Tuesday, August 08, 2006

Benfica: o modelo e o sistema

«Este ano, mais importante que o sistema, o Benfica vai ter, e não vou abdicar disso, uma filosofia de jogo que é a minha...quero uma equipa que mande no jogo, uma equipa capaz de pressionar alto, um bloco compacto mas mais subido, capaz de impor o respeito em relação aos adversários, e não uma equipa de contra-ataque, uma equipa que joga mais baixa no campo, que procura essencialmente defender, através de lances individuais ou no contra-ataque, resolver o jogo. Não vou abdicar dos meus princípios, repito, e mais importante que o sistema é aprender essa filosofia, o que não se consegue em 20 ou 30 dias

Fernando Santos


Tal como já tinha escrito, o sistema de jogo por vezes é sobrevalorizado por quem analisa o rendimento de uma equipa, quer sejam os adeptos, quer sejam - e estes com maior responsabilidade - os jornalistas.
Há aspectos tão ou mais importantes que o posicionamento de base dos jogadores de uma equipa, como sejam o modelo e/ou a filosofia de jogo. Ora a este nível, os expectadores mais atentos sabem que nos últimos anos, para além de um sistema de jogo assente no 4x3x3 e suas variantes, em termos de modelo de jogo, o Benfica foi essencialmente uma equipa de contra-ataque, uma equipa que pressionava em zonas mais recuadas, que assentava a sua forma de jogar numa defesa sólida, e que procurava lançar contra-ataques ou ataques rápidos, daí as dificuldades sentidas no seu reduto frente a equipas mais fechadas, nos jogos a contar para o campeonato nacional.
E alterar o modelo de jogo, a par do sistema, é de facto bem mais complexo. Olhar para o rendimento dos jogos de pré-época em função apenas do sistema de jogo é muito redutor.

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