Wednesday, August 24, 2011

A saga de Saraiva

A saga continua. Desta vez, na edição de hoje do Jornal Record, Saraiva dispara contra a selecção de sub-20, apelidando-a de “selecção negativa”. Antes de contra-argumentar, destaco a incoerência do senhor, que anda há que tempos a defender a existência de músculo e de capacidade de choque em detrimento de meias-lecas que fazem muitas tabelinhas, nas equipas de futebol –, portanto, ingredientes indispensáveis para conceber aquele futebol que ele agora vem criticar, recorrendo ao exemplo da selecção portuguesa de sub-20, que segundo ele, praticou um futebol assente em “tácticas defensivas” que são, pegando nas suas próprias palavras, “sempre condenáveis”, muito mais quando empregues com jogadores jovens.

Indo agora ao conteúdo da crítica, e assumindo a natureza polémica e subjectiva do tema, considero que uma equipa que privilegie a organização defensiva e que assente a organização ofensiva em métodos de contra-ataque ou ataque rápido, pode não ser tão entusiasmante, claro, mas esta opção é, naturalmente, tão válida como outra qualquer.

A velha discussão em torno do futebol espectáculo versus resultadismo é uma tremenda falácia, que cresce à medida que o contexto social e económico do jogo vai ficando cada vez mais complexo. Deixemo-nos de hipocrisias, ganhar é, obviamente, necessário, se puder ser à maneira do extraordinário Barcelona de Guardiola, tanto melhor, se não, que seja de outra maneira qualquer.

Aquilo que deve ser realçado na performance da selecção, é a “chapada de luva branca” dada ao país futebolístico que tem vindo, sistematicamente, a desprezar os jovens jogadores, em troca da bravata comissionista e de outras mais variadas negociatas.

Friday, August 12, 2011

Disparates (ou estupidez pura) de Jorge Jesus

Jorge Jesus é o paradigma do velho ditado - "burro velho não aprende línguas". Mais uma vez, depois de ter andado a ser sovado por tudo e todos na época passada, volta a apostar no seu ridículo e suicida 4x1x5. E este ano tem Witsel! O ano passado ainda havia a remota desculpa de não o ter,que sugeria a suspeita de que ele seria alheio ao facto de a saída de Ramires não ter sido colmatada. Este ano ficámos com a certeza de que o homem é mesmo um puro fanfarrão que acha que pode ser bem sucedido com um sistema de jogo que contempla apenas um médio centro, com esporádicos apoios do nº 10, no que à transição defensiva diz respeito. Na segunda parte, a substituição de Aimar por Witsel diz tudo sobre as possíveis aspirações do Benfica esta época, não que o belga não devesse ter entrado no jogo, mas nunca, nunca, para o lugar de Aimar. O Benfica dividiu o jogo com uma equipa que chegou este ano ao primeiro escalão, que tem um orçamento de pigmeu, e que se reforçou com jogadores dos distritais...Foi absolutamente confrangedor ver o Benfica a sofrer permanentes lances de perigo junto da sua grande área, durante todo o jogo. Os dois golos devem-se, exclusivamente, à qualidade individual dos jogadores, se não fosse isso, o resultado poderia ter sido histórico, para o Gil Vicente, claro.

Wednesday, August 03, 2011

Disparates semanais, por José António Saraiva, em jornal Record

Ainda na sequência da entrada anterior, apraz-me registar – há muito que ando para o fazer – mais uma colossal bordoada debitada por um tal de José António Saraiva, que, ao que parece, é director do semanário Sol, e vai brindando os leitores do Record com umas opiniões futebolísticas que eu apenas consigo apelidar de neenderthalescas. O senhor já disse os maiores disparates naquela coluna, sendo que, à cabeça, recordo a defesa da abolição da lei do fora-de-jogo! Relembrar todos os disparates seria, porventura, divertido, no entanto, o lote é tão extenso que correria o risco de incorrer num exercício fastidioso.

A pérola de hoje assenta numa ideia, já outras vezes referida, de que Aimar tem que ficar sentado no banco para dar lugar no onze a Witsel, isto porque, no entender do articulista, o belga tem mais poder de choque, não realiza infrutíferas tabelinhas, nem toques artísticos e privilegia aquilo que o senhor entende por futebol directo, algo que para ele é absolutamente melhor (objectivo é a palavra utilizada) que essa coisa aborrecida e inconsequente que é o futebol apoiado das tabelinhas e passes curtos…

Assim de repente, dá para questionar se este senhor vive mesmo nos tempos actuais, onde esse maçador Barcelona vai dominando tudo e todos e sacando tudo o que é taças e campeonatos, ou se adormeceu lá para os anos 70, algures nas ilhas britânicas, acordando apenas agora desde que o Record o convidou para comentar futebol…


PS: Apenas para ser preciso, importa referir que a opinião relativa à abolição da lei do fora-de-jogo, não foi expressa no Record, e sim numa revista suplementar de um jornal generalista, porventura o próprio Sol.