«Não tem nada a ensinar aos nossos treinadores, não acredito que vá fazer uma revolução no futebol italiano. Se houver 1 por cento de novidades com Mourinho, já será muito»Fabio Capello, entrevista ao jornal La Repubblica (na íntegra).
queridas!(*)...mudei de casa
13 years ago
3 comments:
O Mourinho acha precisamente o contrário, acha que vai revolucionar o futebol italiano. Sinceramente, o Capello dizer isto é não perceber nada do Mourinho, mas pronto. E acho que este tipo de mentalidade dos italianos, de que são sempre os mais evoluídos tacticamente e que não precisam de aprender nada, foi a grande responsável pelo declínio do futebol italiano nos últimos anos. Felizmente, há uma nova vaga de treinadores italianos a emergir, mais humildes, menos agarrados ao passado, que percebem que aquilo de que no futebol "já foi tudo inventado" é uma treta. Aquele que achar isso, como Capello parece achar, não pode ter um grande futuro. E Mourinho está precisamente nos antípodas disto: para ele, está tudo por inventar. Acho que vai ensinar muita coisa por Itália e pode mesmo deixar um legado importante como tem deixado por onde quer que passe...
Grande Abraço!
Quase concordo contigo, Nuno.
Penso que a grande inovação de Mourinho é mais ao nível da estratégia e também, naturalmente, ao nível da metodologia de treino. Porque em termos tácticos, quase concordo com Capello. O último grande inovador foi Arrigo Sachi, precisamente em Itália.
Em Inglaterra, Mourinho revolucionou. Mas também não seria difícil num futebol tão arcaico do ponto de vista táctico.
Grande abraço
Como sabes, não conheço a fundo o trabalho de Sacchi. Mas conheço o de Capello, por exemplo. E o de outros treinadores italianos da sua geração que ainda vão andando pelos bancos em Itália. E nesses, creio, a excelência táctica não era um pergaminho. Acho que, em Itália, se confunde muitas vezes o defender muito com o defender bem. E, se do que li do Sacchi me parece que as suas equipas defendiam bem, já as de Capello defendem apenas muito. A diferença principal é depois a forma como atacam. Uma equipa que defenda bem está apta a atacar bem. Uma equipa que defenda apenas muito tem no acto de defender um fim em si mesmo, logo não ataca bem. As equipas de Capello nunca foram equipas de atacar bem porque ele se limita a defender muito. Como Trap, aliás, e outros que tais. Por isso, acho que Mourinho tem bastante a acrescentar a Itália, menos, de certeza, do que acrescentou a Inglaterra, mas muito mais que os 1% de que fala o Capello.
Abraço!
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