Tuesday, August 03, 2010

Notas de pré-época

Com o país a banhos, e na ressaca do Mundial de futebol, começou a silly season, no que ao futebol diz respeito, também.

Uma das coisas a merecer óbvio destaque é a aposta do campeão nacional na manutenção da estrutura que durante a época passada, brilhantemente, arrecadou o 32º título da história do clube. Futebolisticamente falando, do que se viu até agora, a máquina encarnada continua suficientemente oleada para que se reconheça, sem grande esforço, que a concorrência se encontra à distância. A considerável distância.

O Sp. Braga também mantém a sua aposta em reforços low cost que se destacaram a nível interno e a quem facilmente se antevêem épocas profícuas (Leandro Salino, Lima, Keita).

O Sporting tem apresentado um futebol razoavelmente organizado com alguns novos princípios de jogo já observáveis (pressão alta). Maniche e Pedro Mendes são um acrescento de algo que faltou em doses excessivas durante a época passada: experiência. No entanto, aquele 4x4x2 clássico levanta (pelo menos a mim) algumas reticências…

Quanto ao F.C. Porto, muito fraquinho. Ainda não se vislumbra rigorosamente nada de diferente, para melhor, relativamente à época passada. No torneio de Paris, viu-se uma equipa com imensas dificuldades na construção de jogo, sem zona de pressão definida e com um conjunto de jogadores para o sector defensivo que, no mínimo, deve deixar os adeptos portistas com os nervos em franja…

Do lado de lá do atlântico, a Confederação Brasileira de Futebol finalmente parece ter encontrado o caminho que fará regressar o futebol do país ao seu estado natural. Mano Menezes é um dos melhores treinadores brasileiros da actualidade. Quem viu o seu Grêmio e, mais recentemente, o seu Corinthians, percebe a enorme clivagem que existe entre as suas ideias e as que dominam o futebol brasileiro há décadas. Ninguém estará tão apetrechado como ele para encetar tamanha empreitada – o regresso do futebol-arte.

2 comments:

Ricardo said...

Concordo com tudo.

Diz-me uma coisa: o que achas do Wesley?

Temos de encontrar uma forma de te dar o livro que tenho teu.

Abraço.

Paulo Santos said...

Grande Ricardo,


Estás bem?

Opa, o Wesley é bom, contudo na minha opinião, está longe do futebol que o "queniano" por cá apresentou.

Sinceramente, há outro jogador no Santos que muito aprecio e que, também não sendo um Ramires - é difícil encontrar aquelas caraterísticas assim sem mais nem menos - em muita coisa se aproxima, designadamente na capacidade de aparecer em zonas de finalização, e na capacidade "box-to-box". Chama-se Arouca.
Outro jogador que acho interessante para substituir Ramires é o Elias do Corinthians (este hoje já veio referenciado no Record) - um interior que ainda por cima jogava num trio de meio campo em 4-3-3 (algo raro no Brasil)e que, portanto, estará em teoria mais facilmente apetrechado para se adaptar ao futebol europeu, também é um todo-o-terreno, que aparece bem em zonas de finalização, defende e ataca com precisão, e é mais forte fisicamente que o Arouca.

Quanto ao livro, não te preocupes, está em boas mãos. Na próxima tertúlia (algo a combinar com urgência, não por causa do livro) entregas-mo.


Grande abraço