Friday, April 09, 2010

Disparates

Fazer análises por cima – tendo apenas como pano de fundo - dos resultados é para além de simplista, redutor. Que isso é o mote da generalidade da nossa imprensa desportiva, já todos o sabem. Ainda assim, é humanamente impossível ignorar a ignorância de uns quantos apaniguados que vão escrevinhando e tagarelando sobre os assuntos da bola.

Mas vamos aos disparates.

O défice físico da equipa do Benfica. Destaco-o como o primeiro disparate, pois uma equipa que esteve o jogo todo a procurar atacar a baliza adversária, que teve mais posse de bola e que correu mais que o adversário só poderá estar incapacitada fisicamente na cabeça de um tolinho.
As mexidas na defesa do Benfica. Não foi, naturalmente, por aí que o Benfica perdeu o jogo. É, repito, fácil, simplista, redutor, e até intelectualmente desonesto, analisar o jogo por esse prisma. O Benfica não foi suficientemente forte em transição defensiva porque do outro lado estava uma das equipas mais – e agora aproveito para usar uma expressão tão vulgarmente utilizada pelos analistas – cínicas do actual futebol europeu. O veneno do contra-ataque já deu uma Liga dos Campeões a este Liverpool de Bénitez, e logo contra o A.C. Milan.~

Os “reds” esperaram sossegadinhos pelo ataque dos “encarnados” que entraram em Anfield para marcar um golo e “matar” a eliminatória, e serviram-lhes o prato preferido do seu treinador – o veneno do contra-ataque. No entanto é preciso referir que o resultado começou a ser construído com um golo impossível de acontecer a este nível. Terá sido por aí – pela baliza – que o Benfica começou a perder o jogo. Mas mesmo nesse particular não é honesto questionar a opção do treinador encarnado, tendo em conta que o ex-guardião do Botafogo fez a carreira europeia toda até ontem, sem grandes sobressaltos.

Este foi o jogo que eu vi.

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