Friday, November 06, 2009

Chico-espertismo

Houve tempos, no futebol cá do burgo, em que se cozinhavam as maiores patifarias à vista desarmada. Foram os tempos do guarda Abel, dos Calheiros, dos “quinhentinhos”, da agência Cosmos, do leite e do chocolate, dos bombons e das visitas para aconselhamento de problemas familiares…
Fez-se tudo e à grande, sob o olhar mais complacente que se possa imaginar por parte das pseudo-autoridades desta antro de “faces ocultas” a que chamam Portugal. No entanto chegou a altura em que a dimensão da pirataria se tornou gigantesca. A coisa já era de tal ordem que dava um bocado de mau aspecto, então lá foi realizada uma longa-metragem jurídica, daquelas a que se assiste regularmente neste país e que no final resultam sempre em nada…no entanto, se alguma coisa mudou, não foi tanto o conteúdo, mas sim a forma. Agora há uns serviçais que se colocam a jeito – a troco de umas quantas migalhas – para realizar essas famosas malfeitorias. Esses mesmos serviçais que se arvoram nos emergentes poderes do futebol lusitano e que, muito provavelmente, acabarão como outros seus homólogos de um passado recente. É o chamado, e tão característico entre nós, chico-espertismo. Umas das mais emblemáticas idiossincrasias do nosso Portugal.

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