Tuesday, November 21, 2006

Psicologia do adepto (I)

Não deixa de ser curioso, o facto de grande parte dos adeptos benfiquistas - quiçá a maioria - se manifestar agradada com a saída de José Veiga do Benfica. Para mim isso é um sinal inequívoco de pouca clarividência por parte dessas pessoas, que continuam a olhar para o futebol e para o clube com um desfasamento temporal de muitos anos. Durante o período horribilis do clube, vários dossiers foram pessimamente mal geridos, gestão essa que estava a cargo de ilustres "benfiquistas", relembro, por exemplo, António Simões – velha glória do clube, mas também o primeiro jogador a pôr esse mesmo clube em tribunal –, que ainda agora teve uma triste intervenção pública na sequência da demissão de José Veiga.

Actualmente, os aspectos relacionados com a gestão de um clube de futebol não se compadecem com romantismos bacocos. A avaliação de um dirigente apenas pode assentar em critérios de racionalidade, isto é, visando o seu desempenho e obtenção de êxito nas estratégias/metas relacionadas com as suas áreas de actuação, e nesse particular, o desempenho de José Veiga – podendo-se gostar ou não do estilo - é inatacável.

E até no momento da demissão, é preciso destacar a postura e atitude exemplar de José Veiga, pois teria sido muito mais conveniente e confortável ter o "escudo" Benfica, para agora poder enfrentar o turbilhão de problemas que previsivelmente aí vem, no entanto, salvaguardando o clube, preferiu enfrentar sozinho estas guerras, que são exclusivamente suas. Outros não o têm feito, como todos sabemos.

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