Monday, May 12, 2008

Obrigado Rui


Nunca houve um texto que me custasse tanto escrever como este. Sinto não existir léxico que chegue para escrever sobre o grande acontecimento que ocorreu no dia 11 de Maio de 2008 no estádio da Luz.

Antes de mais, importa referir que tudo o que possa escrever é frívolo face à dimensão do jogador, do cidadão e do homem que dá pelo nome de Rui Manuel César Costa.

Para além de ser um dos futebolistas mais geniais de sempre, Rui Costa é a prova viva das maiores virtudes que o futebol encerra: a memória, a emoção e os sonhos, as três maravilhas humanas que Jorge Valdano refere e que se encontram no cabeçalho deste blog. As emoções que provocou com a excelência dos seus gestos técnicos em campo, mas também com os seus gestos humanos dentro e fora dele, ficarão para sempre guardadas na memória de todos os adeptos do futebol. A mesma memória que os adeptos do Benfica nunca fizeram questão de apagar durante doze anos de ausência em que foram alimentando o sonho do seu regresso. Enquanto se eternizou em Florença e Milão, Rui Costa também sempre sonhou com o dia em que voltaria a vestir a camisola do clube do seu coração, tal como um dia sonhara, enquanto jogava à bola nas ruas da Damaia, vir a ser jogador de futebol.

Rui Costa foi o maior exemplo da comunhão perfeita entre o campo e as bancadas. Fossem as da Luz, do Artemio Franchi ou de San Siro.
No dia 11 de Maio, Rui Costa concretizou o seu último sonho nos relvados, despedir-se deles no meio da sua gente. Quando no minuto 85 se anunciou a sua substituição, o jogo que decorria dentro das quatro linhas deixou de ter importância. Mais de 50 mil aplaudiram de pé e gritaram pelo seu nome. Também o futebol quis celebrar o momento, ainda se comemorou fugazmente um golo, mas de imediato as atenções se viraram para o momento da noite, o único que permanecerá indelével na memória de todos os que estiveram presentes.

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