Tuesday, November 07, 2006

Benfica: Para além do losango


Foi o debate táctico mais ventilado do início da época. Deixei aqui em alguns posts a opinião de que, normalmente, a generalidade dos analistas da imprensa desportiva dão um ênfase desmesurado às questões que se prendem com o sistema de jogo das equipas, dando, ao invés, menor ênfase a outros aspectos mais importantes como sejam, o modelo de jogo e respectivos princípios.

Com tempo, com estabilidade, com a disponibilidade total de jogadores como Miccolli e Simão, a equipa está num patamar exibicional muito interessante, que encontra tradução em alguns resultados bastante expressivos. Os números apontam também nesse sentido, já que nos últimos seis jogos foram apontados 16 golos. A equipa pressiona alto, e joga em ataque posicional, ou seja, revela já ter melhor assimilados os princípios de jogo que Fernando Santos assumiu querer implementar assim que chegou ao clube. É certo que ainda há alguns aspectos a necessitarem, porventura, de mais trabalho, designadamente no que respeita ao processo defensivo. É de realçar que ainda se têm verificado erros ao nível de alguns princípios do método defensivo zonal. A equipa sofreu alguns golos em situações muito semelhantes: o lateral fica no 1x1 sem cobertura, assim aconteceu em Glasgow e no Dragão, o que evidencia desacerto ao nível da basculação.

E já agora, para aqueles que tanto gostam de falar dos sistemas de jogo, é imperioso referir que esta subida de rendimento da equipa coincide com o retorno à ideia inicial de Fernando Santos, ou seja, o 4x4x2 com o meio campo disposto em losango.

No entanto, a mobilidade, as permutas posicionais e consequente dinâmica de jogo que Miccoli, Simão, Assis e Nuno Gomes proporcionam leva a que este 4x4x2 assuma vários figurinos. Simão no vértice ofensivo, descai bastante para as faixas laterais, assumindo Assis a zona central, Miccoli tem liberdade para deambular a toda a largura do terreno, sendo que por vezes, a equipa parece desenhar um 4x3x3 puro. No último jogo frente ao Beira-Mar, Nélson, que também parece estar a atingir o patamar exibicional do início da época passada, jogou mais como médio ala do que como defesa lateral, sendo que nas raras vezes em que o Beira-Mar logrou construir um lance de contra-ataque ou ataque rápido, era Luisão que estava a compensar o lateral cabo-verdiano, tendo aí passado a maior parte do tempo de jogo, e até deu para o central investir inúmeras vezes em subidas pelo corredor, como aquela que culminou no terceiro golo. A equipa neste jogo por vezes parecia desenhar um 3x5x2 e/ou 3x4x3, isto também, claro, devido ao elevado caudal ofensivo e à já referida enorme mobilidade dos jogadores mais adiantados.



Para além da importância dos jogadores referidos, importa referir também que o grego Katsouranis tem sido extremamente importante neste Benfica, mercê da sua enorme cultura táctica, e note-se, já tem três golos apontados. Tinha razão Fernando Santos quando disse que o jogador poderia fazer qualquer posição no meio campo.

1 comment:

Filipe Santos said...

Força SLB!!!

http://bolaoposte.blogspot.com