Monday, August 10, 2009

Danos laterais


A pré-época do Benfica tem sido de sonho. Há muitos anos que não se viam as camisolas encarnadas serem protagonistas de um futebol tão agradável (talvez apenas com Fernando Santos a espaços).

Da época passada para esta a diferença é monstruosa. Apesar desta dissemelhança não ter sido muito difícil de prever, em função das qualidades que Jesus tem vindo a anunciar desde há muito, mas também devido às evidências mais do que provadas do embuste em que consiste Quique Flores.

Ainda assim, e porque a perfeição em futebol será sempre algo de intangível, existem uns “danos laterais” por resolver. Jorge Jesus gosta de ter laterais que, acima de tudo, sejam competentes do ponto de vista defensivo. Relativamente às acções ofensivas destes jogadores, Jesus não lhes dá a mesma importância. Apesar do losango, a largura é assegurada logo na primeira fase de construção pelos médios interiores e pela mobilidade de pelo menos uns dos dois avançados, portanto, laterais sobretudo têm que interpretar bem as acções defensivas individuais e colectivas. Evaldo (no Sp. Braga) e Rodrigo Alvim (Belenenses) são o paradigma de defesa lateral “preferido” de Jorge Jesus. Ora, Schaffer e Patric estão muito longe desse modelo, desde logo porque vêem de um futebol com um padrão táctico totalmente diferente do europeu, e como tal, terá que haver um necessário tempo de adaptação. No entanto, os dois laterais encerram em si algumas diferenças do ponto de vista técnico-táctico, diferenças essas que têm sido validadas nas primeiras opções do treinador. No caderno de encargos de Jorge Jesus, Patric está claramente uns furos abaixo do seu companheiro.

Sobre Schaffer, antes de mais gostaria de fazer aqui referência a uma opinião muito bem fundamentada, a qual subscrevo por inteiro.

Na lateral esquerda, o problema estará aparentemente resolvido com a contratação de César Peixoto – jogador da confiança de Jesus e que já está habituado às suas exigências. Se o internacional português não se afirmar na equipa, o risco de se ver repetido um dos grandes erros de casting da fase Quique é bem real: a utilização de David Luiz no lado esquerdo da linha defensiva…

Quanto a Patric, o caso é mais complicado. Para já porque o jogador já foi unanimemente eleito por imprensa, adeptos, blogosfera, e mais uns quantos, como o “patinho feio” do plantel desta época. E isso é um clássico na Luz. Faz sempre bem para exorcizar as emoções do terceiro anel. Até é engraçado que outro antigo “patinho feio” tenha sido resgatado para ocupar o seu lugar. Não interessa nada racionalizar e ter em conta que o jogador é jovem e que a sua formação foi feita a jogar como ala em sistemas de três centrais, não isso não interessa. O que é importante é ressalvar o facto de ter sido batido num lance de um contra um (sendo que o outro um era apenas Alexandre Pato!) e de ainda ter tido o desplante de cometer um pecado que até Maradona experimentou: falhar a conversão de uma grande penalidade…

2 comments:

Unknown said...

O melhor mesmo seria, talvez, colocarem Patric a rodar, mas nunca no Brasil...

que lhe procurem dar consistência defensiva sim, mas na europa

quanto a shaffer acho que não tardará muito a assimilar e executar bem as ideias de jj

dezazucr said...

Como gostam os benfiquistas de queimar jogadores. Lembro os comentários sobre o "marreta" que Maxi era no primeiro ano, sendo que agora todos choram a sua falta.
Patric é jovem, vem de um futebol diferente, fez toda a escola das selecções jovens do Brasil e vinha para paulatinamente aprender com Maxi, como ele próprio disse. No entanto teve azar e Maxi lesionou-se. Toca a crucificar o rapaz a quem o Pato deu um nó, que é isso que o povo gosta.