De ontem para hoje ocorreu um desenvolvimento que não poderá deixar de ter o seu peso na avaliação da situação ocorrida no final do jogo entre Portugal e Sérvia.
Luís Filipe
Scolari assumiu publicamente o seu acto, e sobretudo, pediu desculpa a todos.
Não fico indiferente a esta tomada de posição do seleccionador nacional, na medida em que o aspecto mais grave foi, na minha opinião, a não
assunção do acto na conferência de imprensa, não
assunção essa que constituía uma profunda e descarada falta de respeito relativamente a quem viu clara e objectivamente as imagens transmitidas pela televisão.
Uma das coisas que mais lamento é o facto de saber que a esta hora estão os anti-
scolaristas a rejubilar com o sucedido, e pior ainda é constatar que foi o próprio
Scolari a promover essa situação, pois o que se passou foi demasiado grave.
Repito, a retratação pública de
Scolari deve servir de atenuante, não tenho dúvidas disso, bem como não tenho dúvidas do mérito indiscutível de
Scolari no que respeita a resultados e não só...
Portugal tem que estar agradecido a um homem que conseguiu pôr ordem numa casa desregrada e que conseguiu ser
vice-campeão europeu e 4º classificado num mundial. Obviamente que o que se passou ontem não pode "beliscar" de forma alguma estes feitos. Contudo também todos sabemos que o que se passou não pode passar em claro e seguramente virão aí consequências que, sublinhe-se, se impõem. Há outros casos no passado das nossas selecções que nem vale a pena estarem agora a ser recordados, e não pode de maneira alguma, haver dois pesos e duas medidas para situações desta natureza.
Agora mais a frio (também eu!), reconsidero o que escrevi no
post anterior quando afirmo a obrigatoriedade do afastamento do seleccionador nacional. Penso que a atitude tomada durante o dia de hoje tem que ser valorizada.
Neste momento há duas correntes de opinião, ambas radicais e as quais não devem ser levadas em consideração. Uma tenta branquear o sucedido, a outra rejubila com a "crucificação" de
Scolari.
Exige-se alguma razoabilidade e sobretudo agora é necessário dar tempo para deixar actuar os organismos competentes.