Thursday, June 21, 2007

Recorra-se à justiça italiana...

É por estas e por outras que apesar de tudo tanto admiro o Calcio...

A sexta copa para o clube de "los descamisados" e a terceira para Riquelme


O Boca Juniors conquistou ontem a sua sexta taça dos libertadores, ao derrotar o Grémio no estádio olímpico por 0-2.
O Boca teve sempre o jogo controlado, mas houve um jogador que foi determinante e não foi apenas por ter sido o autor dos dois golos: Roman Riquelme. Ele é o dínamo de todo o jogo ofensivo da equipa argentina. Um dos últimos "10" clássicos do futebol actual, talvez por isso não tenha tido sucesso no Barcelona, no entanto para quem gosta de futebol é um regalo ver Riquelme.
O espectáculo observado nas bancadas do olímpico é indescritível. No final foram os adeptos do Boca que fizeram a festa, no entanto, acredito que nas ruas de Porto Alegre, muitos outros se lhes tenham juntado, já que o troféu conquistado na época passada não transitou para a galeria do eterno rival, e para apimentar ainda mais a coisa, na próxima jornada do Brasileirão há "Gre-Nal".

Tuesday, June 19, 2007

FUCK HIM


Quando iniciei este meu depósito de ideias e desabafos futebolísticos não pensei em fazê-lo tendo em conta a minha preferência clubística, fi-lo em nome da paixão que sinto pelo futebol num sentido mais lato. Contudo, as circunstâncias obrigam-me a ter que reformular essa ideia.

Sou Benfiquista, adepto, desde sempre, e sócio há cinco anos (desde que reúno condições socioeconómicas) com lugar cativo no novo estádio da Luz, desde a sua inauguração. Escolhi o Benfica sem saber bem porquê – é normal que essas escolhas feitas com oito ou nove anos de idade não assentem em motivos com grandes fundamentos. Invariavelmente até resultam de influências familiares o que até não foi o meu caso, já que o meu pai era um sportinguista ferrenho. No entanto à medida que fui crescendo e que fui conhecendo a história do clube, fui sedimentando um sentimento de grande orgulho - que tal como o hino diz – me foi envaidecendo. As raízes populares do clube, as dificuldades com que se debateu nos seus primeiros anos de vida, desde as sucessivas viagens pela cidade de Lisboa “com a casa às costas”, saltando de campo em campo de jogos, até à debandada geral de quase toda a sua equipa de futebol, que aliciada pelas condições opulentas do seu grande rival da cidade, então recém-criado, deixou o clube em situação bastante complicada. Mas o Benfica ultrapasssou todas as vicissitudes e com o esforço e disponibilidade de muitos dos seus dirigentes e adeptos conseguiu tornar-se num gigante do desporto nacional e no que respeita ao futebol, conseguiu elevar o seu nome e consequentemente o nome de Portugal aos mais altos palcos internacionais.

Isto tudo a propósito da recente OPA feita pelo empresário Joe Berardo ao meu clube do coração.

Em conversa há uns meses com um amigo sportinguista na qual debatíamos as realidades económicas dos nossos clubes, e estando eu a enaltecer o bom trabalho levado a cabo a esse nível pela actual direcção, respondia-me ele: “ Se o Benfica estivesse assim tão bem já estaria cotado em bolsa”. Na altura fiz-lhe ver que o Benfica cotado em bolsa estaria sujeito, com muito mais facilidade que outros clubes portugueses, a investidas como a que se verifica agora, e de natureza diferente, isto é, aquilo que Berardo disse não ser o seu caso – o de uma investida hostil.

Assim que li as primeiras notícias acerca da operação financeira fiquei, naturalmente apreensivo. Esse sentimento foi-se desvanecendo à medida que me fui inteirando de todos os detalhes e que me apercebi que o clube não corria o risco de ficar nas mãos do magnata. Aliás foi o próprio que em entrevista reiterou isso tudo.

Li e reli as inúmeras opiniões que foram sendo dadas pelos especialistas em matéria económica e fui-me tranquilizando ainda mais. Tentei colocar de lado a emoção (difícil) e puxei da razão para pensar nos eventuais benefícios que esta operação poderia acarretar. Uma das teses que mais me convenceu foi a de que esta OPA serviria também para prevenção de outras operações similares mas com outros intuitos, designadamente de carácter hostil. Sabe-se o interesse que o Benfica desperta a vários níveis, por exemplo, o maná que representa em termos de audiência televisiva e sabendo-se do interesse que Joaquim Oliveira tem em não perder esse mesmo maná, a que não será alheio o facto de ser um dos accionistas detendo 4% das acções B, esta OPA seria um sério“aviso à navegação”. Para além disso, o facto de Berardo assumir não querer ficar dono do clube e pretender ajudar o Benfica, avançando mesmo com a ideia de criar um fundo de investimento para a compra de jogadores, também ajudou a aliviar a tensão em torno do assunto e a que se olhasse com melhores olhos para a situação.

Contudo, eis que o empresário Berardo num acto de total incongruência vem a público com afirmações que têm tanto de infelizes como de patéticas.
O ataque a um dos maiores símbolos de sempre do Benfica e do futebol português revelam que afinal, Berardo não parece – tal como havia dito – assim tão desinteressado em intervir nos destinos do clube.

Outra coisa não menos importante é a demonstração cabal de que Berardo, de futebol percebe muito pouco, pois esquece-se que o actual campeão europeu de clubes tem um plantel composto por muitos jogadores com idades acima dos 30 anos – os 19 jogadores convocados para a final da Liga dos campeões tinham uma média de 32,37 anos. Relembre-se também a pressão feita por Moratti (que percebe mais de futebol que Berardo) para que Luís Figo (34 anos) jogasse mais uma época no Inter.

Nem vale a pena dizer tudo o que Rui Costa representa para qualquer bom benfiquista. Para além disso, Rui Costa é também o paradigma de valores que se foram extinguindo com a actual mercantilização do futebol, se calhar por isso é que Berardo, um mercantilista nato, se lembrou de afirmar tamanha boçalidade.

Disse Berardo que se Rui Costa quisesse ajudar teria vindo para o Benfica com 25 anos. É necessário recordar que Rui Costa foi vendido numa fase complicada na vida do clube, a fase embrião do que viria a ser o período mais dramático da vida do Benfica. E refira-se que ainda assim, das várias alternativas que existiam, Rui Costa optou por aquela que melhor serviu os interesses do Benfica, em detrimento dos seus próprios interesses. Na altura a Fiorentina vivia os seus tempos de grande ostentação e oferecia muito mais que o Barcelona pelo passe de Rui Costa. Evidentemente que Rui no Barcelona teria tido uma projecção muito mais consentânea com o seu real valor, mas escolheu o clube italiano e o Benfica ficou a ganhar. Apetece perguntar a Berardo o seguinte: se ele quer tanto ajudar o Benfica, por onde andou ele durante a década horribilis do clube? Ai não sabe? Andou a fazer pela sua vida tal como Rui Costa? Então Fuck him.

Monday, June 18, 2007

Mais futebol e política: A antítese de Lucarelli


Já agora, e porque o meu companheiro do lado de lá do Atlântico manifestou algum interesse, lembrei-me daquele que será a antítese, em Itália, de Cristiano Lucarelli.

Este gesto de Paolo Di Canio fez enorme eco há bem pouco tempo em toda a imprensa desportiva. São conhecidas as suas simpatias pela direita extremista. Esta celebração ocorreu - se a memória não me falha - precisamente num derbie romano Lazio-Roma. Instado a comentar este seu gesto, Di Canio foi evasivo, na tentativa de escapar a uma multa que acabou por ter de pagar. Afirmou ter-se tratado somente da saudação romana. No entanto em outras circunstâncias o jogador italiano já assumira sua simpatia pelo ditador Mussolini.
Sabe-se também que mantém ligações às claques mais radicais do clube laziale, terá até feito parte de uma delas antes de se tornar jogador.

Friday, June 15, 2007

Cristiano Lucarelli: Futebol, política e golos


Época – 04-05 – 35 jogos – 24 golos
Época – 05-06 – 36 jogos – 19 golos
Época – 06-07 – 34 jogos – 20 golos

“A política está em todas as coisas, inclusive na minha camisola”.
A frase é de Cristiano Lucarelli, um dos melhores pontas de lança do Calcio.

A cidade de Livorno, situa-se na região da Toscana, a 86 km de Florença, onde Antonio Gramsci fundou o Partido Comunista Italiano em 1921. O seu clube de futebol mais representativo é o A.S. Livorno Cálcio onde actua Cristiano Lucarelli, conhecido por ter uma massa adepta profundamente associada ao ideário socialista, sendo que o possante avançado italiano é um assumido partidário desses mesmos ideais. São conhecidos os duelos travados nas bancadas entre as claques do Livorno e por exemplo as da S.S. Lazio – conhecida pelo carácter fascista das suas claques.

Lucarelli, enquanto futebolista e concretamente, enquanto ponta de lança, dispensa apresentações, pelo menos para os mais atentos ao Calcio. Para os menos familiarizados com o futebol italiano, basta olhar para os números apresentados atrás.

Mas a popularidade do goleador não se limita às suas capacidades futebolísticas. Lucarelli é um símbolo do clube e da cidade toscana, tendo inclusive já rejeitado convites de clubes maiores por causa das suas convicções políticas.
Cristiano Lucarelli que costuma comemorar os seus golos com o braço erguido e punho fechado foi um dos fundadores da claque organizada do Livorno, as BAL (Brigadas Autónomas Livornesas).

Lucarelli, o futebolista que disse que “há jogadores que com um bilião de dólares compram iates e ferraris, mas que ele, simplesmente compraria a camisola do Livorno”, é apontado como alvo do Benfica para a próxima temporada. Sem dúvida que seria um excelente reforço para o clube da Luz.

Tuesday, June 12, 2007

Campeões


Equipa de infantis do Sport Lisboa e Olivais - época 2006/2007

Nuestros hermanos fazem-no às claras...

Há quem se surpreenda com esta notícia.

Já ouve cá no nosso burgo quem se indignasse com insinuações de que se faziam coisas destas.
Por cá é "às escuras" para não variar...