Monday, November 20, 2006

«Pressing» e «anti-pressing»


É uma das deficiências do Benfica, este ano já observável de forma evidente em alguns jogos, dos quais destacaria o jogo do Bessa, e agora em Braga.
Sempre que o adversário impõe uma estratégia de pressing, que normalmente é feito tendo como referência o adversário e não o espaço, ou seja, “homem-a-homem”, e sempre que o mesmo é feito em zonas adiantadas, a equipa encarnada não tem mostrado argumentos para reagir a essa acção. O recurso, normalmente, é o passe longo para os avançados que se encontram invariavelmente marcados pelos opositores directos, sendo que o resultado é também invariavelmente a perda da bola. Apenas num lance fortuito, esta forma de responder ao pressing poderá ter sucesso.
A melhor forma de contrariar o pressing é aquilo a que se convencionou chamar de anti-pressing. E como deve ser feito o anti-pressing? Mais em largura que em profundidade, com mobilidade para se criarem as necessárias referências de passe, fazendo circular a bola, procurando variar o flanco do jogo. Desta forma, a equipa adversária é obrigada a alargar as suas linhas, abrindo espaços de penetração. Há maior possibilidade de criação de situações de superioridade numérica e consequente desequilíbrio defensivo no adversário.

4 comments:

Tigas said...

Que tal descobrir o mail do Sr. Fernando Santos e enviar-lhe umas dicas. Pelo que tenho lido aqui iria dar imenso jeito ao "nosso" benfica.

Paulo Santos said...

O problema é que eu tenho a certeza que ele sabe bem estas coisas - bem melhor que eu, seguramente, vem nos livros -, os jogadores é que porventura não quererão fazer isso. Não é um problema da capacidade, pois o nosso Benfica tem jogadores com imensa capacidade (para mim o melhor plantel dos 3 grandes, disso não tenho eu dúvidas!

Esperemos que as coisas melhorem, eu ainda acredito.

Abraço, e obrigado pelo link no teu blog. Só não retibuo porque é suposto ter links de blogs apenas de futebol;)

filipe said...

Concordo com as dificuldades de ligação do jogo do Benfica. De facto, não há grande capacidade de trabalhar os lances e quando os adversários "tapam" os 3 da frente, a coisa complica-se...
Agora, em Braga não penso que tenha havido pressing alto. A estratégia foi, precisamente, dar meio campo ao Benfica para depois o explorar em transição...
Abraço

Paulo Santos said...

Filipe, não foi um pressing alto genuíno, organizado. De acordo! Contudo, pelo menos os jogadores mais adiantados, pressionavam, não raras vezes, os jogadores do Benfica logo à saída da grande área encarnada (é aí que reside, na minha opinião, uma certa debilidade, na primeira fase de construção). É certo que esse pressing era feito mais com o intuito de anular a construção do jogo do Benfica do que construir, era feito, tal como aconteceu no Bessa, no sentido de estancar as investidas do adversário e de, precisamente não o deixar ligar o jogo, e depois, sempre que possível, transições rápidas, o que veio a acontecer.

Essa foi a diferença, a meu ver, em relação ao jogo frente ao Kopenhaga, em que aí sim, o adversário deu o meio campo ao Benfica, e aí, a ligação das linhas do Benfica foi evidente e que permitiu ter o domínio do jogo.