Friday, October 17, 2008

Sobre Cristiano Ronaldo

E porque não comentar sobre Cristiano Ronaldo? Serei eu o unico a ver que desde que ele passou pela estranha metamorfose como jogador de futebol, nao houve uma unica exibiçao decente pela selecçao e que muito nos ressentimos disso(sendo ele a nossa principal referencia) e que apenas um super-Deco no Europeu foi-nos garantindo a criatividade necessaria para fazermos 2 bons primeiros jogos?Passo a explicar. Lembro-me de toda a Inglaterra cair em cima de Ronaldo, desde o momento da sua chegada. Para eles, nao passava do "one trick pony", "no end product boy". Os ingleses estranhavam depois o nivel exibicional de Ronaldo pela selecçao, onde juntava às suas já conhecidas habilidades, produtividade. Era uma clara questao de inadaptaçao ao jogo ingles que ainda vai mantendo alguns traços que o distinguem do continental, embora o tempo do kick and rush ja la va ha muito.Ronaldo foi evoluindo nos pontos que precisava e sempre foi excelente nos jogos por Portugal(e criticado em Inglaterra ate 2005\2006), exceptuando o inicio do Mundial2006 onde se deixou levar pela ansiedade propria de quem tem demasiada pressa em afirmar-se como numero um.Para o estilo de jogo da nossa selecçao, aquele Ronaldo era ideal.Chega a epoca 2006\2007 e o prodigio explode. Nessa epoca foi quase perfeito. Era dinamico, criativo, tomava a responsabilidade de criar para a equipa, já tinha principios colectivos, aprendeu a jogar sem bola e a aparecer mais em zonas de finalizaçao e já estava melhor adaptado ao jogo de rapidas transiçoes de Inglaterra. Falado para melhor do Mundo com toda a justiça. Pela selecçao sempre bem, participando em 2 jogos que nos deixaram nos pincaros com o Brasil e a Belgica, exibiçoes faladas por todo o Mundo.Depois a estranha mudança, 2007\2008. Repentina. Incompreensivel. As razoes eu desconheço(talvez apresentar golos como argumento irrefutavel para os premios individuais?), mas Ronaldo parece outro jogador. Finalizador exterminador, letal, muito mais inteligente nos movimentos colectivos, muito menos à linha, sempre a procurar zonas interiores para finalizar. Mas infelizmente, as vantagens que adquiriu vieram acompanhadas de desvantagens...e graves! Perdeu muita da sua capacidade de drible, o seu toque suave parece perdido(a bola ja nao cola), a capacidade de mudança de direcçao, quando tenta desequilibrar acumula perdas de bola(ele nao se agarra demais À bola como dizem, o problema é perde-la quando tenta, ao contrario de antigamente). E ele tem 23 anos! Nao era para isto acontecer ja...Este novo Ronaldo, nós ainda nao sabemos bem o que lhe fazer na selecçao. Talvez Queiroz saiba melhor do que ninguem como enquadra-lo, mas para já tem falhado, embora o jogo com a Suecia estivesse longe de ser uma ma exibiçao, mesmo assim distante do que o antigo Ronaldo era capaz de produzir.

Comentário de Rui Azevedo ao texto (já agora, excelente) Ainda sobre o inicio de Queiroz..., publicado no jogo directo

Leituras

"Nunca esperei nada de muito significativo desta nova etapa da selecção nacional com Carlos Queiroz. Há demasiados anos que o vejo como um treinador banal de alta competição, bom programador ao que dizem, disciplinado e trabalhador, bem relacionado, que utiliza o servilismo de uma parte da imprensa portuguesa ("professor" para aqui, "professor" para ali) para esconder a falta dos atributos que mais devem habilitar um homem com as suas funções: carisma, capacidade de liderança e sagacidade nas opções técnicas, sobretudo a partir do banco.
A ausência destas qualidades, a que se soma a falta de experiência significativa como jogador, já fora anteriormente visada nas passagens pelo Sporting (onde não ganhou ao leme da melhor equipa dos últimos 20 anos do clube), pelo Real Madrid (onde foi despedido) e pela selecção (em que falhou o apuramento para o Mundial de 1994). Descontando o trabalho às ordens de Alex Fergusson, um verdadeiro líder cuja longevidade desesperou o actual seleccionador nacional e o fez agora abandonar Manchester, o resto foram experiências irrelevantes no futebol do terceiro mundo.
Queiroz continua a recolher ainda hoje os dividendos do investimento feito em 1989 e 1991 com os títulos mundiais de sub-20, quando levou ao limite a capacidade familiar de alguns jovens com qualidade futebolística para os manter perto de 250 dias em estágios sucessivos - coisa absolutamente anormal para o escalão e que alguns desses jovens pagaram de forma dura em termos académicos e culturais.
Dito isto, até a mim me escandaliza a agressividade com que a imprensa, nomeadamente a dos jornais desportivos, se atirou ao seleccionador depois do empate com a Albânia, mas o servilismo é mesmo assim: quando não retribuído, pode dar origem a ofensas soezes - e A Bola chamou-lhe agora burro com a mesma facilidade com que Queiroz ofendeu um dia o presidente do Sporting Clube de Portugal, Soares Franco."

(João Marcelino, Um descalabro chamado Queiroz, DNsport, 17/10/2008)

Wednesday, October 15, 2008

Portugal 0-0 Albânia

Qual será agora a reacção da enorme falange de apoio a Queiroz? Opções para desviar o assunto não faltam, desde logo Madaíl, que se pôs a jeito com o seu abandono antecipado da tribuna do estádio. Os jogadores também não escaparão ao crivo dos apóstolos de Queiroz, embora aqui, diga-se em abono da verdade, não sejam totalmente injustas as críticas que possam vir a ser feitas, sobretudo àquele que dizem ser o melhor jogador do mundo, que ontem voltou a repetir uma atitude ainda mais patética que a sua exibição.

No entanto, os bodes expiatórios podem não ficar por aqui, não se deve subestimar quem teve a extraordinária ginástica mental para justificar os maus resultados com o calendário da competição…

Escrevi aqui que a Albânia já não é a pêra doce de há uns anos, é certo, no entanto, a exibição da equipa portuguesa foi tão pobre, que neste caso penso – ao contrário da maioria das vezes – que tem que se sublinhar mais o demérito da equipa das quinas do que o mérito da equipa albanesa. A desorganização ofensiva da equipa portuguesa – promovida e exponenciada durante o jogo pelo seu treinador – foi um autêntico bónus para uma Albânia que jogou a maior parte do jogo em inferioridade numérica.

Se reconheci a lucidez de Queiroz nas declarações que fez antes do jogo, sou também obrigado a reconhecer a enorme inocuidade das suas declarações após o mesmo…

Cautelas e caldos de galinha

Diz-se que logo a selecção nacional joga “o jogo”. Isto é o mesmo que sublinhar a importância do mesmo nas contas do apuramento, tendo em conta os maus resultados verificados até ao momento, sobretudo a derrota de Alvalade.

Existe um grande optimismo relativamente a este jogo. A imprensa e a generalidade dos analistas advogam um “onze” ofensivo e em parte alguma vi qualquer tipo de comentário – no mínimo de carácter informativo – sobre a selecção albanesa.

A Albânia já não é a “pêra doce” de há uns anos. Liderada por uma velha glória do futebol total, Arie Haan, e com alguns jogadores a actuar nos grandes campeonatos europeus, casos do médio Lorik Cana (Marselha), do ponta-de-lança Bogdani (Chievo) - este já com muitos anos de calcio -, entre muitos outros que jogam na bundesliga, a selecção albanesa tem alcançado resultados interessantes e julgo que é preciso que a equipa portuguesa não caia na armadilha dos excessos de confiança. Pelo menos, a avaliar pelo discurso do seleccionador, penso que não terá motivos para isso...

Sunday, October 12, 2008

O regresso aos piores tiques

Não bastava o regresso às vitórias morais, também voltámos ao queixume e às desculpas esfarrapadas...já para não falar de bruxarias e outras parolices...

Wednesday, October 08, 2008

Coragem

Depois da recusa de Jorge Costa (não se percebe a fixação), parece que quem está à frente do Belenenses se virou para Jaime Pacheco. Este, segundo estas declarações, parece estar entusiasmado com a ideia...

Jaime Pacheco pode ser alvo de todas as críticas, mas de uma coisa ninguém o pode acusar: falta de coragem!

Friday, October 03, 2008

SL Benfica: dois grandes resultados; três excelentes sinais


O Sport Lisboa e Benfica e seus adeptos viveram uma semana brilhante. Depois de vencer categoricamente o rival de sempre no Sábado, o Benfica vergou o Nápoles com uma excelente exibição, numa Luz que reviveu outros tempos (o estádio também era outro), num ambiente de grande exaltação que eclodiu após o grande golo (outro!) de Reyes.

No clube encarnado, já se sabe, não existe o meio-termo, pelo que neste momento já se sentem ecos de grande euforia. Antes de Sábado, porém, o sentimento generalizado era exactamente o oposto daquele que se vive agora…

Deixando de lado as idiossincrasias dos adeptos, o que neste momento é incontornável referir, é que o futebol do Benfica está a espelhar fielmente as ideias que Quique Flores foi anunciando desde que chegou à Luz. E isso é, obviamente, um excelente sinal.

O plantel benfiquista conta com muito bons jogadores, alguns deles de classe mundial, contudo, se repararmos que frente ao Nápoles, não jogaram Aimar, Léo, Cardozo, Suazo, constata-se facilmente que as individualidades apenas estão ao serviço da estrutura, o que configura, também, outro excelente sinal.

Por último, o terceiro excelente sinal: a moderação nos discursos do treinador e do director desportivo, num claro refreamento das previsíveis euforias.