Os recentes desaires do F.C. Porto têm deixado muita gente espantada, contudo, incluo-me naqueles que não partilham desse estado de espírito.
Considero que o F.C. Porto tem sido sobredimensionado a vários níveis, não obstante ter terminado a primeira volta do campeonato em primeiro lugar a uma distância de sete pontos do segundo classificado. Em minha opinião tal deveu-se mais a demérito dos seus opositores directos do que propriamente a méritos da equipa portista.
Ficaram bem patentes nos últimos e recentes desaires, as deficiências do F.C. Porto. Desde logo, um plantel – ao contrário do que a generalidade dos analistas diz – bastante desequilibrado, com qualidade e quantidade para o sector do meio campo, e menos quantidade/qualidade nos restantes sectores. No que respeita ao futebol praticado, persistem algumas deficiências ao nível das transições ataque-defesa e um processo ofensivo que, sem o alicerce Ricardo Quaresma, tem muito pouca criatividade e objectividade.
Depois há outro aspecto que me parece pertinente. O factor psicológico do jogo, outrora tão negligenciado e enfim descoberto desde o fenómeno Mourinho, parece ter a este nível alguma importância. Atente-se nas palavras do treinador do Estrela da Amadora, após a conclusão do jogo:
"Se Atlético e Leiria ganharam ao Porto, porque é que nós não podíamos?"O histórico Atlético, não apenas conseguiu o feito de tombar um gigante, como terá contribuído para a reanimação do campeonato do qual ele já fez parte em tempos remotos.
Uma palavra para o Estrela da Amadora que não perde desde que voltou ao seu estádio. Mérito também do seu treinador Daúto Fáquirá, que já tem no seu curriculum trabalhos bem interessantes nos escalões secundários, nomeadamente ao serviço do Odivelas e do Barreirense.
O Estrela é uma equipa compacta e muito disciplinada do ponto de vista táctico. Sem bola, estrutura-se em bloco baixo, procurando fechar espaços. Com bola é uma equipa que sabe estender-se em largura e profundidade - no dragão, essencialmente através de acções de ataque rápido e contra-ataque. Individualmente há que destacar uma dupla de centrais que tem funcionado muito bem: José Fonte e Amoreirinha. No meio campo, também se destacam a juventude de Tiago Gomes (que Faquirá foi buscar ao Odivelas) e a veterania de Marco Paulo e Rui Borges. Jaime (ex-Braga), médio criativo que não jogou no dragão também tem sido figura em destaque na equipa da Reboleira.
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