
É uma das deficiências do Benfica, este ano já observável de forma evidente em alguns jogos, dos quais destacaria o jogo do Bessa, e agora em Braga.
Sempre que o adversário impõe uma estratégia de pressing, que normalmente é feito tendo como referência o adversário e não o espaço, ou seja, “homem-a-homem”, e sempre que o mesmo é feito em zonas adiantadas, a equipa encarnada não tem mostrado argumentos para reagir a essa acção. O recurso, normalmente, é o passe longo para os avançados que se encontram invariavelmente marcados pelos opositores directos, sendo que o resultado é também invariavelmente a perda da bola. Apenas num lance fortuito, esta forma de responder ao pressing poderá ter sucesso.
A melhor forma de contrariar o pressing é aquilo a que se convencionou chamar de anti-pressing. E como deve ser feito o anti-pressing? Mais em largura que em profundidade, com mobilidade para se criarem as necessárias referências de passe, fazendo circular a bola, procurando variar o flanco do jogo. Desta forma, a equipa adversária é obrigada a alargar as suas linhas, abrindo espaços de penetração. Há maior possibilidade de criação de situações de superioridade numérica e consequente desequilíbrio defensivo no adversário.
4 comments:
Que tal descobrir o mail do Sr. Fernando Santos e enviar-lhe umas dicas. Pelo que tenho lido aqui iria dar imenso jeito ao "nosso" benfica.
O problema é que eu tenho a certeza que ele sabe bem estas coisas - bem melhor que eu, seguramente, vem nos livros -, os jogadores é que porventura não quererão fazer isso. Não é um problema da capacidade, pois o nosso Benfica tem jogadores com imensa capacidade (para mim o melhor plantel dos 3 grandes, disso não tenho eu dúvidas!
Esperemos que as coisas melhorem, eu ainda acredito.
Abraço, e obrigado pelo link no teu blog. Só não retibuo porque é suposto ter links de blogs apenas de futebol;)
Concordo com as dificuldades de ligação do jogo do Benfica. De facto, não há grande capacidade de trabalhar os lances e quando os adversários "tapam" os 3 da frente, a coisa complica-se...
Agora, em Braga não penso que tenha havido pressing alto. A estratégia foi, precisamente, dar meio campo ao Benfica para depois o explorar em transição...
Abraço
Filipe, não foi um pressing alto genuíno, organizado. De acordo! Contudo, pelo menos os jogadores mais adiantados, pressionavam, não raras vezes, os jogadores do Benfica logo à saída da grande área encarnada (é aí que reside, na minha opinião, uma certa debilidade, na primeira fase de construção). É certo que esse pressing era feito mais com o intuito de anular a construção do jogo do Benfica do que construir, era feito, tal como aconteceu no Bessa, no sentido de estancar as investidas do adversário e de, precisamente não o deixar ligar o jogo, e depois, sempre que possível, transições rápidas, o que veio a acontecer.
Essa foi a diferença, a meu ver, em relação ao jogo frente ao Kopenhaga, em que aí sim, o adversário deu o meio campo ao Benfica, e aí, a ligação das linhas do Benfica foi evidente e que permitiu ter o domínio do jogo.
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