Tuesday, February 22, 2011

Breves do Sporting e do Benfica

Todas e quaisquer dúvidas que ainda pudessem existir na cabeça de alguns sportinguistas relativamente à realidade do seu clube (tendo, sempre, como referência o Benfica), terão ficado dissipadas no jogo de ontem à noite. Para a maioria dos adeptos leoninos, uma vitória ontem seria a salvação da época. Colocar definitivamente um ponto final nas aspirações benfiquistas de vencer a liga, proporcionaria à nação verde e branca, um real momento de glória, mesmo encontrando-se essa nação mergulhada numa das maiores crises da sua existência.

Este choque com a realidade que está a assolar Alvalade, foi sendo adiado ao longo dos anos pela competência de um treinador, que também muitos daqueles que ontem quiseram imitar os terroristas das bolas de golf, e que acabaram a ser sovados por bastões, decidiram vaiar inúmeras vezes. Como esse próprio treinador afirmou após abandonar o clube, a sua prolongada permanência no cargo deveu-se, exclusivamente ao facto de ter ficado à frente do Benfica na classificação. Penso que esta asseveração é reveladora quanto à principal patologia sportinguista…

Relativamente ao Benfica, as imagens da última, quase vintena de jogos seria suficiente para calar os mais cépticos. Mas não. O ano passado, a meio da época, ainda havia uns quantos analistas que, estóicos, continuavam a ter visões apocalípticas sobre o momento da derrocada encarnada. Derrotados pelas evidências, mas não totalmente convencidos, este ano, após a entrada em falso – condimentada com algumas indecorosas arbitragens – do Benfica, deu-lhes a apetecida e ansiada represália. As capas do Jornal A Bola, foram do mais eloquentemente cáusticas que se possa imaginar, sobretudo no tratamento a Jorge Jesus. Agora, muitos estarão novamente a engolir o sapo.

Jorge Jesus demorou a acertar o passo. Não ficou isento de algumas críticas (inclusivamente por aqui), mas está a demonstrar à saciedade que é, de facto, de uma competência inatacável. Soube reconhecer alguns erros, e teve a paciência necessária para, em certa medida, com a mesma filosofia e algumas nuances ao modelo da época passada, devolver o futebol de nota artística elevada ao clube.

Importa também reconhecer a importância que teve a estrutura directiva para, no momento certo, saber defender e apoiar a equipa técnica. Também Luís Filipe Vieira soube aprender com erros do passado.

Thursday, February 03, 2011

Breves do clássico

Esta vitória do SL Benfica num campo tradicionalmente adverso tem muitos prismas de análise. Desde logo, a velha lengalenga das supostas invenções dos treinadores. Ontem, Jesus inventou Peixoto (grande risco sendo o jogador, como o próprio admitiu, o patinho feio do plantel) em detrimento de Aimar, mudando também a estrutura posicional da equipa, sobretudo para os momentos em que não teria bola. Se tem corrido mal, hoje o treinador do Benfica estaria a ver o seu nome ser inundado de impropérios oriundos de todos os quadrantes. Como correu bem, os epítetos vão de mestre a génio, e por aí fora…

Sobre a indiscutível vitória do Benfica, não há muito a dizer. Urge, no entanto, destacar algumas exibições individuais, não olvidando o facto da exibição e resultado se ter alicerçado, fundamentalmente, na organização colectiva e atitude de toda a equipa.

Sidnei: Enormíssima exibição, e já não é a primeira vez que denota este patamar de excelência naquele campo – fê-lo em 08-09, no empate a um golo. Também nessa noite, enfiou o – nessa altura, ainda mais circense – Hulk no “bolso”. Sidnei é a maior garantia de que David Luiz, não obstante ter sido transferido abaixo da cláusula de rescisão, acabou por ser bem vendido.

Fábio Coentrão: Está nos dois golos. Uma locomotiva que Paulo Baptista decidiu, pateticamente, retirar do espectáculo.

Javi Garcia: Muito provavelmente a próxima grande venda do Benfica (não contando com Coentrão, que segundo consta, já estará encaminhado para Madrid).

Luisão: O costume. A segurança absoluta. Este sim, se saísse, seria muito complicado suprir a sua falta.

Saviola: A par de Aimar, dos maiores luxos que o depauperado futebol luso poderia ter.