
O RCD Espanyol deu ontem enorme passo para a sua “reconciliação” com a Europa. Recorde-se que a equipa espanhola perdeu uma final da Uefa há 18 anos de forma dramática frente ao Bayer Leverkusen, tendo vencido na primeira mão os alemães por 3-0 no, entretanto desaparecido, Estádio Sarriá, viria a perder pelo mesmo resultado em Leverkusen tendo acabado por sucumbir na marcação de grandes penalidades.
Este ano, a equipa da Catalunha, ainda não perdeu um jogo e detém o melhor ataque da prova. Ontem venceu no Olímpico de Montjuic, o Werder Bremen por 3-0.
Terá causado algum espanto a alguns, contudo para quem seguiu a eliminatória frente ao SL Benfica, o feito da equipa espanhola não constituirá surpresa significativa.
O RCD Espanyol chegou mesmo a vulgarizar o actual segundo classificado (a dois pontos do líder) da Bundesliga.
A equipa espanhola é muito forte nas transições ofensivas, normalmente executadas através de acções de ataque rápido e contra-ataque, sendo que no jogo de ontem juntou-lhe também, à semelhança do que aconteceu na Luz, uma grande segurança defensiva.
O quarteto defensivo composto por Torrejon, Jarque, David Garcia e De La Cruz, raramente arriscou subidas no terreno, mantendo sempre o equilíbrio defensivo com marcação à zona. No meio campo, ao centro, Moisés Hurtado em acções de cobertura defensiva e de recuperação de bola, e o grande cérebro de toda a equipa, Ivan de La Peña, mestre no último passe, que ontem deu um recital de bom futebol.
Nas alas, do lado direito, Rufete, com dupla função: dar profundidade de jogo pelo corredor, mas também e sobretudo a “fechar ao meio” quando a equipa não tinha a posse de bola, contribuindo assim para o equilíbrio numérico a meio campo, já que o Bremen jogava, como habitualmente, com quatro jogadores nesse sector. Do lado esquerdo, o irrequieto Riera, que dava, fundamentalmente, verticalidade ao jogo. Na frente, ontem jogou a dupla Tamudo / Pandiani. O primeiro, foi a par de De La Peña, figura em destaque. A forma como se movimenta nos últimos metros de terreno, a capacidade de aparecer nos espaços vazios é absolutamente impressionante e letal para os adversários. Pandiani não perdeu a oportunidade de marcar um golo da forma que mais gosta – de cabeça, pois claro! E já elevou o seu número de golos marcados na competição para 11.
Uma palavra ainda para o Guarda-Redes Iraizoz, que ontem, também à semelhança do jogo de Lisboa, teve mais um desempenho muito seguro.