Friday, February 22, 2008

Recomendações de leitura

"Tenho um caramelo agarrado aos dentes", Leão Eça Cana, (Tertúlia Benfiquista)



"Salir a jogar!", José Marinho, (Eterno Benfica)

Wednesday, February 20, 2008

O 4-4-2 e a dimensão internacional


Há quem afirme que para os jogos de dimensão internacional é necessário saber jogar em 4-4-2. É o controlo do meio campo que está em causa, dizem. Ontem em Gelsenkirshen, o FC Porto iniciou o jogo em 4-3-3. As coisas não correram bem nos primeiros minutos e rapidamente o 4-3-3 foi desmontado, com o recuo de Lisandro López para a zona central do meio campo.

Tenho sérias dúvidas acerca do dito axioma quando vejo o Chelsea em Atenas a jogar em 4-3-3, contra o 4-5-1 do Olimpiakos, ou quando há dois anos o Barcelona FC conquistou a Liga dos Campeões jogando toda a prova nesse sistema.

No caso concreto do FC Porto, há duas questões fundamentais que eventualmente levam Jesualdo a querer povoar mais o seu meio campo quando defronta equipas cujos sistemas de jogo contemplam também um maior número de unidades nessa zona do campo. A primeira prende-se com a pouca intensidade de Quaresma na transição defensiva. Razão tinha Rafinha quando na véspera afirmou que não iria deixar de subir pelo seu flanco pelo facto de ter Quaresma na sua zona de acção. A jogada do golo é o paradigma disso mesmo. Rafinha na primeira parte do jogo fez aquilo que Bosingwa costuma fazer no corredor lateral direito da equipa portista.

A outra questão fundamental que contribui para que Jesualdo não se sinta seguro com o 4-3-3, é o próprio modelo de jogo do FC Porto que assenta nas rápidas transições ofensivas. O professor fez alusão a esse facto no flash interview. O trio do meio campo do Porto não segura muito a bola, são jogadores de dois, três toques na bola, daí a equipa se sentir à vontade a jogar em ataque rápido ou contra-ataque. O recuo de Lisandro tem a ver com esse factor e também com a tentativa de bloquear a primeira fase de construção do adversário. Lembram-se do trio de meio campo do Porto de Mourinho? Comparem com este...

Friday, February 15, 2008

Depressão benfiquista


Ontem, assim que me sentei no meu lugar no Estádio da Luz, não pude deixar de sentir um enorme calafrio ao ver um estádio com pouquíssimos adeptos encarnados e com uma enorme falange de apoio alemã que durante o jogo fez mais barulho do que os nossos. De facto, tal como uma ilustre benfiquista escreveu há umas semanas, o inferno da Luz não passa de uma memória…

Mas o pior estava para vir. Após o apito inicial, o Benfica arrancou para uma das piores exibições europeias da sua história. Uma equipa (?) mergulhada numa terrível depressão, sem uma ideia de jogo, que vive da capacidade individual dos seus jogadores, com destaque para Rui Costa que tem vindo a disfarçar, ao longo da época, a insuficiência ou inexistência de jogo colectivo do onze benfiquista. A depressão facilmente contamina as bancadas que, naturalmente, jogos após jogo, se vão despindo cada vez mais de público.

Já escrevi aqui inúmeras vezes acerca da péssima planificação desportiva para esta época, pelo que não me vou repetir, contudo, penso que será de sublinhar de forma inequívoca que a solução encontrada para esconder esses erros acabou por ser mais um enorme engano. Camacho é o único responsável pela esterilidade do futebol benfiquista. E não me venham falar em falta de qualidade do plantel, ontem no onze inicial estavam nove jogadores internacionais pelos seus países…

Ontem, Cardozo terá manifestado desagrado aquando da sua substituição. Não me espanta. O paraguaio – excelente jogador – tem sido das maiores vítimas do treinador, que teima em não entender a sua forma de jogar. Não foi ele que o escolheu, é certo, mas não é complicado perceber a qualidade do jogador e a forma melhor de a potenciar.
Raramente emparelhou Cardozo com um avançado complementar (Nuno Gomes), optando sempre por lançar o paraguaio sozinho para a teia de defesas contrária, agora que tem um avançado com características semelhantes, o espanhol já joga com dois avançados…

As ganas não chegam para formar uma equipa e pô-la a jogar futebol, é preciso um pouco mais, e em seis meses, nem as ganas se vêem, a não ser no discurso inócuo da bola que entra ou não entra, ou dos reforços que não vieram…

Era preciso coragem para dar um passo drástico, porque agora faz mais sentido do que no início da próxima época, já que haveria tempo para um planeamento consistente.
Para acabar esta temporada e tentar salvá-la o melhor possível, está lá no Seixal, um excelente treinador que o nosso futebol votou ao esquecimento nos últimos anos…

Friday, February 08, 2008

Jornalismos

A mesma notícia, as mesmas declarações, títulos muito diferentes...


Maisfutebol

A bola

Wednesday, February 06, 2008

Um enorme equívoco


O maior disparate que tenho ouvido e lido acerca das infelizes exibições do Benfica é a dúvida quanto à qualidade dos jogadores. Se não fosse a qualidade deles, a equipa encarnada estaria a meio da tabela, essa é que é uma grande verdade.

Outra grande verdade é a evidente inaptidão de José António Camacho.
O Benfica não existe enquanto equipa. No seu futebol não se vislumbra o mais ténue indício da existência de algum trabalho táctico-técnico minimamente consistente.

Estranhamente (ou não!), o treinador espanhol tem gozado até agora de uma incompreensível benevolência por parte de adeptos e comunicação social. Só após o empate na última jornada é que começaram a surgir os lenços brancos na bancada e alguns escritos mais clarividentes nos jornais.

Duvidei do sucesso da “operação Camacho”, até porque o problema do Benfica no início de época não teve, obviamente, nada a ver com questões técnicas da equipa de futebol, tal como escrevi aqui. No entanto, percebi a intenção, e nesse sentido foi a escolha acertada, pois o capital de simpatia que o espanhol tinha junto dos sócios e adeptos serviria perfeitamente para camuflar as verdadeiras causas dos problemas.

O pior é que a emenda tem sido bem pior que o soneto. Dificilmente, esta época, o clube encarnado terá condições de vencer o que quer que seja. Uma época inteira que no final se resumirá a um gigantesco equívoco e que naturalmente fará tudo retornar a uma “estaca zero” que se repete época após época. Pelo caminho perde-se muita coisa. Rui Costa não terá o final de carreira merecido, que certamente, quer ele, quer os adeptos terão sonhado. Jovens de reconhecido e insofismável talento como Dí Maria e Freddy Adu, nada evoluíram e consequentemente também nada se valorizaram.