Wednesday, February 20, 2008

O 4-4-2 e a dimensão internacional


Há quem afirme que para os jogos de dimensão internacional é necessário saber jogar em 4-4-2. É o controlo do meio campo que está em causa, dizem. Ontem em Gelsenkirshen, o FC Porto iniciou o jogo em 4-3-3. As coisas não correram bem nos primeiros minutos e rapidamente o 4-3-3 foi desmontado, com o recuo de Lisandro López para a zona central do meio campo.

Tenho sérias dúvidas acerca do dito axioma quando vejo o Chelsea em Atenas a jogar em 4-3-3, contra o 4-5-1 do Olimpiakos, ou quando há dois anos o Barcelona FC conquistou a Liga dos Campeões jogando toda a prova nesse sistema.

No caso concreto do FC Porto, há duas questões fundamentais que eventualmente levam Jesualdo a querer povoar mais o seu meio campo quando defronta equipas cujos sistemas de jogo contemplam também um maior número de unidades nessa zona do campo. A primeira prende-se com a pouca intensidade de Quaresma na transição defensiva. Razão tinha Rafinha quando na véspera afirmou que não iria deixar de subir pelo seu flanco pelo facto de ter Quaresma na sua zona de acção. A jogada do golo é o paradigma disso mesmo. Rafinha na primeira parte do jogo fez aquilo que Bosingwa costuma fazer no corredor lateral direito da equipa portista.

A outra questão fundamental que contribui para que Jesualdo não se sinta seguro com o 4-3-3, é o próprio modelo de jogo do FC Porto que assenta nas rápidas transições ofensivas. O professor fez alusão a esse facto no flash interview. O trio do meio campo do Porto não segura muito a bola, são jogadores de dois, três toques na bola, daí a equipa se sentir à vontade a jogar em ataque rápido ou contra-ataque. O recuo de Lisandro tem a ver com esse factor e também com a tentativa de bloquear a primeira fase de construção do adversário. Lembram-se do trio de meio campo do Porto de Mourinho? Comparem com este...

4 comments:

Anonymous said...

Look here

Sabrina Machado said...

Eu, particularmente, gosto do tradicional 4-4-2, porém com determinados jogadores dá sim para montar um esquema com 3 atacantes, como foi o caso que vc citou do Barcelona.

Será que vc toparia uma parceria com o "nosso" blog???

linkamos o seu e vice e versa

www.esportejornalismo.blogspot.com

Paulo Santos said...

Já está linkado Sabrina!

Gostei muito do blog, bastante diversificado. Vou continuar visitando.

Catenaccio said...

Olá Paulo,

Na 1.ª época de Mourinho, o sistema utilizado era o 4x3x3.
Na 2.ª época, a forma de manter os jogadores concentrados, sem perda de ambição, foi dificultar a concepção táctica do modelo de jogo. Surgiu o 4x4x2 losango, mais exigente do ponto de vista táctico.
Na final da champions league, o quarteto era formado por: Costinha, Maniche, Pedro Mendes e Deco.
Diferenças? Obviamente, muitas. A equipa de Mourinho controlava mais a posse de bola e asfixiava o adversário.
Mas, continuo a acreditar que o 4x3x3 de Jesualdo pode ter sucesso na Europa. Desde que, no momento defensivo, se transfome num 4x5x1, ou seja, peça aos alas que recuem para a linha de meio-campo, no momento de perda.

Abraço