Monday, May 29, 2006

Europeu de sub-21



Terminou ontem a participação da selecção de sub-21 no Europeu da categoria!

Esperava-se mais, tendo em conta as muitas individualidades e a excelente fase de qualificação realizada! Quem viu os jogos terá que reconhecer que a equipa portuguesa praticou um futebol muito pouco esclarecido, atrapalhado até, por vezes!

O uso e abuso do futebol directo pode significar falta de automatismos, de rotinas de jogo, em suma, poder-se-á falar em falta de treino, esta situação foi demasiado evidente no primeiro jogo frente à França. No jogo com a Sérvia, já se procurou mais o futebol apoiado - procurou-se organizar o jogo desde o sector defensivo, no entanto, na fase de finalização, o desnorte era claro!

No jogo com a Alemanha, pressionados pelo facto de terem que ganhar por uma diferença de três golos, as dificuldades ainda foram mais evidentes! Ainda assim, nos últimos minutos, numa excelente jogada individual de Nani e finalizada por Moutinho, Portugal ainda conseguiu marcar um golo, porém insuficiente!

Wednesday, May 24, 2006

Ludovic Delporte


Ludovic Delporte

Nacionalidade: França
Idade: 26 anos
Altura: 1m 75
Peso: 73 Kg
Posição: Médio ofensivo/ala

Carreira:
ÉPOCA -CLUBE - JOGOS - GOLOS


98-99 - Lens - 2 -
99-00 - Lens - 5 -
00-01 - Laval - 36 - 2
01-02 - Lens - -
01-02 - RC Ferrol - 19 - 3
02 -03 - Albacete - 21 -
03-04 - Albacete - 21 - 2
04-05 - Osasuna - 28 -
05-06 - Osasuna - 27 - 3


Ludovic Delporte, médio ala esquerdo do surpreendente Osasuna, classificado esta época em 4º lugar na liga espanhola. É um interessante jogador, ágil, forte no drible e sobretudo muito veloz, tendo-se assumido como peça chave da sua equipa esta temporada, a sua marca característica são os arranques, quase sempre pela ala esquerda até à linha de fundo de onde desfere cruzamentos bem medidos e bastante tensos, por vezes também opta pelo jogo interior.
Relembra os extremos clássicos.

Europeu de sub-21 - Portugal - 0 França - 1


A selecção Portuguesa de sub-21 começou ontem da pior maneia o Europeu da categoria que está a ser disputado no nosso país.

Frente a uma selecção francesa muito forte tacticamente, sobretudo no plano defensivo, a equipa portuguesa nunca encontrou o processo eficaz de contrariar a bem sucedida estratégia dos franceses.

A França exerceu uma pressão permanente sobre o portador da bola, anulando desse modo qualquer tentativa da equipa portuguesa poder iniciar o seu processo ofensivo. E foram eficazes, pois por parte da selecção nacional assistiu-se, quase de forma sistemática, durante todo o jogo, a lançamentos longos para a frente de ataque, lançamentos esses que raramente originaram situações de perigo para a França.

Tuesday, May 23, 2006

O regresso (?) de um dos últimos maestros!


É complicado escrever sobre Rui Costa, pois há tanto para dizer que nem se sabe por onde começar!
Um jogador fabuloso, um homem que sempre revelou ter um carácter extraordinário, um homem de emoções, enfim, um dos grandes nomes do futebol mundial.
Foi intérprete de uma das cenas mais emocionantes que se poderiam ver num campo de futebol - num jogo particular Benfica-Fiorentina, quando ao serviço do clube italiano marcou um golo ao seu clube do coração, e de imediato desatou a chorar, isto enquanto o estádio da luz em peso aplaudia, imagine-se, um golo de uma equipa adversária.
Rui nunca escondeu o seu amor pelo clube da Luz, tendo diversas vezes manifestado o desejo de um dia poder voltar, os adeptos por seu lado nunca o esqueceram, ciente disto tudo a imprensa desportiva, época após época, foi sempre alimentando o assunto, o regresso de Rui Costa ao Benfica tornou-se quase temática obrigatória sempre que findava uma época desportiva!
Neste momento, parece que o regresso está mesmo preso por detalhes, e já pouco se duvida da sua viabilidade.
Como homem de grande carácter que é, também não se livrou de ver o seu valor ser posto em causa por altura do Europeu em 2004 (coisa que recorrentemente acontece a quem revela ter carácter), o que o levou à decisão de abandonar a selecção nacional, não sem antes ter dado uma "bofetada de luva branca" a todos aqueles que de forma abjecta e irresponsável o difamaram em praça pública, e essa "bofetada" foi dada através da sua maior arma: a classe que sempre demonstrou nos relvados e que sempre o caracterizou! Os seus detractores, desde então, nunca mais escreveram uma linha, ou esboçaram uma palavra que fosse sobre o seu abandono prematuro da selecção nacional, ainda para mais quando Rui Costa, ainda que algo "tapado" por um jogador, também ele de classe mundial e mais novo, no seu clube, nunca deixou de revelar todo o virtuosismo do seu futebol, sempre que foi chamado a participar nos jogos da sua equipa. Acrescente-se, ainda para mais, quando ao nível da selecção nacional, é inquestionável que o seu contributo seria muito útil, mas, claro que ao menos esses "mestres da pena desportiva" revelaram ter algum pudor e calaram-se de vez.

Rui Costa, enquadra-se naquela categoria que o dito "futebol moderno" está a fazer desaparecer, a dos números 10, dos organizadores de jogo, dos "maestros".
Actualmente, os jogadores do meio campo que estão a surgir nos grandes clubes mundiais são os chamados médios "box to box", ou seja, aqueles que apresentam ter uma dimensão simultaneamente defensiva e ofensiva, rápidos nas transições, são jogadores de cobertura defensiva que também saiem com a bola controlada para as movimentações ofensivas. É claro que as tendências do jogo levam a que, nas camadas de formação, se trabalhem os jogadores em consonância com essas mesmas tendências, daí o facto de cada vez menos vermos jogadores a que nos habituámos a chamar de "número 10". Não significa isto que não surjam jogadores com características e capacidades técnicas para jogarem nessa posição, é evidente que sim, e até há casos bem conhecidos, por exemplo, Pilro do AC Milan tem uma excelente capacidade de passe, sabe controlar a bola, segurá-la, enquanto decide o melhor caminho a dar-lhe (um número 10 puro, ou como lhe chamam em Itália, um regista), porém no seu actual clube passou a jogar numa posição mais recuada, pressionando o adversário e fazendo permanentes acções de cobertura defensiva, não deixando, naturalmente, de fazer uso das capacidades de regista que possui, apenas lhes somou mais estas.

Rui Costa é um dos últimos "maestros"do futebol europeu, ele e o francês Zinedine Zidane serão, provavelmente os mais brilhantes "sobreviventes" dessa categoria de jogadores que sempre encantaram os adeptos do futebol, é um jogador que trata a bola com enorme elegância, que sabe "pensar o jogo", possuidor de uma capacidade de passe notável, sobretudo ao nível do "último passe", tem uma carreira notável, e acima de tudo é um grande homem!
A confirmar-se o seu regresso, ganha o Benfica, mas também ganha o futebol português.

Monday, May 22, 2006

O 2º mais desejado


O novo treinador do Benfica é Fernando Santos, não foi o mais desejado como escrevi há dias, mas foi o segundo mais desejado a par de Camacho, isto de acordo com uma sondagem que vinha sendo levada a cabo pelo Jornal "A Bola"!

Também com Fernando Santos, o Benfica e o futebol português ganham bastante!
De facto é assinalável o trabalho desenvolvido na Grécia nos últimos anos, num clube como o AEK que se debate com graves problemas financeiros.

Para trás, fica um título de campeão nacional ao serviço do F.C. Porto e o lançamento de um clube como o Estrela da Amadora para as mais altas lides do futebol português!
Menos bem sucedida foi a sua passagem pelo Sporting, em ano de Mourinho no F.C. Porto!

"Foi um dos treinadores com quem mais aprendi na minha vida"
Deco

O erro de se ser invulgar



Após muita especulação em torno da transferência de Thierry Henry do Arsenal para o F.C. Barcelona (que durava há já muito tempo), o mesmo acabou por colocar um ponto final no assunto ao renovar pelo seu actual clube, e segundo alguma imprensa, por alegada ligação afectiva ao clube!

Depois disso, o eterno cicerone do F.C. Barcelona, Johan Cruyff, prontificou-se de imediato a classificar a decisão de Henry!

Eu apenas sinto vontade de fazer uma enorme vénia ao fabuloso jogador francês, pois nos tempos que correm, no mundo do futebol e não só, estas manifestações são cada vez mais raras! Mas são também estas situações que alimentam a paixão pelo futebol - a perfeita união entre clubes jogadores e adeptos!

Friday, May 19, 2006

O Mais desejado



Pelo que se pode perceber, existe uma quase total unanimidade no universo benfiquista (associados e adeptos) em ver de novo Eriksson ao leme do clube!

Sem dúvida que, independentemente das preferências clubísticas de cada um, seria um grande reforço, não apenas para o Sport Lisboa e Benfica, mas para o futebol português em geral!

Os próximos dias trarão novidades quanto a esta matéria, entretanto outros nomes vão aparecendo, tais como Alberto Zacheroni, Xavier Irureta, e até os portugueses Carlos Queiroz e Fernando Santos...

Thursday, May 18, 2006

Liga dos Campeões 2005-2006



O F.C Barcelona sagrou-se ontem o vencedor da Liga dos Campeões desta época!

O embate final prometia muito, não fosse o seu opositor o Arsenal de Wenger, que realizou carreira notável na competição deste ano!

O Jogo acabou por ficar fortemente condicionado pela expulsão do guarda redes Lehman! Porque até à expulsão, até fora o Arsenal a dispor das maiores ocasiões de inaugurar o marcador, com Henry em evidência nesse particular. O Barcelona abordou o jogo com o figurino táctico habitual, 4x3x3, com particular destaque para a inclusão de Van Bommel no meio campo em detrimento de Iniesta que vinha sendo titular nos últimos jogos. Outra diferença face ao habitual foi o facto de na frente de ataque, Ronaldinho ter iniciado o jogo ao centro e E´too na faixa esquerda (normalmente é ao contrário, não obstante ser habitual, no decorrer dos jogos, a permuta posicional entre os três jogadores da frente)!

O Arsenal iniciou o jogo num sistema de 4x4x2 (4x4x1x1), com Hleb e Ljungberg nas alas, e Pires no apoio ao ponta de lança Henry, após a expulsão, tendo sido Pires o sacrificado, passou a jogar em 4x4x1, deixando Henry muito solitário na frente de ataque. A equipa recuou as suas linhas e procurava o lançamento de ataques rápidos ou contra-ataques, sendo nesse sentido preciosa a acção dos dois homens que ocupavam as faixas, com particular destaque para Ljungberg que foi dos mais esclarecidos do Arsenal em toda a partida!

O F.C. Barcelona até nem esteve ao seu melhor nível (pelo menos ao nível do que nos habituou ao longo da época), tendo o seu meio campo perdido algumas bolas que originaram jogadas de perigo para a sua baliza. O Arsenal poderia até ter ampliado a vantagem que conseguira na primeira parte, mas Valdés foi um dos jogadores em destaque na equipa catalã!

Rijkard mexeu na equipa, alargando a frente de ataque com a entrada de Larsson e Iniesta para o meio campo, passando Ronaldinho para uma posição central mas mais recuada, o meio campo ficou mais criativo, e o ataque mais incisivo, não tivesse Larsson estado nos dois golos que acabaram por dar a vitória ao Barcelona! A partir daí foi ver os catalães a trocarem a bola como tão bem sabem fazer, e tornava-se muito difícil ao Arsenal inverter o resultado!

Acaba por ser um prémio justo para um F.C. Barcelona que esta época encantou todos os amantes do futebol, mas o Arsenal foi um digno adversário nesta final, e também a poderia ter vencido, e acrescente-se, tendo estado a maior parte do tempo em inferioridade numérica!

Wednesday, May 17, 2006

Ainda sobre as escolhas de Scolari

Na sequência do post "A nova causa nacional(?)", um excelente texto pode ser lido aqui.

Tuesday, May 16, 2006

O 3x3x4 de Adriaanse

Muito se "bateu" no sistema e modelo de jogo de Coo Adriaanse, eu próprio dei um contributo para essa causa, porém agora, naturalmente, tenho que dar a mão à palmatória e reconhecer que o treinador do Porto merece muito destaque nas conquistas desta época, contra tudo e todos (alguns até dentro da sua casa) impôs a sua ideia de futebol e no final foi bem sucedido!É certo que o sistema de jogo não é usual, sendo poucas as equipas por essa Europa fora, a adoptarem o mesmo, sobretudo numa época em que o futebol é pensado, cada vez mais, a "partir de trás", ou seja a partir dos principios de jogo defensivos. É certo e reconhecido por todos os que gostam de futebol, que o sistema e modelo de jogo que Adriannse implementou no fcp é uma forma arriscada de jogar, e que o facto de ser privilegiado o futebol ofensivo, não constitui garantia de futebol mais atractivo.

Também não deixa de ser curioso o facto de muito ter sido, também, o treinador holandês criticado (aliás à semelhança do que se passou com o seu compatriota Koeman) pelo facto de não fazer um esforço por perceber o futebol português, sobretudo no que respeita aos clubes de média e pequena dimensão, e das suas estratégias ultra defensivas dos "autocarros", propositadamente, ou não, o seu conceito de jogo acabou por prevalecer face às "minas e armadilhas" dos josé motas e dos Ulisses Morais - embora me pareça que tenha sido mesmo pelo facto de Adrianse querer impor o seu modelo e sistema, que é o seu, independentemente do estilo que possa caracterizar o campeonato e as equipas pertencentes ao mesmo, onde ele se encontra, isto é, ele não construiu a forma de jogar em função dos outros, contudo acabou por arranjar maneira de se lhes impor ( e foi sobretudo aí que Adriaanse ganhou, contra as equipas de pequena e média dimensão). Creio que os Motas e os Morais terão ficado confundidos com forma tão arrojada de jogar, e daí terão ficado hesitantes entre definir estratégias que visassem a exploração das debilidades defensivas do F.C. Porto, e estratégias de ainda (vendo as suas equipas serem empurradas para trás) reforçar mais os ditos "autocarros" com mais uns andares!

Ficará para o ano, a confirmação de muita coisa, penso que para o ano será a "prova dos nove" de Adrianse e do seu conceito de jogar, pois não nos podemos esquecer do que esse conceito foi capaz a nível europeu, em que me pareceu claramente que os adversários não hesitaram nada e optaram pela exploração das fragilidades defensivas de um sistema e modelo de jogo que as potencia inequivocamente.

Um dos méritos que também se tem que reconhecer a Adrianse é o facto de as suas escolhas para a constituição de um onze base, não obstante terem estado sempre envoltas em afastamentos polémicos (Diego à cabeça, do ponto de vista táctico e técnico, e do ponto de vista emocional, J.Costa e Baía), terem sido muito bem conseguidas - para aquele sistema foram escolhidos os melhores intérpretes, com evidente destaque para P.Assunção e Pepe - peças chave neste F.C. Porto que Adriaanse construiu, como é reconhecido por toda a gente.
Toda a gente ficou com a ideia que os jogadores apreenderam as ideias do seu treinador, não deixando também de ser surpreendente a forma como ocuparam diferentes posições em diferentes jogos - Pepe, por exemplo, jogou no centro, à direita e à esquerda, entre outros casos.

A Nova Causa Nacional (?)

Sinceramente, penso que já cheira mal esta contestação à convocatória do seleccionador nacional! Uma coisa são as reacções de adeptos inflamadas pelo doentia "clubite", isso até se compreende, já para as opiniões de jornalistas e analistas com evidentes responsabilidades (?) inerentes à sua condição profissional, não há condescendência possível! Se o argumento pragmático e racional que deriva do facto de Luis Filipe Scolari ser o seleccionador e o responsável pela selecção nacional de futebol não é suficiente, eu acrescento mais uns quantos argumentos que não podem deixar de ser objecto de reflexão!

Em primeiro lugar, a não inclusão de Ricardo Quaresma no lote dos convocados para o Mundial parece ser a "pedra de toque" dos contestatários, em relação a esta questão, lanço aqui umas quantas reflexões, que não sei bem porquê, ainda não vi serem expressas em lado nenhum!

1) Para a posição do jogador existem quatro opções que seguramente ninguém de boa fé se atreverá a contestar - Luís Figo, Cristiano Ronaldo, Simão Sabrosa e Luís Boa Morte!

2) Acresce ao anterior ponto que qualquer um dos jogadores mencionados já há muito (desde os jogos de preparação para o Europeu) faz parte das convocatórias de Scolari, ao contrário de Ricardo Quaresma!

3) Luís Boa Morte, não convocado para o Europeu (depois de ter sido chamado para disputar muitos jogos de preparação para o mesmo), fez toda a fase de qualificação, pelo que seria até imoral a sua não convocação para o Mundial, isto claro, já para não falar da excelente época que fez em Inglaterra!

4) Vai ser disputado um Europeu de sub-21 para o qual o contributo de Ricardo Quaresma será importante, ou não? Será que Ricardo Quaresma seria titular no Mundial?

5) Será que existem outros interesses, para além dos meramente desportivos, na convocação do jogador?

Todos deverão saber que uma selecção nacional é diferente de um clube onde se trabalha de forma sistemática e diária (no caso dos clubes profissionais), onde os aspectos de natureza táctica e técnica são trabalhados com a regularidade necessária para serem devidamente assimilados.
Uma selecção é composta por jogadores oriundos dos mais diversos clubes, dos mais diversos países e estilos futebolísticos, o treino numa selecção não é uma constante diária, pelo contrário, o trabalho levado a cabo numa selecção tem vários intervalos no tempo! Scolari parece dar importância a esse facto, pelo que se socorreu de um "núcleo duro" de jogadores em quem confia e com quem vem desenvolvendo o seu trabalho desde que chegou a Portugal, desse modo estará, na sua perspectiva, a aproximar o trabalho e respectivos efeitos, levados a cabo na selecção com os de um clube! Não por teimosia, arrogância ou outra coisa qualquer, mas sim porque acredita que é a melhor fórmula para o sucesso, será? A dúvida é legítima, mas apenas os resultados na Alemanha poderão dar resposta à questão!

Responderão os críticos e contestatários que o critério para se convocar um jogador para representar a selecção nacional deveria ser: os melhores para cada posição! E quem garante que estes 23 não são os melhores para a assimilação de um sistema e modelo de jogo que tem vindo a ser trabalhado há já algum tempo? A título de exemplo, será que Diego do F.C.Porto não é um jogador com capacidade técnica acima da média, e que tem lugar em qualquer grande ou média equipa europeia? Porque é que não faz parte das opções do seu treinador?

Eu também constato que jogadores como Quaresma, Miguelito (do Nacional), João tomás ou João Moutinho, tiveram épocas muito mais regulares que jogadores como Hugo Viana ou Maniche, mas porque razão o critério teria que ser esse? O da regularidade patenteada ao longo da época? É um critério tão válido como o de Scolari. Pragmaticamente falando, o único critério para se ser convocado para a selecção nacional é ter nacionalidade portuguesa no Bilhete de Identidade!

Duelo de Titãs e o futebol romântico ganhou...

Indubitavelmente um jogo para mais tarde rever!Como se previa, foi o futebol táctico de um lado contra o “futebol de rua” do outro!

Nos primeiros instantes do jogo, o Barcelona pareceu andar sempre mais perto do golo, não obstante também terem sido produzidos lances de perigo por parte da equipa inglesa.O momento do jogo foi, sem dúvida, aquela investida impressionante de Messi sobre o corredor direito, levando Robben com ele, e que culminou com um “túnel” ao internacional holandês – fabuloso! Só havia uma maneira de parar aquele génio naquele instante, e Asier Del Horno descobriu-a, foi no entanto, uma maneira pouco legal, o que lhe valeu a expulsão. A partir desse momento, em teoria, o Barcelona teria a vida mais facilitada, mas não foi isso que se verificou, o Chelsea após o intervalo entrou no jogo com vontade de o assumir, nesse sentido, houve uma alteração táctica determinante, Drogba jogava mais recuado em relação a Robben, dando-se assim à marcação e libertando o holandês, que, mais rápido e tecnicista poderia com maior facilidade criar situações de perigo através de acções de contra – ataque. Até chegar o golo, o Chelsea manteve o equilíbrio e criou situações de perigo para a baliza catalã, no entanto, a entrada de Larsson levou a um recuo dos ingleses, a partir daí, o Barcelona assumiu o jogo e acabou por vencê-lo. Para já, o futebol romântico levou a melhor, mas a história ainda não terminou…

DUELO DE TITÃS OU O ÚLTIMO GRITO DO FUTEBOL ROMÂNTICO


Um dos maiores destaques dos oitavos de final da Liga dos Campeões deste anos vai, indiscutívelmente, para o Chelsea-FC Barcelona, uma reedição do confronto entre as duas equipas na anterior edição da competição.

São duas das melhores equipas do actual panorama futebolístico europeu em confronto, mas não é apenas isso que faz desta eliminatória um verdadeiro regalo para os amantes do desporto rei. Estes dois jogos consubstanciam a confrontação de duas ideologias do jogo, por um lado, o do Barcelona: o futebol ofensivo, o espectáculo, em suma, tudo o que caracteriza o projecto futebolístico do país das túlipas, acrescendo a isto, ainda o facto de o clube possuir nos seus quadros alguns dos melhores intérpretes do planeta para pôr em prática essa mesma ideologia.

Olhando para o FC Barcelona, de uma forma sintética, observamos uma equipa que quase sempre é sistematizada em 4x3x3, sendo que é no sector mais avançado que residem os maiores artistas, não esquecendo, naturalmente, também os jogadores que jogam nas suas costas, sobretudo o luso-brasileiro Deco e Xavi. Contudo, a curiosidade que este Barcelona contém reside nos 3 homens mais avançados - não têm sido raras as vezes que nos últimos jogos (desde que se solucionou o problema burocrático com o genial Lionel Messi), nenhum dos jogadores que jogam nas faixas se pode considerar um extremo ou médio ala "puro" - na esquerda, Ronaldinho com o seu futebol "mágico", e na direita o envolvente Messi, ambos deambulam por toda a lagura do terreno, desconcertando, literalmente as defesas adversárias. Quer Ronaldinho, quer Messi apresentam características de médio ofensivo, daqueles que organizam e constroiem o jogo, ou então de "segundos avançados", no entanto essas funções pertencem a um outro jogador já referido - Deco - que para além de organizar o jogo ainda se desdobra inúmeras vezes em acções defensivas.

O futebol do Barcelona apresenta um cariz extremamente ofensivo, privilegiando as rápidas trocas de bola e, claro está, contando com a genialidade dos já referidos "artistas". É um futebol que, à luz dos modernos "pergaminhos" tácticos, é genuíno, no sentido de que talvez não pudesse funcionar tão bem com grandes amarras estratégico-tácticas!Uma das grandes debilidades que apresenta este Barcelona reside nos processos de transição defensiva, consequência do pendor altamente ofensivo que coloca no terreno de jogo, não sendo raras as vezes que se pode observar, aquando da perda da posse de bola, o sector defensivo totalmente descompensado originando grandes situações de desiquilíbrio.

Do lado do Chelsea, temos então, se quisermos, a antítese do futebol do Barcelona. O Chelsea é uma equipa que se pode chamar de "tacticista" que teve uma evolução a esse nível, imprimida pelo, por muitos considerado, melhor treinador do mundo. Em termos de sistema de jogo, também joga normalmente num 4x3x3, porém, é se quisermos, nos métodos e na dinâmica de jogo que este Chelsea se diferencia do seu oponente nesta eliminatória.

O Chelsea tem os seus alicerces em príncipios defensivos altamente solidificados, em termos de método de jogo defensivo é privilegiada a chamada zona pressionante - cada jogador do sector defensivo evolui na sua zona de marcação, deslocando-se para outras zonas no sentido de concentrarem nos espaços de jogo próximos da bola, para aí se realizarem diversas acções que visam, sobretudo, a anulação do processo ofensivo do adversário e a recuperação da bola para lançar as acções ofensivas. Com isto não se quer dizer que o Chelsea é uma equipa "defensivista", mas sim e apenas que faz da segurança defensiva um dos seus pilares fundamentais em termos dos seus princípios gerais do jogo, até porque outra coisa que caracteriza este Chelsea é, ao contrário do seu oponente, a segurança das transições, quer as ofensivas, quer as defensivas.

O Chelsea também tem grandes valores individuais - Lampard; Crespo; Robben; Drogba e muitos outros, porém, a sua força reside inexoravelmente no colectivo e em aspectos de natureza técnico-táctica.

Na retina, do confronto da época passada em Londres, ficou-nos aquele bailado de ronaldinho Gaúcho à frente de Ricardo Carvalho antes de disferir o remate que resultou num golo de belo efeito. Houve quem falasse, na altura, no último grito do futebol romântico!

Lionel Messi e a tentativa de perpetuar o sublime




Lionel Messi – mais um prodigioso jogador proveniente da terra das pampas!Campeão do mundo de sub-20 em 2005 e eleito o melhor jogador do torneio, Messi começaria aos poucos a ser chamado ao onze inicial do deu clube – F.C. Barcelona.
Se os jogos do Barcelona, já constituíam motivo de interesse, pelo facto de praticar um futebol totalmente desligado dos imperativos tácticos que imperam nos tempos que correm e com isso se poder apreciar verdadeiros talentos em acção, com a inclusão de Messi no actual Barcelona, esta ideia reforça-se e abrilhanta-se ainda mais.
É um talento puro, daqueles que dá gozo observar – fabuloso pé esquerdo, magnífico no drible, na condução da bola, na finta, na velocidade que coloca nas suas acções e que contagiam os restantes companheiros, na forma como se movimenta em direcção à baliza do adversário (joga normalmente encostado ao flanco direito, de onde parte para movimentos interiores à procura de um último passe ou do remate).
Os observadores e comentadores mais audazes apressaram-se a chamar-lhe o sucessor de Maradona, outros, mais comedidos, não o fizeram, talvez por se lembrarem de tantos outros génios que os torneios jovens, normalmente mostram ao mundo, tais como, Riquelme, Saviola, D´ Alessandro e outros que sem dúvida são excelentes jogadores, mas que não podem ser comparados com aquele que para muitos, sobretudo aqueles que não viram Pélé, Eusébio ou Di Stefano ao vivo, (eu incluído!) foi considerado o jogador mais genial de todos os tempos.
Há quem critique esta busca desenfreada de alguns em encontrar sucessores, os mais conservadores defenderão que não há jogadores iguais, e que os melhores de sempre deveriam manter-se intocáveis nos seus “altares”. Aceita-se essa opinião, não obstante existirem exemplos que deveriam ter sido objecto de maior prudência por parte dos primeiros. Por outro lado compreende-se essa busca, é nada mais, nada menos do que a tentativa de perpetuar o sublime, tão típica da humanidade.
Apesar disto tudo, se existe alguém que me faz recordar Maradona, esse alguém é inexoravelmente, Lionel Messi.