapiência abarca tudo. Tenho o sonho de que chegue o dia em que nos poupe das suas boçalidades. Que seja despedido dos órgãos de comunicação onde trabalha e que nunca mais seja admitido em nenhum deles.

É o maior castigo que lhe podem aplicar, no âmbito, das mais elementares regras do bom senso e do bom gosto.

Porque o Sr. não é jornalista, nem comentarista. O sr. se fosse jornalista ou comentarista saberia que não pode confundir coacção com um acto que quando muito pode configurar, no âmbito do direito penal, a prática de um crime de ofensas corporais simples.

O sr. não merece a atenção dos adeptos (inteligentes) de futebol porque os seus argumentos são “vulgarmente pouco inteligentes” ao ponto de misturar, no âmbito dos regulamentos do futebol, faltas dos espectadores (Secção VII) com faltas específicas dos clubes (Secção II)...

E mais: a sua subjectividade (ou demagogia, como preferir) é tão disparatada que até se poderia afirmar que resulta de um aparente delirium tremens.

Estimo-lhe as melhoras, a si e ao nosso futebol, que ainda tem que levar consigo. São coisas engraçadas…